Um dia antes
A solidão clama meu nome
utiliza a impaciência e
todo o critério,
para me empurrar ao chão áspero e imperfeito.
Brinca com sentimentos alheios
desvia meu olhar do notório
desliga a atenção bruscamente
altera a sintonia de humor
para me pôr onde devo estar.
Um mero expectador da vida
observador estático
um poeta sujo que cria
ilusão do amor pelas linhas
que leva feridas de diálogos aos cantos
e desinfeta com palavras de duplo sentido
que capta as injustiças da vida
sem compreender o que é injusto
consigo mesmo.
Que procura compaixão deixando
o temperamento ferver derramando em
toda superfície fugaz
Oh Deus, se queres um
homem de bem, por que me leva
ao porão cheio de velas derretidas
ensandecido com meus anseios
gritando de dor, sem temer a morte e
julgando todos meus atos.
Oh Deus, sei da loucura, ter consciência
da grandeza dela são aspectos
de gênios
Mas não me deixe ser desiludido
em saber da loucura e ela
ser pequena,
isso me leva em uma vida
cheia de desperdícios.
Tire de dentro de mim essa
lucidez e coerência lógica.
Rasgo inteiro meu ego no
reflexo, para não ter
opiniões
e provar minha
incapacidade de
julgar.
