Transformação Digital no Mercado Imobiliário

Oportunidades em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo

Pedro R. Simon
Bloco Inovação
6 min readApr 4, 2020

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Ela já está acontecendo na sua empresa

Apesar de você provavelmente já ter ouvido esse termo milhares de vezes, a transformação digital acontece de forma ativa ou passiva todos os dias com seus clientes e na sua própria empresa.

Se você não acredita, pense na sua empresa nos últimos 10 anos (isso se ela já existia). Por mais que sua empresa possa atuar muito pouco com as novas tecnologias, com certeza você já sente o impacto na exigência dos novos consumidores, no surgimento de canais totalmente virtuais, na massiva competição entre novas propostas de valor que surgem com um custo baixíssimo nos processos comerciais e operação digitalizadas.

A transformação digital é uma realidade, a comunicação entre as pessoas já está estabelecida por meio de ferramentas totalmente informatizadas, e neste contexto, é imprescindível repensar nossos negócios para a era digital, que surge como mais um recurso para ajudar empresas de todos os portes e segmentos, estimulando constante reflexão sobre a realidade que se apresenta e como podemos encontrar alternativas estratégicas para que possamos nos ajustar aos novos tempos.

"Mas, não dá para competir com startups.."

Na verdade, não existe razão para que empresas digitais novas superem as empresas tradicionais, que possuem capacidade de ditar as regras do jogo e uma rede de clientes e produtos bem aceitos e validados.

As empresas tradicionais de fato conseguem se consolidar frente a setores em transformação. É importante porém, entender que as tecnologias digitais mudaram a maneira como as empresas se comunicam com os clientes, a relação está mais interativa, instantânea e de mão dupla, determinando um processo pelo qual as empresas buscam desenvolver um produto mínimo viável (MVP) — testam rápido e lançam novas ideias no mercado. É essa a adaptação que as empresas tradicionais precisam e conseguem atingir.

Foco no produto ou na experimentação?

Tradicionalmente, a inovação focava unicamente no produto acabado, entretanto, na era digital, as empresas precisam inovar de maneira radicalmente diferente, por meio da experimentação rápida e do aprendizado contínuo.

Essa abordagem enfoca a identificação de um problema real, isto é, uma dor latente, nas pessoas ou empresas. A partir disso, o trabalho é focado incansavelmente no desenvolvimento, teste e aprendizado, envolvendo múltiplas soluções possíveis.

Ao inovar por experimentação, não tentamos evitar ideias erradas, pelo contrário, procuramos testar tantas ideias promissoras quanto possível, com rapidez e baixo custo, para identificar as que serão eficazes.

Promovendo ativamente a cultura da inovação

Neste contexto, é importante ter claro alguns princípios que devem permear toda a organização e estabelecer uma nova cultura:

  1. Aprendendo cedo com o experimento, sendo rápido e iterativo.
  2. Apaixonando-se pelo problema, não pela solução.
  3. Buscando constantemente feedback confiável.
  4. Medindo o que importa no momento.
  5. Testando constantemente os pressupostos.

Informação como recurso valioso no processo

Concomitantemente, no que tange as informações, temos hoje o armazenamento em nuvens como ferramenta extremamente acessível, o que permite converter, tratar e aproveitar um número enorme de informações, exigindo dos negócios tradicionais o desafio de organizar seus dados a fim de utilizar estes para Data Science.

Ou seja, no passado, os dados vinham somente de ERPs, CRMs e eram usados principalmente para previsões, avaliações e tomada de decisões gerenciais. Agora, temos à disposição os dados de canais, sites, trafego, etc.. Dados esses, extremamente valiosos para aprimorar produtos, canais, modelos de negócios e a jornada de nossos clientes.

O mundo muda, as empresas também

Vivemos em um mundo mais volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA), onde os consumidores valorizam poder mudar com muita rapidez e demandam propostas de valor personalizadas, forçando as empresas a pensar de outra maneira sobre como compreendemos o valor para os clientes.

Neste sentido, as empresas tradicionais precisam avaliar cada nova tecnologia e cada nova tendência, não pela maneira como impacta seu atual modelo de negócios, mas pela maneira como irá criar seu próximo modelo de negócios.

A nova era da personalização

Não há mais espaço para o marketing tradicional. Nossos clientes já não podem ser considerados como um agregado de personas ao qual se dirigiam o marketing e a propaganda em massa.

