Um agradecimento à Mariana Anti Okamori
Preciso fazer uma leve introdução antes de agradecer a minha irmã de outros pais
2022 foi um ano complexo em muitos aspectos não só para mim, mas como para a humanidade por completo. No começo desse ano de 2022 estávamos todos voltando a viver nossas vidas após o isolamento que o Covid-19 nos proporcionou e depois de quase dois longos anos onde estava saindo de casa para somente ir ao mercado ou visitar minha namorada, eu finalmente voltei a sair com frequência, seja para ir para a faculdade, sair com os amigos, ou trabalhar em algum set de filmagem. Eu finalmente sai de dentro de casa, só não sabia que eu me isolaria novamente voluntariamente.
Para contextualizar, eu sempre fui o fio que amarrava a minha casa, seja qual fosse a briga que estivesse acontecendo eu me comprometia em concertá-la, eu sempre me coloquei nesse lugar toda a minha vida, de ser o restaurador, aquele que tenta amenizar os danos. Só que quem concerta o restaurador quando ele quebra?
Eu ter voltado a sair me fez não estar mais presente na minha própria casa onde moravam eu, meu pai, minha tia e meu irmão até o começo do ano, ou seja, eu não estava mais presente para entender a dinâmica da minha casa. Não estar ali deixou que as brigas entre meu pai, minha tia, meu irmão e minha mãe(que mora em outra casa sozinha) ocorressem livremente, eu havia me permitido viver minha vida e ao fazer isso deixei que as brigas acontecessem, só não sabia o quão terríveis elas seriam
Para resumir, as brigas envolveram meu pai agredindo meu irmão, meu irmão gastando mais de 2.000 reais escondido da minha mãe, minha mãe oprimindo minha forma de se vestir, minha tia ter deixado roubarem meu pai pois estava com ódio dele, o falecimento do meu tio e muito mais coisas que não podem ser adicionadas a esse texto. Estar no meio disso tudo me quebrou, eu me culpava por ter deixado isso acontecer, sentia como se eu fosse o catalisador de todas essas situações, de que eu havia sido egoísta e deixado o caos reinar
Eu me isolei novamente, eu já possuía um quadro clínico de depressão crônica e com tudo que estava acontecendo ele se agravou. Minha terapeuta e minha namorada Nathalia estavam presentes ali por mim em toda esse tempo, mas eu não tinha forças para sair do meu quarto a semana toda as vezes. Me afastei de todas as minhas amizades, inclusive da minha melhor amiga Mariana Anti Okamori
e agora sim posso falar sobre essa experiência
a Mariana foi minha única amizade que viu eu me afastando e não deixou isso acontecer, ela insistiu em mim. Conversou comigo e não me deixou ir embora, nós somos irmãos de consideração e ela sempre esteve presente ali por mim.
Todo ano nós íamos juntos na CCXP(Comic Con Experience), eu, ela e o pai dela(que eu chamo de Tio Ale).Esse era um momento mágico nosso, os dois nerdzinhos percorrendo aqueles corredores que tinham coisas que amávamos. Mas esse ano por conta desse sentimento de querer estar isolado e todas as brigas financeiras que aconteciam eu não iria para o evento, mas a Mari não deixou. Ela e o tio Ale compraram um ingresso pra mim na sexta feira e nós fomos juntos no ultimo dia 2 e foi uma das melhores experiências e sentimentos que eu tive esse ano.
Eu me senti em casa, eu queria estar no meio daquela multidão. Não queria mais estar isolado, queria estar ali podendo ser eu. Foi um dia mágico para mim, depois desse dia eu consegui sair do fundo do poço e voltei aos poucos tomar a tomar as rédeas da minha vida(e é neste processo que eu estou).
A Mariana Okamori me proporcionou este momento e conseguiu me ajudar a sair de um dos piores momentos da minha vida.
Então, obrigado maninha.
