Transformação Digital no Mercado Imobiliário, você está fazendo errado…

Ana Paula
Bloco Inovação
Published in
7 min readJun 23, 2020

Ou pelo menos não entendeu o que realmente é a Transformação Digital

Photo by Tyler Lastovich on Unsplash

Segundo o Google Trends, a pesquisa por “transformação digital nas empresas” está em uma crescente de 250%. Isso é um reflexo claro do cenário em que estamos inseridos. Com a pandemia e, principalmente, o isolamento e distanciamento social, as empresas se viram “obrigadas” em rever suas estratégias e criar novas maneiras de estar “perto” dos seus clientes.

Além de toda a procura por tal assunto, nós vemos a crescente oferta de conteúdos relacionados, são lives, ebooks, artigos e tecnologias que juram salvar as empresas nesse momento. Mas mesmo com tudo isso disponível, ainda escutamos: “por que é tão difícil transformar a minha empresa digitalmente?”

Você não está com foco e está fazendo errado. Esse é o primeiro passo, por mais óbvio que pareça, você precisa aceitar que não está fazendo certo e que precisa de ajuda.

Mas Ana, como eu sei que eu estou fazendo errado?

Vou te fazer 7 perguntas em cima dos principais erros e aprendizados que eu tive e vi de diversos gestores cometendo ao longo de um ano trabalhando com inovação e transformação digital para o mercado imobiliário. Peço que seja franco com você mesmo:

1. O que é transformação digital para você?

Se você acredita que a transformação digital não passa de digitalização de atendimento ou de processos, você já está errando. A transformação digital fala muito mais de pessoas do que de tecnologia.

“Você pode comprar praticamente qualquer tecnologia, mas sua capacidade de se adaptar a um futuro ainda mais digital depende do desenvolvimento da próxima geração de habilidades, do fechamento da lacuna entre oferta e demanda de talentos e da proteção do seu próprio potencial e de outros.”

Ela nada mais é do que uma transformação cultural voltada a um mindset digital, onde as pessoas envolvidas na empresa deixam de ser vistas como operadoras e começam a ser vistas como seres pensantes.

E a tecnologia simplesmente aparece para nos “dar” esse poder, de deixar de fazer o manual para focar no estratégico. E aí é que está a virada de chave e a grande importância de uma mudança/transformação muito bem facilitada.

Se antes nossos colaboradores eram contratados para apertar botões, como amanhã serão responsáveis por liderar mudanças e explorar novas possibilidade de mercado e produtos?

Você PRECISA estar disposto a deixar o mindset industrial de lado e começar a ver os seus colaboradores como seres responsáveis pela sua empresa, e claro, dar oportunidade e confiança para que isso aconteça. Parece difícil, né? Mas não é a toa que as empresas referências no mercado são tão conhecidas por terem uma cultura de muita liberdade e autonomia.

Está afim de saber mais sobre processo de transformação digital? Contamos um pouco mais sobre o nosso trabalho e nossa jornada de inovação aqui neste conteúdo.

2. Você está disposto a abrir mão do controle?

Essa é uma das perguntas mais importantes e sinceras que você deve se fazer e fazer para as outras lideranças da sua empresa. Isso envolve:

  • Você está disposto a dar autonomia aos seus colaboradores?
  • Você está disposto a aceitar os erros dos seus colaboradores?
  • Você está disposto a abrir mão do controle de pontos/horas?
  • Você está disposto a ver seus colaboradores trazendo ideais/propostas diferentes e contrárias às suas?
  • Você está disposto a ver seus gestores escolhendo suas metas/objetivos?

São perguntas com respostas difíceis que requerem uma maturidade elevada.

Mas Ana, por que eu preciso abrir mão do meu controle? Quando você controla o que os outros fazem, eles não deixam de ser operacionais. Você não os dá espaço para criarem e trazerem algo de fora, eles nunca farão algo “de fora” do escopo controlado.

Você abrir mão do seu controle não significa você não saber o que está sendo feito na sua empresa, mas dar espaço para que as pessoas escolham como vão fazer o que necessita ser feito e que elas te contem, por livre e espontânea vontade, igual comentei no ponto anterior sobre confiança, lembra?

3. O quanto você dedica o seu tempo a estudar?

Você talvez já tenha ouvido falar em Lifelong learning (Educação contínua), onde o conceito aqui é jamais parar de estudar. Porém, por que isso é importante? O que eu não posso parar de estudar? É apenas como administrar minha empresa?

Estamos vivendo em um mundo em que temos uma previsão de gerar 350 zettabytes de dados, ou 35 trilhões de gigabytes apenas em 2020.

Esses dados se relacionam com tudo, desde cadastros simples em sites para conseguir informações à transações bancárias. Esse é um dos motivos do porque falamos de educação contínua, tudo acontece de maneira mais rápida, as mudanças acontecem, sim, de um dia para o outro e por isso devemos estar sempre estudando para entender quais mudanças estão acontece e quais, principalmente, podem acontecer em um futuro próximo.

