Vidas em um vagão

Heloisa Loduca
Iandé
Published in
2 min readDec 6, 2022

A pequena crônica a seguir fala sobre a vida cotidiana, além de questões como autoimagem e autoestima

Por Heloisa Anti Loduca Lima

Algumas semanas atrás, entrei no metrô. Era só mais um domingo qualquer, onde famílias faziam o almoço , ou amigos assistiriam um clássico do futebol juntos. E sim, eu estava no metrô. Diferente das vezes anteriores, estava sozinha. 100% sozinha, quase conseguia ouvir o eco dentro da minha própria mente. E o que é melhor para curar a solidão do que um celular e músicas brasileiras?

Entrei naquele local, sentei e lá coloquei minha melhor playlist. Passa uma estação, e olho para o lado de fora da janela, lá se encontra uma figura difícil de se identificar de início, que logo vejo entrando e se sentando na minha frente.

Inicialmente, tento ver suas características físicas. Aparentava ser uma jovem, magra, bem de vida, linda como nunca visto antes. Sua presença naquele ambiente era grandiosa. Vi todos reparando no seu jeito, e com toda razão. Afinal, alguém com aquela aparência, seria impossível passar despercebida. Parei, e passei a me comparar com aquela figura angelical. Eu era apenas uma jovem simples, fora de qualquer tipo de padrão imposto pela nossa sociedade. Como poderia ser comparável a uma figura como aquela??

Tiro minha visão daquela que agora, estava como eu, mexendo no celular a ouvir música. Conforme o tempo vai passando, aquela figura vai se desvendando para mim. Eu era o oposto daquela pessoa, e era impossível tentar me igualar aquilo. Impossível fisicamente e biologicamente, principalmente pois estava olhando meu próprio reflexo naquela janela.

Photo by Adi Goldstein on Unsplash

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