A sua empresa brinca às vendas?
Seria de esperar que com a crescente crise, com o perder de clientes de longa data e com o apertar dos limites negociais dos nossos clientes, as equipas comerciais se profissionalizassem e fossem mais eficientes, de forma a combater todas estas questões.
No entanto, se observar à sua volta, verá que continuamos a ter empresas que em tempos de vacas magras desprezam literalmente os seus clientes de longa data ou então os seus potenciais clientes.
De que forma é que muitas vezes isto é feito?
Que tal fazer um pouco de investigação à sua empresa?
Já experimentou passar-se por cliente e ligar para o departamento comercial?
Pode ser uma forma simples e eficaz de medir a performance da sua equipa.
Coloque-lhes várias questões.
Das mais simples às mais complexas.
Procure puxar por eles em situações que sejam um pouco fora da norma e veja como reagem.
Já ouviu a expressão:
“Comeste a carne, agora róis os ossos”?
Aqui na minha terra, na Beira Alta, é bastante frequente.
Nas vendas costumo dizer que funciona um pouco ao contrário.
“Primeiro róis os ossos e só depois comes a carne”.
Porquê?
Porque um potencial cliente, quando muda de fornecedor, é precisamente isso que faz.
Primeiro apresenta-nos situações pequenas de fornecimento de produtos ou de serviços. Muitas vezes os comerciais olham para estas situações com desprezo e não lhes atribuem a importância que de facto deveriam.
Só depois é que ele então avança com as situações mais atractivas para nós em termos de negócios.
Ora se um cliente anda à procura de um novo fornecedor, seja por questões de insatisfação, seja para aproveitar a crise e ter melhores preços ou condições de pagamento, e encontra esta situação, o que é que acham que acontece?
Claro, dá meia volta e vai bater a outra porta.
Mas será que devemos atender todos os caprichos de um cliente?
Depende um pouco da nossa estratégia comercial.
Por exemplo, se a nossa empresa é especializada num tipo de produto ou serviço e nada mais, e toda a estrutura está direccionada para aquele tipo de negócio sem preparação para os pedidos “especiais” dos clientes, então provavelmente não fará muito sentido este tipo de abordagem.
Será mais vantajoso fazer uma parceria com um concorrente, mais pequeno, que possa endereçar estas necessidades especiais.
Aqui o que impera é o foco.
Faz mais sentido, por exemplo, apostar em estratégias de manutenção dos clientes actuais, melhorando a qualidade e rapidez de resposta da equipa comercial.
No caso de a nossa empresa ter uma postura mais flexível, devemos definir regras que sirvam de guia aos nossos comerciais e que possam cobrir cerca de 80% das situações que surjam.
Por exemplo, dar-lhes acesso a uma base de dados de empresas que indique claramente o potencial do cliente com base em indicadores como:
- Volume de facturação
- Nº de empregados
- Capacidade financeira / prazos de pagamento
Poderá estar a pensar, mas onde é que eu posso encontrar isto?
Existem neste momento bases de dados de empresas, como a InformaDB ou a Coface, que permitem aceder a este tipo de informação e tornar o processo comercial muito mais eficiente do ponto de vista do potencial de negócio.
Uma das coisas que realizamos frequentemente com os nossos clientes nos processos de diagnóstico comercial ou de negócio que realizamos é precisamente analisar até que ponto as regras de funcionamento comercial estão ou não definidas e, se o estão, como é que são percepcionadas e seguidas pelos comerciais.
Num dos nossos clientes mais recentes, um dos nossos Business Coaches conseguiu, após a implementação de regras claras de trabalho, aumentar a eficiência do processo comercial em cerca de 30%.
E os seus comercias, brincam às vendas?
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