Victoria Freitas
Iandé
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1 min readApr 24, 2019

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“Tanta saudade eu já senti, morena, mas foi coisa tão bonita. Da vida nunca vou me arrepender.” — Toada (Na Direção do Dia), Boca Livre

sete horas

eu tenho um amor

que veio me visitar

o tempo que esperei

não da nem pra contar

mas ele teve que ir embora

pra cidade em que mora

não sei se é logo

ou se demora a voltar

terminais e despedidas,

estranho cada partida

um instante que dura pra sempre

que acaba tão de repente

recebo uma foto sua, vista pro corcovado

enquanto tô na paulista, trânsito parado

“tá muito calor?”

“aqui tá fresquinho”

“tá chovendo aí também?”

“queria estar aí no friozinho”

“você vem no feriado?”

“to sem grana pra passagem”

“nessa semana tenho prova”

só sete horas de viagem

vivemos vidas diferentes

mas não estamos sozinhos

meu único medo é te perder no caminho

só que apesar da distancia,

verdadeira maldade

apesar da dor pungente

e latente saudade

cada instante sagrado, amor

cada centímetro no mapa

cada desencontro

cada lágrima derramada

no final valem a pena,

não posso reclamar.

achei um melhor amigo

encontrei em ti um lar

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Victoria Freitas
Iandé
Writer for

“Be clearly aware of the stars and infinity on high. Then life seems almost enchanted after all”