Como foi minha migração para UX Research
Que bom que você está aqui!
Neste artigo meu objetivo é compartilhar como foi a minha experiência durante a migração da área de Operações para a área de Tech, assumindo a posição de User Researcher.
Se você tem curiosidade sobre o tema ou está buscando uma migração, desejo que esse artigo te ajude nessa jornada.
Caso queira saber mais sobre a minha visão e experiência sobre o tema de carreira, indico começar por esse artigo AQUI
Trilhando um caminho novo
Trabalhei por alguns anos liderando equipes e essa foi a minha porta de entrada na SumUp, em 2019 fui admitida como Team Lead de suporte, e apesar de já trabalhar em posição de liderança, pude aprender muito nessa mudança de empresa e de time. Tive a alegria de trabalhar na SumUp com o time de suporte e depois a oportunidade de ir para o time de vendas como Team Lead de Collection, e isso só reforça o fato de que tudo o que fazemos em uma posição nos prepara para um próximo desafio.
Nesse momento de mudança é muito importante refletirmos sobre o porque desejamos a migração e o que estamos buscando com ela.
Apesar de gostar muito de liderar cheguei em um momento onde seguir nessa atividade não estava mais fazendo sentido para mim, eu desejava executar mais, estar mais próxima dos projetos e ter uma rotina diferente da que eu tinha, foi quando entendi o porque e o que eu buscava. Foi então que comecei a pensar na migração de uma posição de liderança para uma posição mais analítica.
O mais importante nessa fase foi o apoio que tive da minha liderança, para poder compartilhar sobre meus objetivos e até mesmo sobre as inseguranças. Neste momento foi essencial ter alguém ao meu lado me ajudando a colocar no papel os meus pontos fortes, os pontos em que eu gostaria de trabalhar, as coisas que me energizavam, a rotina que eu gostaria de ter, e com isso, possibilidades iam tomando forma.
A migração
Quando a oportunidade de UX Research Ops apareceu na SumUp procuravam por Soft Skills, como:
- Habilidade de organização;
- Manutenção dos rituais do time;
- Facilidade com processos e melhorias;
- Abertura para dar e receber feedback;
- Boa comunicação e escrita;
- Colaboração com áreas e pessoas de níveis diferentes;
- Suporte operacional para pesquisadores e designers.
E neste momento, foi quando olhei para toda a minha jornada e vi que todas as minhas posições anteriores haviam me preparado para essa vaga. Cada processo novo junto com os times, cada melhoria sugerida, cada interação com as áreas vizinhas, cada conversa sobre desenvolvimento, todas as pessoas e cenários que vi durante a minha caminhada me trouxeram até esse ponto.
Os desafios
Toda mudança traz consigo desafios, mudanças que precisamos fazer na nossa forma de pensar e agir e uma migração de áreas não seria diferente.
- Você vai se questionar.
- Você vai achar que não está no caminho certo.
- Você vai achar que todo mundo está à sua frente.
- Você talvez até pense em não aceitar um desafio, achando que não é capaz.
Mas afinal, o que é ser capaz?
Tudo o que você foi capaz de fazer até hoje foi porque você aceitou o desafio de aprender algo, você foi vulnerável o bastante para pedir ajuda e você teve coragem de dar o seu melhor.
Então é natural todos esses questionamentos e quando isso acontecer a minha indicação é que você tenha um momento honesto de acolhimento consigo mesmo, que você feche os seus olhos e que pense em todos os lugares que passou, todas as pessoas que conheceu, e se lembre que você está no começo de uma nova etapa, mas não no começo da escada toda, quero sugerir que você se lembre das bases que te levaram até aí.
Um dos maiores desafios que tive logo após a migração foi me adaptar à nova realidade de entrega e resultado. O resultado do nosso trabalho depende de vários fatores e no meu caso, na minha posição anterior estava muito relacionado à quantidade de coisas diferentes que eu fazia no meu dia. Eu trabalhei focada por muito tempo em entregas diárias, números e planos de ação semanais e sempre muitas pessoas envolvidas diretamente comigo no dia a dia, aguardando orientações ou definições a partir de mim. E agora, nessa nova cadeira como Analista de UX Research, eu passei a assumir projetos maiores, questões mais complexas para aprofundar, não haviam mais tantas pequenas ações diárias com o objetivo de mudar um indicador, não haviam mais métricas numéricas relacionadas à mim ou de mim para um time, e o primeiro sentimento foi — “Meu Deus não estou entregando o que deveria” -.
Então, entender o que muda na sua realidade é muito importante nos primeiros meses, refletir sobre o que você está se cobrando, o que era esperado antes e o que é esperado agora, e se permitir a descobrir novas formas de entregas. São passos muito importantes para vencer os primeiros metros após a migração.
Minha rotina sempre foi muito colaborativa, porém, estava aproximadamente 80% relacionado ao meu time, e agora esses 80% relacionado a outras áreas. Eu lido muito mais com outros grupos do que pessoas diretamente ligadas à mim no dia a dia, os famosos “stakeholders”, e essa gestão também muda, porque exige que você conheça de diferentes temas, entenda a realidade de cada grupo de stakeholder e adequar a necessidade de atuação e até mesmo ritmo das ações.
APOIO! Essa é a palavra chave para esse momento, buscar apoio de pessoas do seu novo time, ou pessoas que tenham migrado, assim como pessoas que podem te responder o que é esperado de você agora. Ser vulnerável ao ponto de assumir as mudanças, assumir que não terá todas as respostas e preparação e se abrir para ouvir as pessoas ao seu redor, isso será valioso para seguir firme no caminho.
A Jornada
Essa é a minha jornada e eu sigo nessa trilha ansiosa para descobrir as curvas, subidas e descidas que ela vai ter, as pessoas que ela vai levar e as que ela vai trazer, mantendo sempre a mente aberta de que estamos onde deveríamos estar.
Te convido neste momento a se abraçar, abraçar a sua história, valorizar cada passo que você deu até aqui e cada gota de coragem e ousadia que ainda tem dentro de você buscando por mudanças.
Te convido a se abrir para as curvas que aparecem no seu caminho, listar o que gosta, em que você é bom, o que te energiza, se abrir para feedback, ouvir de coração o que as pessoas têm a dizer sobre você, e colocar tudo isso dentro de uma grande caixa com um laço lindo e se dar de presente. Um presente que será seu para cada dia, construindo quem você é e onde você vai chegar.
Agradecimentos:
Quero agradecer formalmente neste artigo à SumUp, que me abriu não apenas às portas, mas um lugar onde tenho um mundo de oportunidades e descobertas, um ambiente seguro e onde me sinto respeitada como pessoa, como mulher, como profissional.
Quero agradecer a cada pessoa que fez parte da minha caminhada, obrigada por terem caminhado comigo e dividir um pedacinho do caminho de vocês comigo.
