The Winter’s Tale

Amanda Euzébio
Iandé
Published in
2 min readOct 15, 2018
The Winter’s Tale. The Royal Ballet 2014.

A dança sempre teve um grande espaço na minha vida. Como várias outras crianças, aos 4 anos comecei a fazer aulas de ballet clássico. Com o passar do tempo descobrir a possibilidade de explorar emoções e sentimentos através de movimentos. E essa nova forma de linguagem, que inicialmente era apenas um hobby, logo se tornou uma paixão, que fornecia, a mim, uma válvula de escape, uma sensação de conforto e pertencimento, que nunca encontrei em outro lugar, assumindo um papel decisivo na formação da minha identidade.

Apesar de não ter escolhido o ballet como profissão, tento me envolver ao máximo com esse estilo de dança, para que esse faça parte do meu dia a dia. Já presenciei diversos espetáculos, no entanto, nenhum deles, até hoje, se compara a experiência de assistir à adaptação da Royal Ballet do romance de Shakespeare “The Winter’s Tale”, lançado em 2014.

Na adaptação, Christopher Wheeldon, coreografo e produtor, não falha em representar a multiplicidade de gêneros presente na obra, combinação de tragédia, comédia e romance, levando o público a vivenciar, através da música, das cores e dos movimentos, as emoções, pensamentos e sentimentos de cada personagem. Sendo a sensação de entendimento e intimidade com cada figura representada, o que tornou, para mim, a experiência desse espetáculo tão única.

A junção de dois mundos, com a apresentação de um primeiro ato marcado por um drama psicológico, seguido de uma mudança drástica no segundo ato, criando uma nova atmosfera que dá sequência a estória através da comédia e de um romance puro e inocente, me levou a transitar por diversos sentimentos, trazendo a minha memória situações que me sujeitaram, de forma negativa ou positiva, a determinadas emoções, ao mesmo tempo que me proporcionava a sensação de alívio e paz. Essa dualidade despertou em mim a experiência que dançar me proporciona. Como se Wheeldon tivesse recriado perfeitamente em três atos o valor sentimental da dança para mim, o que tornou o Ballet “The Winter’s Tale”, muito mais que um belo espetáculo, mas uma experiência pessoal.

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