Dimensionamento do Motor Parte 1 — Escolha do Tipo de Motor
Durante a fase em que a cadeira de rodas estava sendo planejada, um dos tópicos iniciais foi o tipo de motor que seria usado. Dentre os tipos possíveis, existem basicamente o de Corrente Continua (CC) e o de Corrente Alternada (AC).
O motor do tipo AC é o que mais é utilizado na maioria das aplicações, pois ele costuma ser mais econômico. Estima-se que quase 90% dos motores fabricados sejam desse tipo. Porém ele não possui um controle de velocidade tão rigoroso quanto esse projeto necessita, uma vez que estamos falando sobre um veículo elétrico — mesmo que não seja considerado legalmente um veículo devido a sua baixa velocidade, mas ainda assim pode ser considerado um.
Se fossemos utilizar um motor AC, precisaríamos de um Inversor de Frequência (IF) para fazer esse controle da velocidade do motor, o que seria um custo a mais para o projeto. Além disso, motores AC costumam ser pesados em relação aos demais tipos, de forma a aumentar o peso do conjunto e dificultando a mobilidade da cadeira. No entanto, como ele é mais fácil de ser encontrado no mercado e existem fabricantes brasileiros como a WEG, seria mais fácil de encontrar um modelo que se encaixe dentro dos nossos cálculos do dimensionamento do motor e também de encontrar patrocinadores externos para o projeto.
Os motores do tipo CC são mais maduros, tecnologicamente falando, com um controle mais eficiente da sua velocidade, embora se considerado para os veículos elétricos de grande porte como os carros, eles não sejam os mais visados. Contudo esse tipo é a escolha mais leve e simples para o projeto, inicialmente. Esse tipo de motor não precisaria de um conversor para as baterias e o sistema de controle pode ser feito de forma simplificada utilizando os micro-controladores que estão disponibilizados no mercado para uso caseiro/hobbista, como o Arduino ou o Raspberry PI.
Durante conversas com alguns professores da UFF, ainda surgiu a ideia de construirmos um motor próprio de Indução magnética utilizando eletroímãs para sobrepujarmos um problema que será comentado mais a frente. Porém, como o projeto também foca no baixo custo essa ideia não seria viável embora seja uma boa opção para ser aplicado futuramente ao projeto.
Sendo assim, ao final, foi escolhido para utilizarmos neste projeto motores CC. Além disso, visando uma maior mobilidade da cadeira, possibilidade de dobrá-la, de retirada das rodas e outras inúmeras possibilidades de flexibilidade, foi pensado em utilizar os motores que são acoplados diretamente no eixo das rodas. Dessa forma poderia ser minimizada toda a parte de acoplamento mecânico entre o motor e a roda que se costuma ver em projetos semelhantes.
