Tech People: o time focado na comunidade Tech do PicPay

Laercio Junior
Inside PicPay
Published in
7 min readApr 12, 2022

Você já leu alguma notícia sobre o aquecimento do mercado de tecnologia? Já escutou algum colega comentar que gostaria de migrar para essa parea, pois o mercado está bem aquecido? Já parou para refletir sobre o quão rápido as coisas estão mudando e passando pelo processo de digitalização?

Imagino que a resposta seja “sim” para alguma das perguntas acima, certo?

Antes de falar de Tech People (time focado na experiência da comunidade Tech do PicPay), precisamos falar sobre o mercado de tecnologia — aliás, o desenho das estratégias e escopo da nossa atuação é reflexo do comportamento do mercado.

O mercado que temos hoje faz parte de um processo de evolução que temos na sociedade como um todo, e para entendermos onde estamos e as tendências que dão pistas sobre o futuro que estamos construindo, é importante analisar como chegamos até aqui. E para ilustrar bem essa evolução, o gráfico abaixo é uma boa fotografia sobre o cenário:

A Era Agrícola foi o período em que tivemos a migração do sistema de caça e coleta para a agricultura — e consecutivamente, avançamos para o incremento de tecnologia às técnicas para aumentar a produção e produtividade das comunidades agrícolas.

E, então, com a migração dos indivíduos que viviam no campo para os grandes centros, por conta do sistema mecanizado, tivemos a Era Industrial: época pela qual passamos por uma evolução importante na história, uma vez que trouxe ao mundo novas formas de produção, como a invenção da máquina a vapor, que beneficiou muito a produção têxtil.

Todo esse avanço aumentou a quantidade de mercadorias produzidas, profissões, fábricas e ajudou no crescimento das cidades e mobilidade por meio do surgimento de ferrovias.

Após a evolução da Era Agrícola para a Era Industrial, tivemos um avanço significativo (e em um período mais curto) para a Era Digital: período atual em que a maior parte das pessoas estão conectadas à internet, e que representa uma revolução no acesso à informação.

Todo esse processo de digitalização molda a forma como interagimos, consumimos, nos relacionamos e, consecutivamente, reflete nas habilidades que buscamos dos profissionais.

Quer um exemplo simples da velocidade de mudanças que estamos tendo com a digitalização? Quem lembra de ir na locadora para alugar um filme?

Inclusive tínhamos a gigante Blockbuster que dominava esse mercado. Com a chegada das empresas de streaming, esse mercado mudou completamente e impactou em novos modelos de negócio, comportamentos de consumidor e surgimento de novas habilidades para atuar nesta área.

Hoje, buscamos por praticidade, queremos avaliar todos os serviços que utilizamos (e aí começam a falar tanto da experiência do consumidor), não temos paciência para esperar mais de cinco minutos por uma corrida. Nossa sociedade está mais imediatista.

E, no meio disso tudo, ainda enfrentamos uma situação inesperada, mundialmente, a pandemia de Covid-19.

O isolamento social forçou a digitalização da economia e acabou tendo uma escala global, o que resultou em uma aceleração da transformação digital de 72% das empresas de acordo com a pesquisa da The Economist Intelligence Unit em 2021. Um fato curioso é que alguns empreendedores dizem que a pandemia acelerou a transformação digital, que estava prevista para acontecer em 10 anos, para um período de um ano e meio.

Dessa forma, o mercado de tecnologia ficou ainda mais aquecido. A carência de mão de obra qualificada é ainda maior, tanto que um estudo da Catho mostrou que, em 2020, quando tivemos o recrudescimento da pandemia no país, houve um aumento de 600% em vagas de tecnologia somente em São Paulo.

Se a gente fizer um comparativo da quantidade de vagas previstas no setor x a capacidade de formação de alunos aqui no Brasil (média de 46 mil), teremos um déficit de 260 mil profissionais em 2024, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação.

Quando analisamos o Índice Global de Inovação (ranking anual de países por sua capacidade e sucesso em inovação), o Brasil alcançou a 57ª posição . E isso está conectado com nossa baixa capacidade de ter mão de obra para inovar e escalar soluções.

Já ao analisarmos as tendências de habilidades e desenvolvimento de pessoas, o Fórum Econômico Mundial divulgou que 50% dos colaboradores precisarão de requalificação nos próximos 5 anos, e 40% das habilidades essenciais hoje vão mudar.

