Uma nova jornada em família

Por Giovanna Sapojkin Ergas

Giovanna Sapojkin Ergas
Iandé
5 min readMay 3, 2020

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Em julho de 2019, eu, minha mãe e minhas duas irmãs, Michaela e Victória, fizemos uma viagem. Foi a nossa primeira viagem juntas, só nós, desde 2009 e escolhemos o Peru como destino por toda a riqueza cultural, espiritual e a natureza encantadora que o país tem.

Eu, Michaela, Victória e Renata (minha mãe) no aeroporto no dia do embarque.

Embarcamos no dia 1º de julho, fizemos escala em Buenos Aires e Lima e aterrizamos em Cusco. No primeiro dia de viagem fizemos um city tour e no final do dia eu passei muito mal. A altitude do Peru é bem diferente da qual estamos acostumadas e fiquei com dor de cabeça, enjoo e um mal-estar muito grande.

Foto tirada no dia 03/07/19.

A viagem foi muito intensa, enriquecedora e transformadora para todas nós e despertou algo diferente em cada uma. Para mim, a viagem foi a retomada de uma paixão grande: a fotografia.

Na loucura do dia a dia eu acabo não dedicando tempo a isso e ter uma câmera na mão é uma maneira de interagir com as pessoas. Tive a oportunidade de fotografar paisagens maravilhosas, pessoas locais e, através das fotos que tirei, pude registrar o meu olhar sobre a experiência que nós vivenciamos.

Uma das fotografias que mais marcou durante toda a viagem foi a de 4 criancinhas, que ao me verem com a câmera, correram sorrindo na minha direção. Fiquei muito feliz por alguns segundos por sentir que despertei a felicidade nas crianças através da fotografia. Mas depois que tirei a foto, duas delas vieram bem perto, estenderam suas mãos e disseram “money money”. Eu acabei dando moedas que tinha no bolso mas aquilo me gerou uma tristeza e sensação de impotência muito grande por olhar em volta e ver várias outras crianças trabalhando e entender que aquela era a realidade difícil delas.

Foto tirada no dia 03/07/19.

Ao mesmo tempo que o Peru é um país pobre quando se observa a sua população e a maior parte das construções das casas, o Peru tem uma riqueza natural muito grande e tivemos a oportunidade de conhecer diversos desses lugares.

O primeiro passeio fora da cidade e dos ao redores de Cusco que fizemos foi a visita a uma das maravilhas do mundo: o Machu Picchu. A paisagem e a história são incríveis mas o passeio em si é muito turístico, não tivemos tempo e espaço suficiente, por estar lotado, para entender e assimilar a energia que o lugar.

O segundo foi para a Montanha das Sete Cores e passamos por muitos desafios, é uma caminhada muito longa até o topo e a montanha é muito alta. Minha mãe desistiu na base da montanha porque já estava muito cansada, e a Vivi quase desistiu, mas eu e a Micha ficamos o tempo todo do lado dela a motivando para ir até o topo. E valeu muito a pena todo o esforço, porque a vista era muito linda e a sensação de chegar no topo foi extremamente gratificante por todo o caminho que percorremos.

Foto tirada dia 05/07/19 na Montanha das Sete Cores.
Foto tirada no dia 06/07/19 na Laguna Humantay.

Uma outra experiência incrível que tivemos foi a Laguna Humantay. Subimos quase 6 km para chegar até o topo da montanha e foi um enorme esforço em conjunto e superação.

Eu e Vivi amamos aventuras então, para nós, foi a viagem dos sonhos. Já a Micha, não gosta de adrenalina e tem pavor de altura, e minha mãe é fumante e está acima do peso. Então, o caminho todo tivemos que dar apoio uma a outra e respeitar os limites de cada uma.

Novamente foi extremamente gratificante e surpreendente ao nos depararmos com a paisagem estonteante da Laguna e, com a demora para subir até o topo, tivemos o privilégio de ter esse visual todo só para nós.

De todas as experiências diferentes que tivemos por conta da enorme cultura que o Peru tem, a maior experiência estética que tivemos foi quando passamos a noite no Lago Titicaca. Além de ser o maior lago da América do Sul, o Titicaca fica na divisa entre o Peru e a Bolívia e, para as pessoas que estudam energia, é considerado o portal do Chacra Sacral.

Passamos um dia todo em uma das Ilhas Flutuantes dos Uros, feita de palhas e localizada no Lago Titicaca. Estávamos nós, os habitantes da ilha e pessoas da Malásia, Inglaterra, Nova Zelândia e Holanda. Fizemos uma fogueira e jantamos a comida típica do povo.

Ao acordarmos, percebemos que estávamos em um lugar diferente do qual dormimos, afinal, a ilha é flutuante e muda sua posição a medida em que a água se movimenta. Foi uma vivência muito maravilhosa e diferente de todas que já tivemos pelo contato com essa cultura e com o silêncio de estar no meio da natureza.

Contudo, a viagem foi uma enorme experiência tanto visual quanto emocional. Foram dias surpreendentes, emocionantes, de convivência intensa, de superação, apoio, parceria, cumplicidade, alegria, risadas e de muitas vivências novas culturais e estéticas.

Euzinha na trilha para ver a Laguna Humantay.

#3APM20201

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Giovanna Sapojkin Ergas
Iandé
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Estudante de Publicidade e Propaganda na FAAP