Power to the people, stick it to the man!

Desde criança tenho perguntas do tipo “de onde viemos?”, “porque estamos aqui?” ou até “porque fazemos o que fazemos?”, e a partir de todas essas perguntas eu comecei a me perguntar muito sobre nossos meios e também sobre a vida em geral. Acredito que essas perguntas estejam na cabeça de todos, mesmo que não no primeiro plano, mas alguma vez ou outra acabamos nos perguntando isso, ao longo da nossa jornada.

Por ser um grande fã de Senhor dos Anéis, em 2016 acabei encontrando um filme no cinema, estrelando Viggo Mortensen, que era um dos atores principais em O Senhor dos Anéis, o filme chama-se Capitão Fantástico, e devo dizer… foi realmente, uma experiência unica e FANTÁSTICA.

Como eu disse, sempre me perguntei de muitas coisas da vida, e esse filme parece que respondeu a todas elas em menos de 2 horas de filme, e trazendo muita alegria e proposito para muitas questões que eu tinha em mente.

Capitão Fantástico. Ben e seus 6 filhos.

O filme começa com um pai (Ben) e seus 6 filhos, que moram na floresta, parecem todos felizes e saudáveis, e são todos muito estudiosos, inteligentes, esforçados, atléticos e principalmente, unidos. Descobrimos em seguida que a mãe da família está em um hospital na cidade, doente, depressiva, o que seria uma doença em epidemia na era contemporânea. A família depois de alguns capítulos decide ir para a cidade onde as crianças tinham pouca vivencia e a partir do momento que chegam por la, já começam a se perguntar de varias coisas que para nos que vivemos na cidade são comuns. A partir dai eles começam a encontrar outros familiares que não os veem a algum tempo e percebem que todos estão muito diferentes e não fazem mais parte daquele meio onde os “normais” vivem, e a partir deste momento, Ben começa a reparar que pode ter ido um pouco alem do que era necessário ou do que ele acabava esperando, porem, acabam sendo gerados alguns conflitos que colocam a tona tudo o que as crianças conhecem e gostam ou deveriam gostar.

SPOILERS:

Para mim um dos momentos mais importantes e que marcaram, foi quando descobrimos que a mãe, na verdade esta morta, suicídio, e que ela deseja ter um velório totalmente diferente do que todos nos conhecemos e imaginamos, e que na hora que escutei a ideia parecia maluquice, mas quando a cena acontece, percebo que seria algo maluco, sim, mas que faria total sentido, e eu gostaria que acontecesse comigo, no dia que isso acontecer. Ela pede que seja cremada, e suas cinzas jogadas em uma privada qualquer na cidade, mas o ponto principal disso tudo seria que ela pede para que as pessoas celebrem a sua vida, celebrem a sua imagem e se lembrem de tudo o que passaram juntos, mas de uma maneira feliz, juntos, e fazendo o que mais gostam, musica.

Outros momentos que me marcaram muito, quase da mesma forma que o anterior, são todos os momentos em que as crianças se perguntam algo sobre a sociedade que estão entrando. Exemplos: os primos da crianças que estão no ensino médio, não sabem direito o que a declaração de direitos dos Estados Unidos faz, ou foi, e quando chamam a filha mais nova de Ben que tem apenas 8 anos, ela consegue descrever as leis que la estavam e consegue dialogar facilmente sobre o que a declaração de direitos foi e fez.

Outros dois momentos que me marcaram muito, o primeiro quando o filho mais velho de Ben, Bo, o confronta dizendo que quer ir fazer faculdade e aprender sobre a sociedade, e diz que ele não sabe nada sobre nada, quando se trata de algo que não tenha saído de um livro. Isso mostrou para mim que ao mesmo tempo em que o garoto era um gênio, ele também não conhecia coisas básicas da vida e da sociedade, que acabara perdendo por viver em exclusão. E por ultimo, quando eles chegam a primeira vez na cidade e começam a ver que a maior parte das pessoas são obesas, ou tem algum tipo de problema de locomoção, e foi quando as crianças se perguntaram “Porque essas pessoas estão todas doentes?”, quando na verdade eram apenas pessoas obesas ou realmente com problemas de locomoção.

No fundo, vejo que muita coisa que foi retratada no filme acaba sendo um pouco extremista, e irreal, mas ao mesmo tempo, nos da uma visão de como podemos viver uma vida mais unida, diferente e saudável. Ao final do filme vemos que eles se mudaram para uma casa e que as crianças vão para a escola, mostrando que no fundo, tudo o que estava acontecendo era um pouco extremista mesmo, mas a experiencia de assistir o filme e ver todas as questões que eu tinha em mente, sumirem, foi algo muito interessante, prazeroso e em partes surpreendente. Me fez querer ser mais único, unido com a minha família e principalmente, mais inteligente com tudo o que pode ser importante na vida, e não com coisas triviais.