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Imagine S.A.
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2 min readJun 3, 2018

Estela, esse foi o melhor nome que ele tinha pensado para a máquina de café. Na verdade, foi o primeiro nome. Ele não queria se preocupar muito. Além do mais, aquilo até que soava bem quando ele pedia: “Estela, um expresso agora, pode ser?”. Não daria pra ser assim se tivesse usado aquele nome na caixa.

Agora o que ele mais queira não era uma xícara de café, mas uma massagem na sola do seu pé. Como surgiu aquela cãibra? Numa hora ele estava assistindo à partida de críquete tranquilo e na outra estava doido procurando um massageador automático de pés.

De repente, Astrid aparece na tela do vídeo contato. “Bruno, por que vejo uma bunda me encarando?”. Ele se vira no susto, todo descabelado. “Oi. Hum, desculpa. Tive uma coisa estranha no pé e precisava muito daquele massageador que você me deu antes de me dar um fora.” Era bem verdade que ele tinha levado um fora, mas já tinha superado. Teve outros três relacionamentos de duas semanas desde então.

“Ah, tá. Faz tempo que a gente não se vê, não é?” Ela vinha pensando em ligar há uns dois dias, mas não sabia como ele reagiria, o término não foi dos melhores. Mesmo assim, perguntou: “O que você acha de marcarmos um sexo pra amanhã?”

Ele ouviu, pensou um pouco e respondeu: “Que legal, acho uma boa, mas tô com uns problemas de ereção ultimamente. Não garanto nada, ok?”

Nenhuma novidade, ela pensou. “Tá bom,a gente tenta ou usa uns brinquedos que eu comprei. Você vem aqui às 20h?”

Ainda bem que ele tinha desmarcado com a galera aquele jogo, mas a parte boa seria rever os peitos dela. “Beleza, passo aí. Vou levar cerveja.”

Ela desligou e ele nem se lembrava mais da dor no pé. Agora só queria encontrar aquela pílula mágica.

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