O quão inglesa ainda é a Premier League?

Thiago Barone
Imponderável FC
Published in
2 min readAug 6, 2018

Curte a Premier League? O campeonato de futebol mais rico do mundo começa mais uma temporada nesta semana.

Como a quantidade de dinheiro que rola por lá é muito grande, resolvi buscar o histórico de jogadores que atuavam pelos times campeões desde 1992/93, que é quando começa o atual formato, e ver como isso impacta na distribuição de atletas pelas equipes mais fortes.

O vídeo tem alguns pontos destacados e por si só já passa o recado de como o capitalismo moderno mudou o cenário. Abaixo dele vou deixar alguns comentários que podem contribuir para o entendimento.

É muito interessante ver como a quantidade de jogadores que não são britânicos aumenta com o passar dos anos. Chega a ser assustador ver que em 5 anos as características das equipes mudaram completamente. E essa globalização no futebol inglês, suponho, se deve a dois fatores principais: a lei Bosman, que entre outras coisas, permitiu que atletas de países da União Europeia pudessem jogar em regiões da comunidade sem serem considerados estrangeiros, e um senhor chamado Arsène Wenger.

Wenger foi campeão com o Arsenal pela primeira vez em 1997/98, e seu time foi o primeiro a ter mais de 40% de estrangeiros no elenco (neste ano, inclusive, ele levou alguns franceses que treinara pouco antes, no Mônaco). Anos depois, na temporada 2001/02, ele mudou novamente o formato e teve o primeiro time com menos da metade do elenco composto por britânicos. E aí vem 2003/04 e ele faz o quê? Muda tudo de novo. Apenas 24% do time era do Reino Unido.

Desde então, apenas um clube foi campeão com mais de 40% do time formado por britânicos: o Manchester United. Todos os outros tiveram, no máximo, 35% dos jogadores nascidos na terra da rainha. E observando as mudanças desses últimos 26 anos, a tendência é que isso se acentue ainda mais nas próximas temporadas.

Interessante para pensar os novos tempos do futebol e o quão nacional um campeonato endinheirado consegue ser.

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