El Maestro Tabárez e “el proceso” da renovação uruguaia
A Copa do Mundo é um momento mágico, que de 4 em 4 anos floresce e traz consigo revelações, evidencias das tendências globais e dota-se de um simbolismo ímpar. Contudo, o ciclo esportivo de uma seleção é muito maior do que isso.
Resumir o grupo de um selecionado nacional a um evento de um mês a cada quatro anos é um enorme reducionismo e pensar assim prejudica domesticamente o país. Dá-se a responsabilidade da formação técnica, tática e de identidade nacional ao clube, que muitas vezes, pelas tendências internacionais do esporte, nem é um clube nacional.
A Seleção Uruguaia é um enorme exemplo. Década após década vinha perdendo suas relevância, após conquistar o bicampeonato mundial em 1950 no Maracanazzo. Cada vez mais associado à violência e força física, perderam o primor e o potencial competitivo. Até Óscar Tabárez.
Dono de uma história pessoal de vida incrível, “El Maestro”, em 2006, quando assumiu a Seleção pela segunda vez, atribuiu-se de uma tarefa muito difícil: renovar os atletas uruguaios pensando na Seleção. Inspirado no que Pekerman fez pela Argentina em 1995, ele começou a pensar na base e assim se deu el proceso. De lá pra cá foram diversas revelações que culminaram em 2010 com um quarto lugar em Copa do Mundo e em 2011 com um título de Copa América na Argentina.
Giménez, Suárez, Cavani, Bentancur, Muslera… todos ganharam relevância nas mãos de Tabárez, que o enxergam não só como um técnico, mas como um professora, como um maestro. E assim, se deu o processo de trazer a um país de menos de 4 milhões de habitantes uma nova esperança nacional, com a garra charrúa sendo associada ao persistente e vitorioso jogo uruguaio.
Nos empenhamos em, durante a Copa do Mundo, fazer um programa diferente e exaltar uma das maiores figuras do futebol mundial. Óscar Tabárez merece reconhecimento por seu trabalho e destrinchamos sua vida, carreira e projetos em mais uma edição do Imigrantes da Bola.
Sinta-se convidado a ouvir e a exaltar El Maestro Tabárez!
