Entrando pro time de Design do iFood

Roberta Castellano
iFood Tech
Published in
6 min readNov 28, 2018

Faz pouco tempo que me tornei User Researcher do iFood. Neste artigo, compartilho algumas das minhas impressões e experiências nas primeiras semanas por aqui.

Bem-vindo ao iFood

Expectativas da chegada

Quando trocamos de trabalho, além do entusiasmo por aprender coisas novas e o incentivo de crescer fazendo parte de um novo objetivo, chegamos com um pouco de insegurança do desconhecido na bagagem.

Dúvidas sobre como vai ser a nova rotina, como o novo time trabalha, como será a adaptação… Você sai de um ambiente familiar, onde está confortável e adaptado à uma rotina estabelecida, para um ambiente desconhecido. Pessoas diferentes, outras ferramentas e processos que não conhecemos.

Em geral, os primeiros dias são psicologicamente intensos, pois o gasto de energia para absorver as novas informações e se conectar com as novas pessoas é alto.

Hello everyone

Entrar no iFood não foi diferente. A empresa número um em delivery de comida, líder de mercado: uma responsabilidade e tanto. A ansiedade pela adaptação veio rápido, mas da mesma forma que veio, foi-se, em uma semana ou duas.

Por aqui todos dizem que os meses parecem anos, que muita coisa acontece, que é dinâmico. De fato, em apenas um mês já foi possível entender os objetivos do produto a longo prazo, a importância dos projetos em que estou envolvida e para onde o time está caminhando. Como se eu tivesse feito parte de uma trajetória muito maior.

A fase da adaptação

O curso natural de um novo emprego já é conhecido. Após passar pela rodada de entrevistas, é necessário assumir a postura de um profissional que se adapta aos rituais de um dia a dia pré-estabelecido, que se molda às necessidades da vaga proposta e aos processos de trabalho já existentes.

É preciso encaixar para entrar

Mas aqui foi diferente. Não tentaram me encaixar em um lugar pré-determinado. O processo de onboarding foi mais empático, livre e adaptável. Desde o início, o time e meus líderes se mostraram dispostos a adaptar a vaga ao meu trabalho, a encontrar o lugar e os processos onde pudessem aproveitar o meus pontos fortes em benefício do grupo.

Passei por algumas rodadas de bate-papo com diferentes profissionais do chapter de design, para entender o cotidiano deles e seus desafios dentro do time. Também atuei em alguns projetos pequenos em times diferentes, do produto voltado para os consumidores e do produto voltado para os restaurantes, com objetivos e entregáveis distintos.

Conforme eu desenvolvia esses projetos, tive a oportunidade de conhecer novas pessoas e, assim, de entender outras partes da jornada do produto. Foi através dessas entregas que minhas skills foram observadas e analisadas, o que permitiu que minha posição fosse readaptada e que novas possibilidades se abrissem na minha carreira.

Foi então que fiz a transição de Product Designer para User Research no iFood. Tenho a constante oportunidade de trazer processos próprios, com os quais me sinta confortável para promover entregas eficientes. Processos que muitas vezes são novos para o time. Assim como tenho a chance de sugerir formas novas de trabalhar e de readaptar e estruturar processos anteriores. Essa abertura apareceu logo no início e perdura com o passar das semanas.

Termos antigos, nova cultura

Como a área de tecnologia do iFood também trabalha em squads, tribos e chapters, logo pensei “vai ser fácil, já conheço esse método”. Mas os processos eram todos diferentes do que eu estava acostumada. Entrei com um conceito já formado sobre o funcionamento e foi um pouco nebuloso entender quando me explicaram pela primeira vez.

Uma nova forma de time me foi apresentada. Uma forma de trabalhar com tribos e squads, mas de uma maneira totalmente diferente ao que estava acostumada. Aqui, a composição desses times é feita de acordo com a própria cultura e necessidades do ambiente, que está constantemente escalando e expandindo.

