Todos por todos.

Laís Oliveira
Iandé
Published in
3 min readOct 17, 2017
Lara e eu

Laís oliveira de Souza 41621893

Todo mundo que me conhece e é próximo de mim sabe a quão fechada eu sou, muitas pessoas não entendem como uma menina que fala diariamente com milhares de pessoas que eu mal conheço em uma rede social parecer que é tão comunicável por um segundo e depois tão isolada, eu me pergunto o por que sou assim, o que me prende de mostrar afeto para as pessoas.
Nunca fui de abraçar, ou dizer coisas fofas aos meus pais e familiares, não me lembro um dia que tenha demonstrado carinho, as vezes penso o que eles me fizeram para que eu ficasse assim.
Meus pais sempre trabalharam muito, muito mesmo, me lembro que a primeira vez que almocei com a minha mãe eu já tinha 17 anos…
Muitas vezes achei normal, ou que fosse normal uma relação assim entre pai e filho, sai de casa muito cedo, com 17 anos eu já morava sozinha e via a relação que meus amigos possuíam com seus pais e quase sempre era muito diferente da minha.
Não que eu seja brigada com eles, pelo contrario eu me relaciono muito bem com eles, como amigos e do meu jeito, esse jeito sem duvida nenhuma foi moldado com o que vivenciei na minha infância.
Eu sempre me dei muito bem com minha irmã, possuímos 5 anos de diferença e eu praticamente não lembro da minha vida sem ela, lembro que implorei para que minha mãe tivesse outro filho pós um aborto espontâneo no qual traumatizou e muito minha mãe, mas por fim minha irmã nasceu.
Eu e a Lara (minha irmã) sempre fomos criadas para aprendermos a nos virar, lembro que minha mãe sempre me falou “ não crio filho pra mim e sim pro mundo”, então não tínhamos quem nos defendessem de reclamação de professores, problema na escola, e ninguém pra nos defender de certas mães loucas que sempre comprar as briguinhas dos filhos, sempre foi eu por eu, ela por ela e a nossa cumplicidade.
Se eu tivesse que me definir, eu diria que eu sou feliz , eu aprendi a gostar de mim mesmo, a curtir a minha própria companhia e aprendi desde de muito nova que era eu e eu.
Eu sou uma sonhadora, eu sonho alto , sem medo de cair, sou feliz da vida, riu o dia todo, comprimento todo mundo, até os animais, sim eu dou “oi”, eu falo com uma arvore se acho ela bonita, essa sou eu!
Neste mês eu e minha família resolvemos fazer uma viagem um pouco diferente, nos isolamos em uma vila chamada são Jorge em Goiais, fica na chapada dos veadeiros, lugar conhecido por energias surreais.
Entretanto lá não havia sinal de internet, celulares ou nada do tipo eu senti o que era viver, uma sensação que sentia quando criança, vocês são capazes de lembrar o quanto é bom ir em um restaurante onde não tem nenhum cliente no celular, onde existe conversa, existe real interesse ?

cerrado

Mas não para por ai, nós resolvemos fazer uma trilha de 10 km, e detalhe estava 38 graus, lá eu testei todos meus limites, sede, fome, calor, e conviver com meus pais em nosso pior estado, e sabe o que houve, eu acho que eles também tinham medo de se aproximarem e serem reprendidos ou zombados por isso por mim ou por minha irmã.
Estes dias “selvagens” mudaram nossa relação como família, “todos por todos” o fracionamento de água, as palavras de motivação e a energia do ambiente nos mostraram o quanto é bom estar perto de quem a gente ama e que a vida é uma caixinha de surpresa” então devemos amar incodicinalmente quem é especial pra gente”

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