Por isso, formar pessoas está sendo um ponto cada vez mais crítico para garantir a sustentabilidade do nosso futuro. Com todo o processo de digitalização, o mercado está cada vez mais competitivo e focado em construir estratégias que possam colocar o cliente no centro das decisões ao trazer soluções cada vez mais voltadas para a experiência do cliente — em 2012, vimos nascer o PicPay, com a missão de facilitar a vida das pessoas ao oferecer uma solução inovadora e inédita no país por meio de pagamentos via QR Code.

E se falamos tanto da experiência do cliente (Customer Experience), precisamos falar da experiência do colaborador (Employee Experience).

Ter colaboradores felizes é tão importante quanto clientes satisfeitos. Quanto mais engajado e estimulante for o ambiente de trabalho, a qualidade do seu produto ou serviço será maior, uma vez que colaboradores realizados e alinhados com a cultura e estratégia da empresa geram um sentimento maior de pertencimento e sentem-se mais estimulados a entregar o melhor de si para o sucesso da empresa e do produto.

Por isso, a jornada do colaborador e a jornada do cliente não são diferentes, mas complementares. Tanto que, aqui no PicPay, além de acompanhar o nosso NPS (Net Promoter Score) para saber a satisfação dos clientes, acompanhamos o eNPS (employee Net Promoter Score) para saber a experiências dos nossos colaboradores e estruturamos planos de ação a cada três meses.

“Tá, mas e Tech People? Onde entra nisso tudo?”

Alinhado ao movimento do mercado, necessidade de ter uma atuação cada vez mais estratégica dentro do negócio e conectado com o crescimento exponencial que tivemos na comunidade de tecnologia do PicPay (hoje temos mais de 1.300 colaboradores em tech e, possivelmente, esse número já estará desatualizado após a sua leitura desse artigo), surgiu Tech People: iniciativa com a finalidade de orquestrar a jornada do colaborador na comunidade Tech do PicPay.

A equipe de Tech People foi formada em 2021, com uma parceria entre o time de pessoas e tecnologia, com o principal objetivo de solucionar demandas da comunidade, mas logo ficou nítida a necessidade de um time totalmente focado para esses profissionais, a fim de estruturar iniciativas personalizadas.

Sendo assim, nos organizamos em um time multidisciplinar que conta com perfis focados em DHO (responsáveis pelo desenvolvimento da comunidade) e Comunicação Interna & Employer Branding (apoio para toda comunicação interna e externa dos colaboradores), pautados no impacto que queremos gerar por meio de três pilares:

  • Marca Empregadora: aumentar cada vez mais o impacto da nossa marca empregadora
  • Carreira & Desenvolvimento: dar visibilidade sobre carreira em Tech e oferecer formas/ferramentas de desenvolvimento
  • Experiência dos PicPay Lovers Tech: independentemente da etapa da jornada tech, queremos que nossos PicPay Lovers tenham a melhor experiência ao trabalhar na empresa

Para tangibilizar algumas das nossas iniciativas que foram construídas para endereçar necessidades do mercado e da nossa comunidade, temos alguns exemplos que refletem os valores da nossa cultura e do Manifesto Tech:

  • DatAfro: programa de trainee voltado para pessoas negras em dados
  • VIC: programa de formação voltado para mulheres de tecnologia
  • PicPro: parceria com a Kenzie Academy para disponibilizar formação gratuita de Introdução à Programação para 50 mil pessoas com bolsas de estudos para públicos minoritários no mundo corporativo.
  • Tech Talks: eventos quinzenais em que os próprios colaboradores compartilham conhecimento
  • Trilha de Carreira Tech: trilhas no formato Y com base no que é esperado de cada nível de senioridade para dar clareza do que precisa ser desenvolvimento

Sabemos que cada empresa tem suas particularidades e contextos diferentes. Mas aproveitamos para compartilhar aqui alguns motivos para ter time de pessoas focado em experiência de tech:

  • Mercado de tecnologia está cada vez mais aquecido > como se preparar para uma carência de mão de obra escassa?
  • Tempo médio de um dev em uma empresa é 1,2 meses > então como acelerar o desenvolvimento dos profissionais?
  • Aumento do valor agregado ao negócio ao ter uma atuação dentro da estrutura de tech > quais são as reais dores dos profissionais de tecnologia da sua empresa que precisam ser priorizadas?
  • Turnover voluntário cada vez mais crítico > como gerir o conhecimento das pessoas para reter mesmo quando elas não estiverem mais ali?

Completamos um ano de estrutura recentemente e sabemos que temos muito a evoluir e amadurecer. Mas uma coisa temos certeza: nunca estaremos 100% prontos — assim como o mercado e a nossa comunidade estão em constante movimento, estaremos em constante evolução.

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Laercio Junior
Inside PicPay

Mentor de Carreira / RH / Lifelong Learner / Tech People / PicPay