Crítica | Moxie: Quando as Garotas vão à Luta

Luísa Monte
Ih Viciou
Published in
3 min readApr 29, 2021
(Créditos: Netflix/Reprodução)

Assim como eu, uma garota de 17 anos, tenho certeza de que muitas outras têm grande chance de se identificar com “Moxie”: um retrato do ensino médio nos introduzindo a questões importantes da vida real e nos despertando a fazer parte da luta. Vivemos em uma geração em que as sgarota não são mais criadas para casar, temos leis que nos protegem da violência doméstica e somos relativamente “livres” para fazer o que quisermos. Entretanto, a verdade é que ainda há, sim, muito o que reivindicar. E “Moxie” mostra a importância de continuar lutando pelos direitos e respeito às meninas e às mulheres.

Na cidade fictícia de Rockport, a imagem de um colégio de ensino médio se repete. Vivian, uma garota tímida e relativamente normal, procura algo com que se identifique. No começo de um novo ano de aulas, uma aluna nova é assediada pelo clássico capitão do time de futebol, que ganha todos os campeonatos e recebe todo o investimento esportivo, e ela é descaradamente negligenciada pela escola. Outra garota é repreendida por usar uma blusa de alças que “provoca” os meninos. Inspirada pelas antigas memórias afetivas de sua mãe, guardadas em baú, Vivian começa um grupo feminista no colégio para lutar contra as injustiças provocadas pela realidade machista.

Capa do livro “Moxie” edição inglês

Inicialmente, a garota que normalmente não se envolvia em grandes causas permanece anônima como fundadora do grupo. Mas isso não impede que ela participe dele e recrute cada vez mais meninas, através de folhetos de convocação nos banheiros e do símbolo do grupo Moxie: estrelas e corações desenhados nas mãos. À medida em que o grupo crescia, com mais causas feministas elas se envolviam, como a verba para os times esportivos: por que o time masculino sempre é melhor patrocinado, ainda que o time feminino ganhe o campeonato? Apesar de limitadas ao ambiente escolar, as discussões presentes no filme com certeza ampliam-se a outras questões no mundo real, como a desigualdade salarial, de cargos hierárquicos, a divisão das tarefas domésticas e os estereótipos.

Ao final do filme, depois de ter passado por algumas dificuldades causadas pela imaturidade de Vivian e de outras meninas, o grupo torna-se muito mais maduro, mostrando que a união sempre traz benefícios. Finalmente, motivos não faltam para trazer as garotas da geração atual à luta feminista e eu acredito muito que “Moxie” é um gatilho, no bom sentido, para inspirar muitas de nós. Portanto, vamos todas de estrelas e corações na mão lutar pela igualdade!

Ótimo filme, traz muitos elementos culturais feministas e dos anos 90 e 2000, cultiva o espirito de luta moral e a amizade e união.

País: Estados Unidos

Ano: 2021

Direção: Amy Poehler

Pontuação: 4,0

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