Quando parei de tocar

Renata Restaino Esper
Iandé
Published in
2 min readApr 22, 2019

Desde pequena sempre gostei de música, e sempre quando via minha avó tocando piano era algo que me encantava e me inspirava muito. Aos 7 anos comecei a fazer aula de piano uma vez por semana, era a hora do dia e da semana que eu mais gostava , com o passar do tempo continuei as aulas e cada vez ia me apaixonado mais pelo piano, era um momento em que tocava e me sentia muito bem, era um sentimento até magico, toda vez que estava com algum problema ou uma situação difícil, parecia que ao tocar uma musica tirava todos esses sentimentos ruins.

Minha professora me acompanhou crescer, e me incentivava muito com as aulas, nesse tempo fui descobrindo quem eu era e o que gostava, assim nas aulas mudei alguns comportamentos, adorava aprender as músicas originais e sempre seguia na risca, mas comecei a gostar muito de criar algo em cima delas, como mudar o tempo acelerando ou diminuindo algumas partes, incluir um acorde ou alterar, gostava de deixar as músicas com a minha cara, era algo que fazia para mim mesma, até compunha músicas com base em outras. No começo foi algo que minha professora não gostava ao perceber nas aulas que estava criando algo e fazendo diferente da risca, ficava até brava, me impedindo de fazer isso.

Sempre amei o piano, mas o que mais me encantava era a liberdade de poder criar algo em cima dele, e de poder expressar por meio da música quem eu sou, e no momento em que minha professora que é alguém que sempre me inspirou e me ensinou tudo que sabia sobre piano e música, barra isso me senti errada por gostar de fazer isso, e por um momento parei e voltei a tocar seguindo na risca, parei de criar, com consequência disso o piano parou de fazer sentido, e não era mais algo que brilhava meu olho, parei de fazer aulas e parei de tocar por um bom tempo, sentia sempre uma sensação que estava algo faltando, até quando comecei a me questionar quem eu era e o que me motivava, na hora só visualizava o piano, e aos poucos fui voltando a tocar, compondo novamente, sem medo e culpa.

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