Projeto Imigrare compartilha histórias de imigrantes moradores da Capital
Mamadou Abdoul Vakhabe Sène se mantém em Porto Alegre como chef de cozinha e professor na Faculdade Senac
O Imigrare é um projeto dos alunos de jornalismo, do 5º semestre, da Escola de Comunicação, Artes e Design — Famecos/PUCRS. Buscamos ser uma rede de apoio que visa o compartilhamento de histórias dos imigrantes que vieram para Porto Alegre em busca de melhores condições de vida ou por outras razões. Atualmente, Porto Alegre é uma das que mais recebe estrangeiros no Brasil e a Prefeitura estima que cerca de 3,7 mil imigrantes vivem hoje na capital gaúcha. A maioria são haitianos, senegaleses e venezuelanos. Muitos são vistos trabalhando na informalidade pelas ruas. Além disso, de acordo com informações do Ministério do Trabalho, Porto Alegre tem se destacado entre as capitais que mais empregam estrangeiros, ao todo são 1.706 com trabalho formal, número que a deixa atrás apenas de São Paulo e Boa Vista, Roraima.
Seguindo nesta linha, o objetivo é conduzir a sociedade com mais empatia para que conheçam a história de cada imigrante e, através disso, consigam compreender com maior facilidade a questão migratória. Aos que se interessam por assuntos relacionados a questões sociais, temos o propósito de levar dados e informações através de reportagens com especialistas da área, dentre eles, sociólogos, professores envolvidos com a causa, membros de grupos que prestam assessoria aos imigrantes e o próprio imigrante. Nos canais de comunicação, surgem inúmeras notícias que acabam propagando o preconceito quando o assunto são questões trabalhistas. Através do Imigrare traremos informações verídicas para quem, por vezes, enxerga no imigrante como alguém que irá tomar o lugar no mercado de trabalho e, também, os seus direitos e deveres para viver em território brasileiro.
Por isso, contaremos agora uma breve história sobre um senegalês que reside aqui na Capital. Vamos conhecer um pouco sobre ele? Mamadou Abdoul Vakhabe Sène, é professor de gastronomia e Chef de cozinha na Faculdade Senac Porto Alegre. Nascido em Dakar — capital do Senegal — desde cedo já se interessava pela área Gastronômica e no ano de 1978, recebeu uma bolsa para estudar no Brasil.
O profissional, estudou história por um tempo, mas, se formou no curso de hotelaria, onde via uma oportunidade de crescimento mais abrangente. Após formado, trabalhou como guia de turismo, e logo depois como garçom. Sène buscou trabalhar com sua verdadeira paixão: a gastronomia. Com esforço, o chef ganhou uma bolsa para estudar dois anos em Chambéry, França. Ainda restando seis meses para terminar sua bolsa, conseguiu transferência para a cidade de Nice, no sul da França. Onde se formou com 19 anos de idade.
Logo formado, trabalhou em duas redes francesas. Uma delas foi o Clube Mediterrâneo, onde Sené pegou a época de baixa temporada e devido a política do restaurante ao invés da demissão optaram pela transferência dele para outros restaurantes. Durante essa transição, o Senegalês, chegou a morar em 20 países e, mesmo assim, nunca deixou de visitar seu antigo país. No Senegal a poligamia, diferente do Brasil, é permitida, sendo assim, o pai de Sené era casado com 4 mulheres e sua família composta por 24 irmãos. “A maioria dos meus irmãos possui curso superior e muitos moram na Europa (França, Alemanha, Espanha e Itália) mas alguns ainda residem no Senegal”, conta.
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