Superando o medo do outro lado do mundo

Carolina Srur
Iandé
Published in
3 min readNov 11, 2019

Desde pequena sonhava em conhecer o mundo, sempre tive curiosidade em conhecer outra culturas, pessoas e países. Os meus pais, diferente de mim, não gostam de viajar para lugares muito longe e não se sentem confortáveis em experimentar o novo. Fui crescendo, ganhando autonomia e comecei a gostar de viajar com as minhas amigas para lugares que nunca tinha ido, e sempre sonhava em ir.

No final de 2018, tive a oportunidade de ir com duas amigas para o Japão. Sem dúvida foi uma experiência única

eu e minhas duas amigas

Quando a ideia de ir para o Japão surgiu fiquei muito animada e ansiosa, inclusive, contava as horas para o grande dia chegar. A viagem começou a se aproximar e confesso, que a minha reação antes de me despedir dos meus pais e viajar pela primeira vez sozinha foi muito diferente do que eu imaginava. Minha cabeça, minutos antes de embarcar ficou a mil, ficava pensado: como vou me virar com a língua se ninguém fala inglês? Como que eu vou me virar sem meus pais? Será que vou conseguir me virar sozinha? O que vou comer lá? Essas perguntas, perturbadoras, começaram a me deixar muito nervosa antes do voo.

Minhas emoções vieram tão forte que comecei a chorar e dizer para os meus pais que não queria mais ir, queria desistir de viajar. Os meus pais como qualquer outros, me acalmaram e me disseram que eu só saberia responder essas perguntas quando chegasse lá e passasse por essa experiência… E assim foi.

Os meus primeiros dias lá foram intensos, coberto de risadas e emoções junto com as minhas amigas. Ao decorrer do tempo todas as minhas dúvidas e angústias que eu tinha antes de embarcar foram respondidas naturalmente.

As pessoas realmente não falavam inglês, e nós não falávamos japonês. Assim nossa comunicação era a base de mímica e Google Tradutor. Outra coisa que me preocupava muito era a minha alimentação, pois sou um pouquinho difícil para comer, mas experimentei vários alimentos novos. E não é que gostei? A minha preocupação em estar sem os meus pais foi sumindo, e ao longo da viagem fui percebendo que conseguia me virar sem eles e que não dependia mais deles para fazer as coisas.

comidas típicas do Japão
cardápio em japonês
experimentando pela primeira vez atum

Após a viagem, já no Brasil, comecei a refletir como foi bom ter vivenciado aquele momento e como o meu medo poderia ter estragado toda minha experiência. Hoje, percebo que o medo faz parte de todos nós, porém quando ele te paralisa, pode estragar um sonho, uma experiência ou uma história sua. Por isso, além de ter comigo para sempre essa viagem inesquecível, levei também um aprendizado sobre os nossos próprios “fantasmas internos” e estou sendo muito mais capaz de enfrentar eles sem me prejudicar tanto.

Monte Fuji

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