Vivendo no mato
Em 2009 me mudei de São Paulo, a cidade cheia de prédios, tráfego de carros e pessoas a todo momento, para Mairiporã, mais especificamente para o meio da Serra da Cantareira, onde grande parte do que está a sua volta é selva.
Lembro que assim que cheguei estranhei muito, não se tinham o constante barulho da cidade, sem carros passando a todo momento, sem o barulho de ambulâncias, no máximo se escutava o som de pássaros, grilos e até mesmo sapos. Mas mesmo com a sensação da falta de movimento a minha volta, agora se era possível sentir mais paz ao seu redor.
Além disso, quando criança meus pais não me permitiam ir brincar na rua, mas isso mudou, na casa onde estou até hoje, tudo se encontra de forma tão tranquila que meus pais permitiam que eu saísse de casa para explorar tudo ao meu redor, vendo vários tipos de vegetação, e também sempre com a constante presença de animais por perto.
Esses animais passaram a fazer parte do meu cotidiano, como por exemplo a família de saguis que frequentemente frequentam minha casa, até mesmo vão a janela do meu quarto pedindo comida, esses animais estão soltos na natureza, não compramos ou adotamos eles, mas eles convivem conosco, inclusive vieram nos mostrar seus filhotes assim que eles nasceram. Hoje em dia são uma família de oito macacos.
Todos os dias ao me locomover a faculdade consigo notar perfeitamente a diferença que se tem entre viver no meio da cidade e no meio de uma floresta. Consigo perceber a diferença em como as pessoas vivem, como a vida na cidade é mais agitada, aqui tudo é mais calmo.
Consigo ver como essa mudança de visão é refletida também em minhas fotografias, de modo que agora o meu objeto a ser demonstrado normalmente é parte desse meu cotidiano, o que tento passar é essa ideia de paz e harmonia que encontro todas as vezes que saio do mundo de concreto e chego em casa.
