Wherever I Go

Leticia Arcari
Iandé
Published in
3 min readApr 24, 2020

Com uns 2 anos de idade, saí da minha cidade natal para morar no Rio de Janeiro, por causa do trabalho do meu pai. Fiquei durante 4 anos por lá, e, na época, fazer amigos era até que fácil, por mais que meu sotaque me denunciasse, as pessoas ainda eram bem gentis comigo, até porque criança não tem o costume de ser tão cruel nos primeiros anos da escola.

Com uns 6 anos, ganhei um irmão e me mudei de novo. Dessa vez, deixei o Rio de Janeiro e vim parar em São Paulo, para mim no começo não fez tanta diferença, e pra falar a verdade, não me lembro muito da mudança, a não ser da parte que tive que abandonar meus finais de semana na praia e minha amiga do prédio, que na época, eu considerava como melhor amiga da vida inteira. Quando me mudei para São Paulo, nas primeiras duas escolas que estudei, não lembro de fazer amigos, já tinha uns 6 anos de idade, e dessa vez, eu conseguia misturar um pouco do sotaque carioca com o gaúcho, o que não era exatamente o melhor atrativo para crianças escolherem amiguinhos no jardim da infância.

Nossa primeira foto juntas. Na formatura da pré-escola.

Nessa época é quando começam as festinhas infantis, e, além de comer todas as coxinhas da festa, você ainda pode brincar no pula-pula com todo mundo e fazer filinha para descer no escorregador. Foi nesses milhares de momentos que eu encontrei o que realmente significa amizade. Claro que não me ocorreu na época, até porque amizade verdadeira com 6 anos de idade é dividir o lanche na hora do recreio. Mas, quando ela fez a festa de aniversário do Rebelde, e me deixou brincar com o coelho que ela tinha ganhado do tio, as coisas começaram a mudar.

De lá para cá, eu e a Leticia (sim, minha melhor amiga tem o mesmo nome que eu) não nos desgrudamos mais, ela me deixava brincar com as milhares de bonecas que ela tinha, e, quando ela ia na minha casa, ela já abria o armário das comidas sozinha. A gente sonhava com nossas futuras casas conjugadas e com as futuras viagens que a gente faria quando fossemos adultas.

E de todos esses sonhos, em 2017, o primeiro acabou se realizando, e a gente viajou para Disney. E, o mais incrível dessa história, é que eu consegui juntar o meu sonho de viajar com a minha melhor amiga, com o sonho de viajar com meu melhor amigo também.

Em ordem: Lele, Eu, Luana, Hanna e Pedro

A viagem em si durou uns quinze dias. A gente aproveitou desde o feriado de quatro de julho (dia da independência americana) vendo os fogos de artifício na praia, até reencontrar outros amigos que moram nos Estados Unidos, como a Luana e a Hanna. Mas acho que a parte mais marcante para mim, foi nossa semana juntos na Disney, que foi uma das viagens mais especiais que eu já fiz na minha vida.

O dia mais especial e mais quente de todos. Disney em Julho não é para qualquer um.

A Disney em si sempre teve um significado muito grande para mim, além de ser uma criança que era viciada em Branca de Neve, eu responsabilizo Walt Disney por uma parcela do meu amor pelo cinema, não tanto pela produção em si, mas como ele conseguiu construir algo mágico contando histórias. Eu como uma adulta que ainda finge ser criança nas horas vagas, não podia estar mais feliz em estar em um lugar daqueles, com meus melhores amigos.

Desde montar esquema de quais brinquedos ir primeiro para economizar tempo, até tirar fotos com nossos personagens favoritos, a viagem serviu para trazer uma das certezas mais importantes de todas, a de que por mais doida que a vida pareça, eu sempre vou ter pessoas do meu lado que me amam e me apoiam nos momentos mais loucos, desde me ver chorando no show de fogos no castelo da Disney, ou aguentar minha ansiedade de estar em Hogwarts.

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