Tempestade

Flávia Mitiko
Iandé
Published in
1 min readOct 13, 2018

Por: Flávia Mitiko

Arctic — Sleeping at last

Somos duas tempestades que se colidem, chocam, destroem tudo o que tocam. Mas que belos são os raios que emanamos; tão bela visão, mas tão destruidora! Não, não me toque; seu toque iluminará, destruirá árvores com a faísca de eletricidade que passa entre nós. Por que, me pergunto, há de ser assim? O mar está revolto, barcos afundam, o que sobra para nós apreciarmos além do caos que somos e criamos? Eu queria poder não desejar essa colisão, queria ter evitado essa colisão, mas somos a tempestade, a calmaria logo vem. Eu sei que não poderei fazer nada quando esta chegar, talvez seja melhor para todos ao redor. Não destruiremos mais nada, seremos livres. Mas, por que será tão vazio? O sol não vai me ajudar, só me evaporaria lentamente… Quando esta tempestade passar, haverá o céu limpo, azul, calmo. Mas eu penso que isso será mais triste e aterrorizante do que nosso caos desgovernado. Nunca vi tempestade como a sua, nunca quis me colidir com uma tempestade. Sempre preferi o que não sou: a calmaria, o céu claro e limpo. Mas você foi diferente, eu quis essa colisão, queria destruir tudo com as minhas próprias mãos. Quanto tempo aguentaríamos essa tempestade? Não sei, mas com certeza muito mais do que ela realmente durou…

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