O que a inovação tem a ver com o jornalismo?

Ana Cecília Nunes
Inovação em Jornalismo
2 min readDec 22, 2020

Reflexões de estudantes de jornalismo da PUCRS sobre a imersão em um processo de Design Thinking aplicado aos desafios de informar

Foto de capa: por JJ Ying no Unsplash

Dinâmica colaborativa “Como podemos” aplicada ao jornalismo e as reflexões da turma de 2020/2. Esta dinâmica está descrita no livro Sprint de Jake Knapp.

Em 2016, a PUCRS introduziu a disciplina Inovação em Jornalismo no currículo dos estudantes de graduação. Desde lá, venho facilitando a vivência das turmas, durante um semestre, em um processo do Design Thinking aplicado ao jornalismo. Mais do que revolucionar o mercado de notícias, o importante aqui é o processo. É a percepção de que jornalistas podem criar produtos, podem ser gestores de produto e podem sim enxergar este produto além da unidade da notícia. Além disso, inovação é mais do que tecnologia. Ela pode se materializar de diferentes formas e ter diferentes classificações.

De fato, a análise da inovação em jornalismo é particular e complexa, tendo sido tema da minha tese de doutorado, realizada em cotutela entre a PUCRS (Brazil) e a Universidade de Beira Interior (Portugal), em parceria com a World Association of Newspapers and News Publishers (WAN-IFRA) e com bolsa CAPES/PDSE. Nela eu defendo que a inovação midiática, particularmente a jornalística, demanda eixos específicos de análise que partem de cinco dimensões: (1) pressupostos da inovação, (2) iniciativa inovadora, (3) cultura organizacional e estrutura (4) apropriação da inovação e (5) contribuição/resultados.

Nesta disciplina de quarto semestre, discutimos as diferentes formas que a inovação em jornalismo pode ter, seus desafios e contextos de emergência. Estas discussões mostram a amplitude das intersecções do jornalismo com a inovação e novas possibilidades de atuação do jornalista além das redações e assessorias, como laboratórios de inovação em equipes interdisciplinares.

Nos textos a seguir você poderá ver o resultado deste processo de imersão. Convido você a ler os textos olhando o processo e as reflexões em si. Com certeza, não é em um semestre que vamos descobrir uma nova forma de sustentar (ou revolucionar) o jornalismo , mas vamos ter ideias e formar futuros profissionais capazes de imaginar (e propor) novas alternativas para velhos (e novos) desafios.

Boa leitura!

--

--