Sua empresa enxerga o valor dos funcionários?

Luísa Cusnir
Inova Gente
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2 min readApr 5, 2018

Em uma era de gerações x, y, z, empresas se deparam com seus problemas sendo escancarados na internet e a necessidade cada vez mais latente de serem o que dizem ser.

O marketing exacerbado, o investimento em publicações e consultorias superficiais já não trazem o mesmo resultado. Os mais jovens entrantes do mercado de trabalho não só não querem fazer parte desse esquema, como optam por abrir suas próprias empresas e conquistar melhores profissionais, por salários menores e satisfações maiores.

A história de profissionais que estavam ganhando bem em grandes corporações e que largaram tudo para trabalharem em uma startup já não é novidade. O dinheiro não é mais o principal atrativo e o que tem valor é ser valorizado.

Um bom plano de carreira até então era subir aos poucos em uma escada hierárquica infinita. A perspectiva agora é fazer a diferença, dentro das organizações e no mundo. Startups muitas vezes passam um bom tempo com apenas uma pessoa no marketing, será ela, portanto a responsável por toda e qualquer campanha que ajudará a empresa a “explodir”. O que parece ser mais interessante, ter sido a responsável do marketing da 99 quando a empresa só tinha 20 colaboradores, ou ser a gerente de marketing de uma marca conhecida?

As pessoas não querem ser “mais uma”. Um número. Um pedacinho do processo. Não querem dedicar suas vidas para oferecer uma pequena etapa de um resultado que deixará um dono mais rico. Ir trabalhar significa escolher deixar sua casa todos os dias de manhã para realizar algo, e se isso não trouxer a auto realização, de que adianta?

Grandes empresas terão cada vez mais dificuldade em reter e atrair talentos, terão que se reinventar, mudar seus processos, mudar a forma como enxergam cada peça de suas engrenagens. A ponderação em relação ao que as empresas demandam e o que entregam como retorno é cada vez mais real, cada vez mais profissionais colocam esses dados na balança.

Sempre que abro uma notícia e vejo lucros exagerados de uma companhia penso em como os colaboradores que fizeram aquilo acontecer foram retribuídos.. PLR? Talvez, mas como a empresa realmente agradeceu? Será que ela sequer percebeu que foram eles os responsáveis? Ou apenas aumentaram as metas para o ano seguinte?

Eu sugiro que esse modelo seja repensado rapidamente. Que o lucro seja verdadeiramente compartilhado, que a qualidade de vida seja levada em consideração, que as empresas percebam a importância de cada colaborador. Se isso não acontecer.. bom, nós startups continuaremos alçando voos cada vez mais altos.

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Luísa Cusnir
Inova Gente

Cofundadora e COO da N2B, é formada em Adm pela EAESP — FGV, trabalhou com RH, endomarketing, benefícios e seguros antes de empreender