Por que o time não entrega?

Taís Sales
Inside PicPay
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4 min readMay 27, 2022

A clássica pergunta de milhões!

Bom, existem várias respostas possíveis e nenhuma delas é bala de prata. E para te ajudar nesta questão, eu vou te fazer outras seis perguntas que vão acender algumas luzes importantes, para te ajudar a descobrir o porquê o time não entrega… Bora lá!

1) Qual o tamanho dos seus itens?

Sim, o tamanho importa! Você já parou para pensar na granularidade dos itens que o time atua? Será que o time sempre começa a desenvolver um bolo de 2 kg de uma vez ou um cupcake? Entenda como um bolo de 2 kg um trabalho muito grande com diversas etapas, como, por exemplo “Construção da Nova Home”, e entenda como cupcake uma parte entregável de valor desta “Construção da Nova Home”, como, por exemplo “Raia de banner dinâmico”.

Por isso é preciso fatiar o trabalho em entregáveis de valor, desta forma você dá a possibilidade do seu usuário experimentar mais rápido, e claro, ele também te dá um feedback mais rápido.

Tá bom, mas como fatiar? Esse artigo da Priscila Ribeiro Chagas te explica de forma simples e ainda tem um vídeo super didático de como fazer.

2) Existe muito bloqueio durante o desenvolvimento dos itens?

É importante ter visibilidade dos bloqueios e impedimentos que surgem durante o desenvolvimento, pois são gargalos que podem dificultar e muito as entregas.

Ah, mas, poxa! Eu nem sei o que está sendo desenvolvido pelo time, quanto mais se está bloqueado.” Então, caro terráqueo, você precisa deixar o seu fluxo de trabalho visível. A visibilidade é primordial para o gerenciamento do seu fluxo, como o entendimento dos itens em andamento e também das filas e gargalos que podem ser gerados.

E por onde começar? Comece com o que você tem agora! Não invente a roda, mapeie com o seu time o fluxo de trabalho atual (AS IS) e comecem a dar visibilidade, depois é só incremento e melhoria contínua.

3) Há muitos itens sendo trabalhados ao mesmo tempo?

Pare de começar e comece a terminar!

Dado que o seu fluxo de trabalho está mapeado, o time precisa focar em conseguir terminar o que foi puxado para desenvolvimento, antes de começar novos itens. E para isso, é preciso limitar o trabalho em progresso (WIP).

E sim, você leu certo: limitar. Pois, como bem diz a Lei de Little, quanto maior a quantidade de itens em andamento (WIP), maior será o seu tempo de entrega (leadtime) e menor será a sua vazão de saída (throughput).

4) A composição do time muda constantemente?

Já parou pra pensar no volume de entrada e saída de pessoas do time?

Conforme o modelo de Tuckman, existem cinco estágios que um time pode passar e alcançar, onde as pessoas interagem entre si, influenciam, estabelecem relações, desenvolvem processos e estilos próprios para o desenvolvimento do trabalho.

E mesmo que um time atinja o quinto estágio, uma mudança de composição de apenas uma pessoa pode impactar nas interações e relações estabelecidas, voltando a estágios anteriores.

Modelo de Tuckman

5) Qual é o grau de sinergia e confiança do time?

Patrick Lencioni traz logo de cara no seu livro Os 5 desafios das equipes, que a falta de confiança é a primeira disfunção de um time, e isso tem grande influência na geração de valor e entrega dos times. Imagina só você desenvolver algo com pessoas que você não confia e/ou se sente desconfortável?

É claro que desenvolver um grau de confiança em um time com esses problemas não é uma tarefa nada fácil, mas também não é impossível. Agora é primordial a atuação do líder em 1:1 com os liderados, promover dinâmicas de Team Building para fomentar a conexão entre as pessoas e gerar autonomia, além de feedback constante com e entre todos os membros.

6) É claro o que o time está fazendo e o porquê?

Parece clichê, mas é importante: qual é o propósito? Quais problemas queremos resolver?

Ter isso claro para cada membro do time, ou até mesmo definir isso em conjunto com o time é extremamente primordial. Patrick Lencioni também traz esse ponto como uma das disfunções: A falta de atenção aos resultados, que pode minar a visão de time e tornar as pessoas mais individualistas.

E aí? Acendi alguma luz neste túnel escuro? Refletir e analisar a fundo as respostas e possíveis hipóteses para estas perguntas, vão te direcionar numa jornada desafiadora e interessante em desenvolver um time que entrega valor constantemente e rumo a alta performance, desvendando as raízes dos problemas e compreendendo particularidades e contextos tanto do time, quanto dos indivíduos que o compõem.

Ótima jornada!

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Taís Sales
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(...) Quando escrevo, me conheço e me liberto...