Na vanguarda das criptomoedas é fácil afirmar que bitcoin surgiu como reserva de valor antes mesmo de se tornar realmente uma moeda. Já Ethereum sempre teve a proposta de ser a plataforma para contratos inteligentes e dApps. Essas são consideradas a primeira e a segunda geração de criptomoedas, respectivamente. Por outro lado, Cardano surge como a terceira geração. A geração que aprendeu com os erros iniciais e quer ser melhor e mais completa.
Cardano é uma blockchain criada por Charles Hoskinson, ex-fundador do Ethereum, em parceria com a empresa IOHK, fundada por ele e por Jeremy Wood em 2014. Na contramão das ofertas iniciais de moedas que vemos, sua ICO aceitou apenas investidores da Ásia. Uma medida para evitar as regulamentações americanas e também para valorizar o token (ADA) após o lançamento — abrindo espaço para investidores do ocidente. A estratégia funcionou e conseguiram levantar cerca de 62 milhões de dólares.
Mas o que Cardano faz exatamente?
Cardano é uma blockchain desenvolvida em Haskell — linguagem de programação matemática que permite a criação de protocolos mais seguros e confiáveis — pela IOHK. Nela roda, por enquanto, apenas uma criptomoeda: Ada (ADA). A blockchain da Cardano foi criada para operar com contratos inteligentes e side-chains, e deve estar totalmente operante apenas em 2020.
Ao contrário do bitcoin, a Cardano não utiliza do poder computacional dos seus usuários para tornar sua blockchain segura. Ela trabalha com um novo algoritmo chamado Ourobourus. O Ourobouros é um sistema de consenso onde os usuários que possuem tokens (ADA) tem direito à voto. Ao fazer isso, Cardano evita o alto consumo de energia elétrica para manter sua rede ao mesmo tempo que garante baixas taxas, já que apenas os usuários que cobrarem taxas menores serão “eleitos” para a tomada de decisões.
Revisões em pares
Cardano também afirma ser a primeira criptomoeda a ter aprovação de uma vasta comunidade científica. Seu algoritmo de consenso, o Ourobouros, foi submetido e aprovado por dezenas de revisões em diversas universidades e grupos de pesquisa ao redor do mundo antes de ser lançado. Na prática, isso significa que seu desenvolvido não coube apenas a um pequeno grupo de engenheiros e programadores, o que poderia resultar em falhas ou problemas de escalabilidade.
Junto disso, Cardano lançou sua própria carteira para que usuários possam guardar suas ADAs em segurança: a Daedalus. Através dela é possível guardar suas moedas mas também gastá-las em serviços que se conectem à blockchain da Cardano. No futuro se espera integração com bitcoin e ethereum e o lançamento de uma versão para as plataformas Android e iOS.
Enquanto isso não acontece, a expectativa de Cardano é o lançamento de sua plataforma para contratos inteligentes e a possível parceria com o governo japonês no desenvolvimento do ecossistema de criptomoedas no país. Se isso acontecer, veremos uma moeda de menos de R$ 1,00 multiplicar seu valor. Atualmente há cerca de 25 bilhões de ADAs em circulação, para um valor de mercado de 7 bilhões de dólares.