Trends UX design 2018 — De olho no futuro

Patricia Prado
Ideativodesign
Published in
5 min readJan 18, 2018

--

Uau! Parece que foi ontem que falei sobre as tendências de 2017. O tempo passou muito rápido, diversos projetos e eventos aconteceram e ampliaram a visão sobre o futuro do design dentro do mundo digital e fora dele. Experiências com o mestrado, clientes, contato com profissionais extremamente competentes e críticos. Com certeza fizeram essa profissional aqui muito melhor e, também influenciaram na construção das tendências para 2018.

Zapeei por quase 60 sites especializados em UX e Tecnologia. Empresas como Adobe, InVision, uxdesign.cc, IBM Design entre tantos outros. Durante essa busca pelas tendências percebi que deveria ir além da coletânea de tópicos curtos apontados pelos gringos. Busquei fazer uma imersão nos itens que considero mais relevantes e aplicáveis no nosso cenário, se prepara que é textão ;P

Fiquei muito feliz de perceber que o conteúdo foi um dos trends mais citados nos blog gringos. Esse é um dos conceitos que fundamentam o Ideativo Design, junto com forma e personalidade.

Muito além de um rostinho bonito

Termos como “Content-focused Experience”, “Interactive content”, “Content-centered experiences”, foram muito comentados. Percebi que durante muito tempo nos preocupamos com a estética. Geralmente, o design é focado na forma, estudamos muito os conceitos e percepção da forma para conseguir articular bem as mensagens nas interfaces. Por isso, utilizamos as Leis da Gestalt.

Elementos básicos da percepção da forma — Leis da Gestalt (Se alguém souber a fonte original dessa imagem me enviem, please _/\_)

Já interiorizado, os elementos básicos da percepção da forma estão no nosso dia a dia, somos os mestre jedi na linguagem visual. Agora, precisamos conhecer os mistérios da linguagem textual. Escrever nem sempre é uma tarefa fácil.

Essa atividade fica mais difícil quando trabalhamos com conceitos que estão muito longe da nossa realidade, com regras de negócios muito específicas, além daquele famoso discurso, “o usuário já está acostumado com isso”. Dessa maneira empurramos goela abaixo termos esquizofrênicos e arcaicos aos usuários que acabam usando sem ao menos saber o que significam.

Então, conhecer algumas metodologias sobre o mundo textual ajuda a projetar soluções com linguagens visuais e textuais coerentes e consistentes. Segundo o portal UX Both os componentes básicos para a criação da estratégia de conteúdo passa pela estrutrutura, substancia, workflow e governança.

UX both — Componentes da estratégia de conteúdo

Para entender como estabelecer uma comunicação mais próxima com seus clientes e usuários é preciso entender o cenário em que as pessoas estão inseridas e como o conteúdo pode ficar disponível. Questões como hierarquia de conteúdo, rótulos e feedbacks são trabalhados para atender essa demanda. Se você tem interesse em conhecer algumas metodologias o portal UX both apresenta um guia completo para iniciantes em estratégia de conteúdo. Dá um conferes!

Gestos e animação unidos na experiência

Se durante o ano passado as microinterações foram um sucesso, em 2018 a sutileza das animações estarão unidas aos gestos. Depois do lançamento do iPhone X que retirou o botão físico do dispositivo, leva a interação para o nível das interfaces naturais e invisíveis, ou seja, outros gestos e interações não táteis se mostram mais presentes. A equipe envolvida no projeto do iPhone X buscou criar um dispositivo que fosse totalmente tela, que fosse tão envolvente que fizesse o aparelho desaparecer na experiência, também almejaram que o dispositivo respondesse ao toque, voz ou olhar.

FaceID do iPhone X

Com isso os designers podem ter novas oportunidades, mas Don Norman alerta para problemas sérios como aprendizagem. Nesse momento, é que desafios podem se tornar grandes oportunidades, inserir novas maneiras de interagir com os dispositivos e de conduzir os usuários. A maioria dos dispositivos atuais tem o recurso de hapic feedback, de maneira simplista são os trimiliques que tem em alguns dispositivos, como os controles de games. Sabia que esse conceito já era utilizado? Saca só essa foto aê ;)

Hapic no asfalto :P

Brincadeiras a parte. Uma das possibilidades apontadas para trabalhar essas questões de aprendizagem são as microinterações, o ano passado até fizemos um workshop sobre isso. O objetivo das microinterações é ajudar em fluxos e potencializar a comunicação da ferramenta. No entanto, deve ser usada com critérios bem específicos.

Feedback esclarecem as relações espaciais. Fonte: Shakuro

Melhores maneiras de expressar as emoções

Sempre comento que as interfaces construídas seguiram os padrões e inovações de seu tempo. Imagino um mundo em que as interfaces estarão tão diluídas que não será necessário ter objetos para poder controlar algum dispositivo. Os kinects estão por aí, Siris e Alexas também caminhando para isso. Apesar de toda essa tecnologia, ainda temos que tratar das interfaces, sejam elas novas ou antigas. Uma das especialidades do Ideativo Design é trabalhar com interfaces legados.

Sabemos que muitas interfaces nasceram com o melhor do seu tempo, com abordagens que atendiam a demanda da época em que foram criadas. O pensamento era estritamente funcional, alimentando sistemas direcionados pela lógica. Atualmente, como estamos percebendo, os usuários mudaram e precisam de novas abordagens. Segundo Chase Buckley, os sistemas ficaram sem paixão, tudo ficou templatizado e acabamos em um mundo de formas genéricas e produtos sem vida.

Em função disso, empresas conservadoras como a IBM Design correm atrás de recursos como ao do iPhone X que visa trazer as emoções humanas para dentro dos dispositivos. Com o recurso do TrueDepth que analisa 50 movimentos musculares oferecendo expressões reais.

Siri e Alexa também conseguem expressar algumas emoções. Por exemplo, se você provocar a Siri ela te responde braba. Faz o teste aí :P

Resumindo, questões emocionais estão sendo trabalhadas de maneira nativa em alguns dispositivos. Em sistemas mais antigos, pode-se trabalhar os feedbacks e conteúdo de maneira que transpareçam emoções.

Tópicos que apareceram em destaque na pesquisa
Outros pontos foram apontados como Time saving, Voice first, Gestual focused, Personalização inteligente (Veja bem! Inteligente, não automatizada), Interface conversacional, Realidade aumentada, Synesthetic Feedback, muitas cores e vídeos adaptativos, por aí vai. Algumas ferramentas do UX também terão mais colaboração, com recursos de edição simultânea e chats. Vai ser um ano e tanto!!!

Sigam-me os bons
@ideativodesign e
Patricia Prado

Outras referências
Conteúdo em 2018 do UX both
Mobile & Trust: content strategy revisited
UX Mag: Gestures & Animations: The Pillars of Mobile Design

--

--