Está a fazer estes erros nas vendas?

Erros nas vendas?

Uma das coisas que ainda estranho, após tantos anos a trabalhar com empresas na melhoria dos seus resultados comerciais, é o desperdício de oportunidades comercias que a maioria das empresas faz.

“Desperdício?”, estará provavelmente a pensar.

Sim, desperdício.

No básico da atividade comercial, sabemos que temos duas formas de gerar oportunidades de negócio.

Ou vamos ter com os nossos clientes.

Ou eles vêm ter connosco.

O ir ter com eles ou virem ter connosco pode acontecer através de várias estratégias.

Trabalho de prospeção comercial, marketing, anúncios, parcerias ou qualquer outra forma admissível e legal.

Na maioria dos casos, as empresas com quem temos trabalhado até têm algumas estratégias implementadas.

Seja ter uma equipa comercial que contacta os clientes e tenta abrir portas para validar possíveis oportunidades.

Seja realizar anúncios ou publicidade para que os clientes vão ter com eles.

Ou uma mistura das duas.

O problema não está aí, o problema está em que, na maior parte dos casos, em qualquer das situações, desperdiçamos muito do trabalho que fazemos.

Vamos analisar hoje a situação em que vamos nós ter com os clientes.

A situação típica é:

  • Ligamos a tentar marcar uma reunião;
  • Se tivermos “sorte”, essa reunião é aceite;
  • Se tivermos novamente “sorte”, conseguimos despoletar uma oportunidade de negócio;
  • Se tivermos “sorte” outra vez, apresentamos proposta;
  • Se tivermos “sorte”, ganhamos;
  • Se tivermos “azar”, perdemos.

Por sorte, entenda-se esforço, engenho, profissionalismo, …

Já lá dizia o meu avô que o sucesso é 1% de sorte e 99% de suor.

No nosso entender, nada nas vendas é mais verdadeiro que isto.

Os fatores de sucesso na área comercial são precisamente o empenho, o método, consistência na sua aplicação e a medição dos resultados que obtemos.

Geralmente, o método não existe, cada vendedor trabalha da sua maneira, sem ponto comum com o restante da equipa.

Medição é algo que também não existe na maioria das empresas.

Medimos o n.º de reuniões, n.º de propostas apresentadas e o n.º de negócios concretizados, mas as componentes intermédias não são, geralmente, analisadas, salvo em honrosas exceções com que nos temos deparado.

Medir o n.º de reuniões realizadas, geralmente, não nos diz muito. Temos de começar muito antes.

Medir o n.º de contactos que originaram uma reunião.

Se o n.º de contactos for muito elevado e o n.º de reuniões for muito baixo, provavelmente será necessário analisar em conjunto com o comercial o que é que está a acontecer.

Por exemplo, a forma como ele aborda o cliente ou os argumentos que utiliza para conseguir a reunião poderão estar a falhar por completo.

Outro exemplo de falha na medição é o rácio de reuniões analisadas para propostas entregues.

Este é daqueles rácios que poucas empresas utilizam, mas que pode fazer a diferença entre olharmos para um comercial e vermos alguém que trabalha imenso ou olharmos para ele e vermos alguém que se farta de fazer reuniões e não consegue nada de concreto em termos de resultados.

Novamente aqui, ao usar este rácio, podemos analisar que algo se passa de errado e agir junto do comercial, analisando o que ele faz de errado na sua abordagem.

E este é apenas um dos erros que as empresas fazem nesta área.

Outro prende-se com a falta de consistência no seguimento de oportunidades comerciais ativas ou nas que já foram perdidas.

“Perdidas?”, estará provavelmente a pensar.

Sim.

Mas antes de pensarmos nas perdidas, vamos a algo mais básico.

Embora seja básico em termos de atividade comercial, muitas empresas não são consistentes no seguimento das oportunidades que geram.

Enviam as propostas, sim, porque hoje, com a Internet, já se perdeu muitas vezes o hábito de ir entregar em mão a proposta, mesmo que esta seja de um valor bastante elevado.

Na sua maioria, seguem cada negócio passado algum tempo, de acordo com princípios estabelecidos na equipa e na empresa (embora, em boa verdade, ainda haja algumas em que se diz aos clientes que se lhes vai ligar para falar sobre o negócio daí a uma semana e essa chamada nunca chega…).

Agora, no que diz respeito às propostas perdidas ou às reuniões que não deram em nada, nem sequer em proposta, o que notamos é que raramente existe uma empresa que aproveite tudo isto.

A ideia é termos sistemas na empresa que mantenha o contacto com este tipo de potenciais clientes, dado que nunca sabemos quando é que no futuro vão necessitar de algo onde os possamos ajudar.

Agora, se nunca mais mantivermos o contacto com eles…

O problema aqui é: qual a forma de contacto com eles?

Pedir a um vendedor que ligue a cada 15 dias muitas vezes não é viável, pois pode causar saturação.

E porque não recorrer a outras alternativas?

Quer algumas ideias?

  • Newsletter;
  • Convite para um evento;
  • Envio de informação técnica especializada;
  • Infográficos;
  • Redes sociais;
  • Encontros de clientes e potenciais clientes;

Enfim, temos implementado tantas nas empresas que temos ajudado, que seria aqui difícil descrevê-las todas.

Esta semana pare um pouco para pensar:

“Será que os meus comerciais fazem estes erros nas vendas?”

Originally published at Ideias e Desafios.

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Jose Almeida
Ideias e Desafios — Revista Semanal sobre Vendas, Liderança e Coaching

Sales and Negotiation, Trainer, Coach and Speaker. Author of several sales articles and books. Made his career in sales and leadership in several companies.