Skye, A Ilha dos Sonhos

João Francisco Paula Souza Neto
Iandé
Published in
4 min readApr 15, 2018

Em dezembro de 2016 eu viajei para a ilha de Skye, na Escócia. O lugar é cheio de montanhas que cortam os céus, e ainda assim, o terreno parece vasto e aberto, me fez sentir muito pequeno diante dele. O ambiente lá tem de uma tranquilidade e paz completamente diferente do o que temos na rotina agitada e caótica na cidade de São Paulo. É tudo como se o próprio tempo e espaço agisse diferente do que estou acostumado, quando penso nas minhas memórias de Skye, parecem mais memórias de um sonho do que de um lugar físico.

Em Skye encontram-se várias ruínas de castelos e outras construções antigas, só de olhar para elas me faz pensar em como elas eram no dia em que estavam inteiras. São construções cheias de passado e história, mesmo eu não sendo do mesmo país que elas, olhar para estas construções me faz sentir que também faço parte da nostalgia que elas carregam. Em algumas ruínas, há musgos crescendo nas pedras que a compõem, pedras da mesma coloração das que vemos no solo, onde também há musgo crescendo, fazendo parecer até que a as ruínas de alguma forma fazem parte da natureza de lá.

Eu já viajei para lugares no Brasil onde há lindos monumentos históricos sujos e vandalizados, muitas vezes eles se encontram com uma proteção para impedir o público toque. Já na Escócia, havia resquícios de muralhas da Roma antiga em meio áreas residenciais, onde as pessoas passam normalmente, e ruínas de castelos em meio a pastos de ovelhas, onde não há ninguém vigiando, qualquer um pode chegar nesses monumentos, tocar e sentar em cima, a confiança no respeito da população a conservação da própria história é enorme, me faz sentir muito mais confortável em entrar em contato com tudo isso.

Há cidades na ilha que, de tão pequenas, chagam mais perto de serem vilarejos do que realmente cidades, para alguém como eu, que veio de São Paulo parece até outro mundo. Ao contrário do ambiente sujo contido em São Paulo, nessas cidades tudo parece tão limpo, as pessoas colaboram para manter a cidade limpa e conservada, o que torna o ambiente muito bonito e agradável, me fez ficar constrangido só de pensar em sujar alguma coisa lá e estragar essa energia que o local passa. Dessa maneira, só de estar nessas cidadezinhas me faz sentir responsável pela conservação do lugar, assim como os habitantes.

O pôr do sol é simplesmente lindo em skye, porque o céu é muito aberto e dá para ver ele ser todo tomado pela coloração alaranjada do sol nessa hora do dia. O pôr do sol pode até ser tapado por montanhas dependendo da onde você estiver, mas não é como São Paulo, onde há muitos prédios altos enfileirados perto uns dos outros, que tomam a maior parte da visão do céu. Essa diferença no ambiente traz uma sensação libertadora.

É muito comum nessas paisagens encontrar arco-íris. Os castelos, a grama, as ovelhas, os arco-íris, as vilas, mais que em um sonho, passear pela ilha me fazia me sentir dentro de um conto de fadas, não atoa, lá havia cachoeiras chamadas Fairy Pools.

Eu viajei para Skye no final de um ano muito estressante, que foi o terceiro colegial onde eu estive sempre sob a pressão do vestibular, o qual eu consegui passar e passei a estar preocupado em como eu me daria na faculdade. Eu acredito que tudo que vivenciei lá contribuiu para me acalmar e estar preparado para, quando voltasse ao Brasil, encarar o que viria ser meu primeiro ano de faculdade, foi como atingir o nirvana após a tempestade.

Ir para a ilha de Skye foi uma experiência estética aconchegante que marcou minha vida, desde a paisagem que vi e toquei, o chá local que tomei, e mesmo o vento frio que senti tinha algo acolhedor.

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