Viver a vida como uma sul africana

Por Bianca Araujo

Bianca Araujo
Iandé
2 min readJun 9, 2020

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Não venho aqui apenas falar sobre uma viagem de férias, venho contar uma experiencia sem igual, uma conectividade com um país no primeiro minuto. Um lugar com um povo que realmente VIVE, em meio a tanta pobreza e fome, nos 15 dias que passei naquele lugar, posso dizer que pelo menos 90% das pessoas sul africanas que convivi me receberam muito bem, me mostrando que não precisamos de nada material para ser feliz, basta querer.

Quando voltei ao Brasil, entrei em uma reflexão importante sobre como o brasileiro vive a vida. Pensando no cenário que nos encontramos hoje, onde as pessoas devem ficar em casa, de alguma forma se adaptar ao home office (aqueles que podem), se virando do jeito que dá, muitos indivíduos estão desencadeando depressão ou ansiedade por conta dessa crise econômica, politica e este colapso na área da saúde. Mas e ai? E a África do Sul nisso? A África do sul é um país 8 ou 80, com uma saúde adequada somente a quem tem muito dinheiro (poucos e em regiões bem localizadas) e um índice de desemprego absurdo, e como eles lidam com tudo isso? Sorrindo, isso mesmo, sorrindo. Lembro que quando cheguei em Joanesburgo, um vendedor ambulante de chapéu me abordou perguntando se eu queria comprar um, eu disse que não, estava com pressa (mas na verdade não estava, só simplesmente não queria comprar nenhum dos chapéus, nenhum fazia meu estilo), ele perguntou de onde eu era, falei que era brasileira, e ele e começamos a conversar sobre o Brasil, sobre futebol, samba e ele conhecia até feijoada! Uma conversa de 10 minutos, super agradável com muitas risadas, e mesmo eu não comprando nenhum de seus produtos, ele perdendo tempo de venda conversando comigo, ele se despede de mim dizendo “foi um prazer ter te conhecido, gostei muito de conversar com uma brasileira, obrigada por isso deixou meu dia mais feliz”.

A África te muda para sempre, ela te muda como nenhum outro lugar no mundo é capaz de mudar, passei a dar valor as coisas simples, passei a dar valor aquilo que eu tenho na minha vida. E em meio a essa pandemia, passei a valorizar mais a estrutura que o Brasil tem, os profissionais da saúde, coisas que tenho na minha vida e eu só reclamava, e hoje eu valorizo. Hoje que eu tenho que ficar em casa, valorizo muito ver meus avós, valorizo até uma ida ao super mercado. Obrigada África do sul, por ter me mudado tanto.

Bianca Araujo (em Blyde River Canion — Joanesburgo)

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