Naquela sala

A poeira se acumula num canto. O silêncio continua por todo o cômodo. Até que se ouve um suspiro…ou grunhido, difícil definir. A escuridão é quase completa, a não ser por uma brecha na parede ao fundo. Ela já estava lá alguns minutos atrás?

O som anterior parece se repetir mais vezes agora. Não é possível discernir sua origem, mas aquela pequena luz já não está sozinha, ela se junta a outras rachaduras em um ponto ou outro do cômodo. De onde vem esse brilho?

A respiração se acelera e chega a ofegar. A coisa que a produz tem uma forma imprecisa, ainda que a luz disponível seja abundante. Ela não está estável, algo a incomoda, ela quer que o movimento pare… AGORA.

Consigo ver seus contornos, eles estão se tornando mais claros e a sua superfície mais suave. A luz, no entanto, é muito forte e os grunhidos estão quase me enlouquecendo.

Não consigo. Fecho a porta.

Mas ainda ouço um som ao fundo.