Uma arte de mil palavras

Carolina Srur
Iandé
Published in
2 min readApr 24, 2019

Quando pequena,ouvia meus pais e avós falarem sobre a história dos meus bisavós durante a segunda guerra mundial. Eu como qualquer criança não entendia a maldade que uma pessoa poderia fazer a outra e ficava me questionando como alguém seria capaz de fazer uma tremenda crueldade como o Holocausto.

Fui crescendo e amadurecendo e comecei a ouvir relatos mais fortes sobre os meus bisavós,eles nunca tinham comentando nada sobre seu passado,eu somente tinha escutados as histórias dos meus avós e dos meus pais sobre a difícil época que meus bisavós passaram.

Um certo dia, recebi em casa a visita da minha bisavó. Ela com o seu jeito meigo me chamou de canto e disse que precisaria conversar comigo. Fomos até o meu quarto e ela pediu para que eu pegasse tintas e papéis. Sentamos uma do lado da outra e ela começou a dizer sobre sua vida no Holocausto,algo que ela nunca tinha feito antes.

Ela,com lágrimas nos olhos pediu para que eu pintasse junto com ela enquanto ela me contasse sua história.Começamos a pintar e rabiscar e ela começou a falar. Esse momento foi transformador para mim, ouvir sua traumática experiência de vida e saber que os meus bisavós foram sobrevivente do holocausto foi muito assustador e ao mesmo tempo inesquecível.

Quando acabamos de pintar ela me explicou que a vida era igual a pintura, por fora são os jeitos que as pessoas pensam quando estão passando por momentos difíceis e desafiadores onde tudo parece estar ruim e desmotivador (cores escuras) e por dentro è o jeito que o mundo está te esperando para quando você sair de seus pensamentos negativos (cores claras). Esse momentos para mim foi o mais marcante e mágico em todo os meus 18 anos de vida.

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