Uma sugestão de estudo para UX: neurociência
Tema que precisa estar no universo do profissional de UX
Trabalho com UX há um bom tempo e já li diversos livros sobre o tema — desde a época do livro do urso polar (Information Architecture) do Louis Rosenfeld e Peter Morville , o Não Me Faça Pensar do Steve Krug e do Home Page Usability do Jacob Nielsen.
Hoje temos vários livros sobre o UX. Todos que li tratam o UX num nível superior: conceitos, filosofia, aplicação prática, dicas, work flow, etc.
Apesar de excelentes livros, nenhum que conheci vai a fundo e no âmago do ser humano. Afinal, o U, do UX, quer dizer que desenvolvemos trabalho para um ser humano.
O livro Como Criar uma Mente, de Ray Kurzweil, vai a fundo, bem a fundo mesmo, e oferece para o profissional de UX um enorme conhecimento da mente e do cérebro que pode ser encarado como uma base nítida para os trabalhos de UX.
O foco do livro na verdade é nos levar a conhecer de perto o não humano, ou seja, seu conteúdo é direcionado para a Inteligência Artificial. Mas para explicar a IA — usarei IA para inteligência artificial e não Information Architecture ;-) — ele precisa nos levar a conhecer o funcionamento do cérebro humano.
Dentre todos os assuntos abordados no livro, eu destaco aquele que julgo central para pensar projetos de UX: teoria da mente baseada em reconhecimento de padrões. Essa, também, é a teoria central das decisões que tomamos no nosso dia a dia e da construção da nossa inteligência.
Um exemplo simples que ele usa no livro. Se passar rapidamente diante de nossos olhos a palavra APLE, em questão de milésimos de segundo, nosso cérebro sugere APPLE. Ele insere o P que estava faltando porque, com base no seu aprendizado, é a palavra mais provável. A mente julga: APLE não existe, mas talvez seja APPLE. É APPLE sim porque está dentro do contexto de tecnologia. O mesmo ocorre quando usamos algo que se assemelha a um botão, mas que na verdade não é. O usuário clica e se frustra, já que o reconhecimento de padrão sugeriu ser um botão.
Um outro ponto que destaco está no capítulo 7, onde Ray aborda os Modelos Ocultos de Markov. A matemática do conceito de Markov está presente na interface que a cada dia utilizamos mais, como a SIRI do iPhone, o Google Now e até a biometria presente nos caixas eletrônicos.
Bem, essa é minha sugestão de expansão de aprendizagem na área de UX. Comprem o livro e mergulhem no conteúdo, mas com aquele olhar de UX que temos.
Por Claudio Palmieri
Digital Planner/Creative, UX Specialist, Interactive Designer and Innovation/lab Lover.
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Revisado por Natascha Cristina Lopes