As ferramentas digitais permitem às empresas a oportunidade de tratar cada cliente como único, clientes estes que estão o tempo todo se influenciando reciprocamente e construindo a reputação das empresas e marcas.

Clientes como o segredo de um crescimento sustentável

Já que os consumidores estão cada vez mais ao centro dos novos modelos de negócio, precisamos explorar as redes de clientes engajando-os e co-criando as novas iniciativas com eles.

Criar produtos e serviços com zero aderência é uma das principais causas das novas empresas quebrarem. Incluir os consumidores no desenvolvimento do produto é o ponto de fuga do investimento mal feito (desenvolver, testar, coletar feedback e iterar).

As empresas não devem ser reféns do investimento massivo para crescer sua base de clientes em um serviço. Grandes empresas utilizaram os aportes de marketing como forma acelerar o crescimento, e não como única estratégia de aquisição de clientes.

Entregar uma experiência incrível é como as empresas conseguem alavancar os meios e modos pelos quais os clientes satisfeitos influenciam outros clientes, criando um loop de novas oportunidades de negócios.

Sobrevivendo ao tempo e às mudanças do mundo

A mais importante contribuição da transformação digital foi a remoção de inúmeras barreiras de entrada aos mercados. Novos clientes tornaram-se acessíveis e é provável que a empresa conquiste novos mercados, se adapte e expanda as propostas de valor a seus clientes.

Como expandir a proposta de valor de forma sustentável

Para isto, as empresas podem pensar em termos de desenvolver vantagens transitórias, que impulsionam os resultados durante algum tempo no modelo atual.

Ao mesmo tempo, elas devem trabalhar para estabelecer novos impulsionadores de valor, na medida em que as velhas propostas de valor vão sendo substituídas a cada ciclo de evolução.

"A empresa precisa abandonar o hábito de concentrar-se em seus próprios produtos e processos e empenhar-se em adotar o ponto de vista do cliente".

Todo este contexto nos demanda revisar nosso modelo de negócio, pois a transformação digital permite que as empresas criem e captem enorme valor ao facilitar as interações dos clientes, não se restringindo a seus produtos e serviços.

Uma nova forma de competição

A competição passa a ser por influência entre empresas, com modelos de negócio muito diferentes e propostas de valor cada vez mais personalizadas.

O diferencial está em conquistar mais destaque junto ao consumidor final, rompendo com modelos de negócios lineares e construindo modelos de negócios mais em rede, os quais geralmente são muito leves em ativos e podem gerar grandes receitas.

Partindo do referencial correto

As empresas tradicionais precisam de novos referenciais para formular suas próprias estratégias a fim de se adaptar e crescer na era digital.

O desenvolvimento de uma estratégia eficaz requer a compreensão novos conceitos, como a experimentação rápida por meio da aplicação contínua de testes.

Os desafios de lançar a partir do zero um negócio digital são muito diferentes dos desafios de tornar digital uma empresa tradicional, pois envolvem clientes, competição, dados, inovação e proposta de valor.

O cliente digital

A verdade é que os clientes querem acesso a dados, conteúdo e interação com o máximo de rapidez, facilidade e flexibilidade possível e qualquer oferta que amplie esse acesso é extremamente atraente.

Em sua grande maioria, as exigências dos clientes permeiam:

I) Acessar: precisamos ser mais rápidos e estar em todos os lugares;

II) Engajar-se: o conteúdo e a cultura de customer success é imprescindível;

III) Personalizar: a proposta de valor tem que ser adaptável à necessidade de cada cliente;

IV) Conectar: precisamos nos tornar parte da conversa dos clientes;

V) Colaborar: convidar os clientes a participar de todas as formas.

Por fim…

Para ser bem-sucedida nesta transformação digital, as empresas tradicionais deve ser capazes de desenvolver ideias, processos, iniciativas e perspectivas realmente novas e também de difundir e infundir essas ideias ou processos em toda a empresa.

Você acha que desenvolver ativamente a transformação digital nas imobiliárias, incorporadoras e outras empresas tradicionais está muito longe da sua realidade?

Converse com a Equipe Bloco,

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Pedro R. Simon
Bloco Inovação

Faço parte do Bloco, um HUB que promove a transformação digital de negócios imobiliários. Apaixonado por tecnologia, engenharia e marketing.