Como saber o que meus funcionários querem?

Luísa Cusnir
Inova Gente
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2 min readFeb 20, 2018

Muitas empresas se preocupam em oferecer diferenciais para seus funcionários, buscam os melhores benefícios e subsídios para atrair e reter talentos. Mas afinal, o que eles realmente querem? Como saber se o investimento trará o retorno esperado? Como atender às expectativas?

No meu primeiro estágio em RH, passava dias pensando no que eu gostaria que mudasse na empresa, quais benefícios achava ideais e onde investir para que os colaboradores aprovassem o ambiente de trabalho. Pensava em sugerir dias livres nos aniversários, horários flexíveis, vale livros, e tudo mais que minha mente pudesse inventar. Demorei a entender que aqueles eram os benefícios que interessavam a mim, e não necessariamente ao coletivo.

No meu segundo emprego em RH, aprendi que a especulação sobre o que os funcionários desejam, muitas vezes acaba em investimentos mal feitos e resultados pouco satisfatórios.

Durante essa experiência escutei a seguinte história: Em um ano de bons resultados em uma empresa, a gestão resolveu oferecer benefícios adicionais aos colaboradores. Depois de muita conversa, chegaram à conclusão de que a previdência privada era a melhor opção e começaram a orçar. Pouco antes de fecharem, realizaram algumas entrevistas e grupos focais para saber o que os funcionários gostariam de mudar na empresa e ficaram surpresos com o resultado: a previdência não foi citada uma vez sequer! Na prática, a grande maioria dos funcionários ia trabalhar de bicicleta e sentia falta de bons bicicletários. O valor reservado para a previdência permitiu que além dos espaços para estacionar bicicletas, fossem montadas oficinas de bicicletas no caminho da casa deles até o trabalho, atendendo gratuitamente. O investimento foi um sucesso, o reconhecimento tremendo e o retorno ainda maior.

Parece simples, mas perguntar o que os funcionários desejam é muito pouco praticado no Brasil. Para saber o que mudar e em que investir, basta perguntar, interessar-se e fazer uma avaliação dos resultados. Muitas vezes, as pessoas querem mudanças que nem exigem dispêndio financeiro efetivo, pode ser uma folga esporádica ou um horário flexível, benefícios que não vão gerar custos diretos e que podem aumentar muito a produtividade.

E você, já perguntou o que a sua equipe gostaria de ter como benefício?

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Luísa Cusnir
Inova Gente

Cofundadora e COO da N2B, é formada em Adm pela EAESP — FGV, trabalhou com RH, endomarketing, benefícios e seguros antes de empreender