O parque de sempre

Baquiones
Imagine S.A.
Published in
1 min readJan 26, 2018

Segunda feira, fim de tarde no parque central da cidade. O sol se põe ao longe, os pássaros já estão se cansando de cantar e poucas pessoas passeiam por lá. Mas ainda resta um casal de mãos dadas sentado no banco embaixo da árvore florida.

Aquele parque já foi lugar de grandes festas nos tempos antigos, quando a cidade ainda era um pequeno povoado. Já foi também onde as crianças brincavam antes de ir para a escola, naquela época que eram só casas ao redor e não cinzentos prédios comerciais.

Mesmo assim, ainda há beleza e história por lá. A fonte continua jorrando água com aquela calma e leveza de sempre. E os arbustos são bem cuidados pela senhorinha que sempre vem às terças podar e regar uma porção deles antes de ir à igreja. Há até quem diga que gosta de como as folhas das árvores caem pelo chão, mas isso não é bem um consenso, porque outros pensam que é só sujeira mesmo.

O sino da igreja central toca e o relógio indica que já é noite. Logo o parque todo deve ficar vazio, como de costume. O casal se levanta, os dois se abraçam e cada um caminha para uma saída diferente. Um deles chega ao portão e toma seu caminho para casa. O outro começa a andar lentamente… se sente um pouco ofegante. O coração parece mais pesado.

Ele olha para trás por um momento.

No fim, era só saudade mesmo.

--

--