Pinguinando na Quarentena
Por Angelina Bittencourt
Em meio a essa pandemia e a recomendação de se isolar em casa me vejo fazendo algo que não fazia desde 2010: jogar Club Penguin.
O Club Penguin é um jogo online, ou melhor era uma jogo online de multijogadores até ser oficialmente desativado em 2017. Então, entrei em uma das novas versões recriadas do jogo a partir de antigos arquivos, e até que fizeram um excelente trabalho. O jogo envolve um mundo virtual em que o usuário cria um pinguim e constrói uma vida para ele, através de pequenos jogos e atividades ganham-se moedas para que se possa comprar móveis para seu iglu, roupas e, o mais requisitado, puffles (animais de estimação que se assemelham a pompons).
Entre o site da Barbie, os jogos da Polly Pocket e o Pandanda, Club Penguin sempre foi o meu favorito, não é à-toa que implorei até conseguir que minha mãe pagasse R$45 a cada seis meses na assinatura do jogo, para ter acesso a mais móveis, roupas e, claro, puffles.
O jogo não só me proporcionou um momento de descanso e calma nesta quarentena, mas como me levou a uma década atrás. Meu fundamental I foi marcado, não só pelas grandes coleções de goggles e bolinhas de gel, as coreografias inventadas para Mamma Mia e as competições de diabolô, mas principalmente pela disputa de computadores na sala de informática durante o recreio para conseguir jogar Club Penguin com os amigos. Era a emoção de se tornar um agente secreto, um ninja, um pizzaiolo ou um guia de turismo e acima de tudo (sempre) ter puffles.
Em pleno 2020, jogando novamente, todas essas emoções passaram por mim e senti ser aquela menina de 10 anos que escolheu o pior nome para seu pinguim, Laranjado789, apenas por ele ser laranja (sim eu ainda lembro o nome do meu pinguim), sem saber que poderia mudar de cor posteriormente. A única coisa que realmente passou foi a choradeira em casa para minha mãe a fim de me tornar membro assinante, pois os criadores fizeram a gentileza de disponibilizar tudo para todos.
Esse sentimento de nostalgia me fez lembrar de um momento mais feliz e simples, sentada na sala da minha casa ou na informática da escola, onde as preocupações eram outras, em que o planeta era um lugar vasto e desconhecido e não era prioridade no meu mundo. E agora em meio a esse caos que vivemos, na qual as notícias só pioram a cada dia e o confinamento está cada fez mais longo e difícil, me disfarço de Mer0915 para “pinguinar” por aí, e me distrair nesses tempos assustadores.
Em uma época que nem posso andar pelas ruas como normalmente fazia, onde todo o mundo esta preso em suas casas, os pinguins estão soltos andando pelo farol e escorregando montanha a baixo. Deixo ela, Mer0915, passear por mim e até fazer amigos momentâneos ao “gritar” — THELMA CAMPEÃ — ou até mesmo — FORA BOZO. Isso me fez pensar que talvez eu não seja a única pessoa de 20 anos relembrando os bons momentos no Club Penguin.
Portanto, embora não seja um substituto para passar um tempo com os amigos, vou juntar meu novo grupo e com nossas britadeiras, virar o iceberg. Afinal, com um pouco de nostalgia, você pode ir para onde quiser.
Fica aqui o link do jogo para se quiser testar esse experiência de pinguim ou para quem já conhece voltar para 2010.
