Cancelar ou cancelar?

Samanta Rodrigues
(IN) (RE) FLEXÕES
2 min readOct 19, 2023

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Agora vou lançar uma praga atual: ligue para o SAC e cancele a internet!

Deu medo? Vamos lá, chapéu de bruxa e é hora de “UX na real”.

O cancelamento é um horror real e lovecraftiano.
Tem aquele feito pelas pessoas nas mídias porque alguém pisou feio na bola, uma punição.
Agora, o terror vivo e profundo é o das pessoas que consomem serviços quando precisam… cancelar o serviço.

No filme Inception, do Christopher Nolan, a gente entra em contato com sonhos, realidades e camadas que se sobre(inter)põem e são difíceis de se desvencilhar. A tela do aplicativo ali? Uma inception de respeito!

Bom, mas não se trata de uma tela desconhecida. É a multifamosa tela de confirmação: tem a pergunta da ação, uma descrição do que acontece e embaixo duas opções de continuar ou parar a ação. Algumas vezes tem cores em destaque para dar “aquela forcinha” na decisão de quem usa o aplicativo.

Antes que colegas UX Writers me joguem a praga que acabei de sugerir ali no título: eu sei que no dia a dia do trabalho de redação, é fácil cair na armadilha do modelo pré-pronto. O texto de um dos botões inferiores já está com o “cancelar”, então é só completar com a repetição da ação da pergunta no outro botão… 🥲

UX na real: vamos pensar na possibilidade da pessoa responder “sim” ou “não” para a pegunta do título. No descritivo, reorganizar a explicação usando um sinônimo como “excluir”, por exemplo. Até porque usar quatro vezes o verbo da ação não é manter paralelismo, é excesso e deixa a compreensão truncada.

Será que a equipe de UX ganha barrinhas de proteína que deixam o coração feliz? Se me convidarem pra trabalhar, eu conto!

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Samanta Rodrigues
(IN) (RE) FLEXÕES

Artesã de palavras, criadora de universos, professora, pesquisadora. Mãe do Oliver.