Sistema dos termos

Os termos são os mesmos, mas as relações e o agrupamento de profissionais com diferentes conhecimentos são mais dinâmicos. Antes, trabalhei com pessoas de áreas diferentes dentro de um ambiente focado só em uma parte da jornada do projeto ou produto. O resultado era mais autonomia em tomadas de decisão.

Hoje, trabalho com profissionais de áreas relacionadas aos meus projetos e com designers de outras tribos e squads, lado a lado. O que dá ao time mais velocidade, alcance de conhecimento e trocas de experiências. Uma forma mais fácil de alinhar os produtos e dar o sentimento de pertencimento aos profissionais do mesmo ecossistema.

Isso tornou o meu dia a dia bastante rico! Consigo ter uma idéia geral das novidades e mudanças de toda a jornada do usuário e tenho proximidade das pessoas com os conhecimentos de que preciso.

A surpresa do lanche

Trabalhar com métricas não é uma novidade na minha trajetória profissional. A forma de trabalhar com elas é que vem mudando com as diferentes experiências na minha carreira. Os OKRs que antes eram feitos baseados em decisões de negócio, com métricas buscadas posteriormente para entender os resultados, hoje funcionam da forma oposta.

Uma das primeiras características fortes com que me surpreendi no iFood é que todas as melhorias, alterações e novas features no produto são medidas em testes A/B. As decisões são tomadas com base em números. Os ciclos de planejamento são concebidos em conteúdos substanciais como “controle do usuário” ou “confiança do usuário” e, a partir deles e de estudos de métricas, os times de produto, tecnologia e design se reúnem para definir os próximos desafios e projetos.

Baseando as decisões em dados

Nada fortalece mais um produto do que a certeza do caminho a ser seguido e de quais dores devem ser solucionadas. Essa fundamentação de decisões se torna sólida de fato quando você valida os dados triangulados em pesquisas qualitativas e quantitativas.

Outra experiência nova que estou vivenciando é poder trabalhar com um content designer. Eu nunca havia parado para questionar a falta dessa função em um time de produto. Ele é o único personagem que conhece todo o fluxo da plataforma, que tem conhecimento de todos os cenários e sabe os pontos de contato com os usuários.

Agora, olhando para trás, vejo o gap que essa ausência gera, e a inconsistência que se forma quando diversos designers criam conteúdo e tom de voz em partes diferentes de uma mesma jornada. Ou quando essa responsabilidade fica na dependência de outra área da empresa, interferindo no trânsito das tasks e no desenvolvimento dos projetos.

Transições simultâneas

Toda experiência que estou tendo a oportunidade de vivenciar no iFood também se deve ao momento atual da área de design da empresa. O time está crescendo, ficando mais forte, diverso e se readaptando. O tempo todo aparecem oportunidades de participar em decisões do Design System, dos processos de research e das novas ferramentas, e todos querem colaborar.

A liberdade que os profissionais mais fluidos e com skills diferentes têm aqui, de poder experimentar diversas funções, permite que todos do time exteriorizem seus conhecimentos com o que sentem mais afinidade e se direcionem mais para o que gostam. O iFood é um unicórnio brasileiro, então a oportunidade de crescer e de criar um produto cada vez mais inigualável de food delivery é um incentivo forte para todo o time.

iFood, unicórnio brasileiro

Essa etapa de transformação do time acontece simultaneamente com a minha transição profissional. Saio de uma cultura anterior muito focada em validação, cocriação e contato com o usuário. Entro nessa nova fase trazendo para meu cenário atual esses meus princípios e práticas.

Trago, naquela mesma bagagem citada no início, todos os aprendizados da minha trajetória, meus erros e acertos, a troca com profissionais maravilhosos com quem tive o prazer que trabalhar, os desafios superados e principalmente a vontade de somar com esse novo time para criar a experiência mais incrível do mercado de delivery.

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