E não, você não deve apenas estudar sobre a sua área, seja ela administrativo, marketing, TI… Você deve estudar sobre tudo que estiver no seu alcance. Quando falamos de inovação, falamos de adaptação, de improvisar e isso nada mais é do que saber usar o que se tem para melhorar algo. Ou seja, você precisa ter repertório, precisa saber o que tem disponível para uso. Talvez uma empresa de turismo — caso Airbnb — possa ameaçar o seu negócio e você não estava olhando para isso antes, e agora?

Estar atento ao que acontece no mundo é essencial para quem quer expandir seu negócio.

“No futuro, os concorrentes virão tanto do mesmo setor quanto de outros setores compatíveis e relacionados. Alguns anos atrás, empresas de táxi e redes de hotéis não imaginariam competir por passageiros e hóspedes com startups de tecnologia como Uber e Airbnb, que fornecem transporte e alojamento privados. Para detectar concorrentes latentes, as organizações deveriam começar pelos objetivos dos consumidores e avaliar as alternativas potenciais que eles poderiam aceitar para alcançar esses objetivos.” — Iwan Setiawan e Philip Kotler em Marketing 4.0

4. O quanto você dedica seu tempo a entender os problemas do seu negócio?

Além de estudar sobre o que acontece fora da sua empresa, você precisa entender o que acontece dentro dela também. Diagnosticar o que pode ser melhorado em seus processos, ferramentas, produto/serviços. Não se deve fazer apenas quando se está criando o negócio, mas sim sempre que possível. Isso significa olhar para a jornada do seu consumidor e entender onde você pode atuar para melhorá-la, significa entender os processos que seus colaboradores fazem e quais deles geram atrito com seus clientes. Entender o real problema e não apenas a consequência que ele gera.

5. Você conhece seus processos?

Como comentado, conhecer seus processos e mapeá los é o primeiro passo para conseguir entender onde você pode atuar de maneira mais assertiva:

  • Você sabe quais são os processos realizados pelos seus colaboradores?
  • Você sabe quais deles estão diretamente relacionados aos seus clientes
  • Quais sensações/emoções seus clientes tem em cada etapa do seu processo? São positivas ou negativas?

Você talvez já tenha ouvido falar na transformação que a imobiliária Brognoli está passando, toda essa digitalização e mudança está acontecendo muito porque, atualmente, a empresa tem todos os seus processos mapeados. Um projeto de 6 meses que foi possível por conta de muita colaboração dos colaboradores e que atualmente facilita qualquer nova implementação e iniciativa de tecnologia na empresa.

6. Você conhece a sua cultura?

Isso vai muito mais além do que apenas ter um book cultural ou um brandbook

Já falamos aqui que transformação corresponde mais sobre pessoas do que tecnologias, e as pessoas que mais se relacionam com seu negócio são seus colaboradores, certo? Então, você os conhece? Você sabe quais são seus objetivos? Você sabe quais são suas principais habilidades e quais eles precisam desenvolver? As empresas que mais são referência em transformação digital, inovação e experiência dos clientes são as empresas que conhecem muito bem seus colaboradores e são os negócios que mais desenvolvem os mesmos para que eles tenham a melhor performance com seus clientes. Você está disposto a investir em seus colaboradores?

Está querendo descobrir um pouco mais sobre o seu negócio? Nós temos um diagnóstico de maturidade digital totalmente gratuito para você saber em que nível sua empresa está, já é um ótimo começo né?

7. Você conhece seus clientes?

“Existe apenas um chefe, o cliente. E ele pode demitir todos na empresa, desde o presidente, simplesmente gastando o dinheiro em outro lugar”.

— Sam Walton, fundador do Wal-Mart

Nossos clientes são nossos ativos mais valiosos, e por isso, conhecê-los já não é mais um diferencial, é essencial. Estamos vivendo em um contexto em que temos diversas gerações extremamente diferentes convivendo e consumindo de maneiras diferentes, como seu negócio se comunica e atende cada uma? Você tem um nicho específico ou um produto específico para cada público? Ou atende todos iguais? Como você faz seus clientes se sentirem? Qual a experiência que o seu negócio causa a ele?

Para realmente passar por uma transformação digital você precisa responder de maneira muito sincera cada uma dessas perguntas e entender se você está disposto a abrir mão e buscar atender esses tópicos. Caso contrário, você apenas estará atingindo uma digitalização de processos ou atendimento…

Percebeu que precisa de ajuda? o Bloco pode te ajudar!

Está afim de bater um papo mais profundo sobre como você pode levar a Transformação Digital para o seu negócio imobiliário? Estamos super a disposição: contato@bloco.digital, nos dê um oi :)

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Ana Paula
Bloco Inovação

Integrante do time Bloco e apaixonada por comportamento humano, propósito, valores e crenças humanas…