SumUp Chats — A história e o desafio do SumUp Bank

Lorena Braga
Inside SumUp
Published in
36 min readOct 20, 2020

Confira a transcrição da 3ª edição do SumUp Chats — o podcast de Carreiras da SumUp

Clique aqui para ouvir no Spotify. Aproveite e se candidate nas nossas oportunidades.

• 0:00–0:59

SumUp Chats — o podcast que tá sempre com você trazendo as curiosidades e novidades que acontecem na SumUp.

Oi pessoal começa agora mais um SumUp Chats, um podcast para você que ama tecnologia, dicas de RH e tudo que faz parte aqui do nosso dia a dia.

Eu sou a Renata Santana, People Partner da SumUp e também apresentadora deste podcast. Hoje estou aqui para contar uma história super especial de algo que tem acontecido na SumUp desde o ano passado e que para quem ainda não sabe desde Outubro de 2019 a SumUp é também um banco digital. Um banco que nasceu com a missão de ser um banco justo para os heróis do dia a dia.

E no programa de hoje a gente vai contar um pouco de como foi a criação e evolução do SumUp Bank nos últimos seis meses e para isso eu chamei três pessoas

• 0:59–1:59

para contar essa história aqui junto comigo, e para contar essa história para vocês.

Eu tô aqui com Paulo Mingrone, Head de Finanças:

  • “Olá pessoal, tudo bem? Prazer estar aqui com vocês!”

Com Gustavo Stramon, mais conhecido como Gusta, Product Manager também no banco:

  • “Fala pessoal, tudo bem?”

E com a Rafaela Souza, que é a nossa UX Researcher no SumUp Bank:

  • “Oi, prazer estar aqui com vocês!”

E aí antes de começar eu queria pedir para vocês contaram um pouquinho da jornada de vocês. Quais foram as passagens profissionais que vocês tiveram antes de vir para a SumUp. E como uma tradição, para quem não sabe, mas aqui na SumUp todo mundo que entra na sua apresentação para empresa precisa contar um fato único sobre a sua vida, algo que na percepção de cada um foi algo extremamente único e que não aconteceu com mais ninguém. Então contem as jornadas de vocês e também o fato único.

• 1:59–2:59

Oi pessoal, eu sou o Paulo. Eu tenho 30 anos, sou casado, tô na SumUp há 3, me formei em Administração em 2012 pela FEA-USP aqui em São Paulo. Logo que eu me formei eu trabalhei cinco anos com Investment Banking e depois desse período eu vim pra SumUp. De novo, eu estou aqui na SumUp há 3 anos. Nos primeiros dois anos eu trabalhei aqui com Controler da operação brasileira, e de um ano para cá eu recebi a oportunidade de assumir esse desafio do Banco SumUp. E como fato único, eu sempre gosto de contar porque todo mundo também se diverte, é… eu gosto demais de animais, então além de ter quatro cachorros aqui em casa, eu também tenho um galo e uma galinha.

Esse é um fato que nunca na história da SumUp alguém conta algo parecido, é realmente um fato único.

Gusta, conta para gente!

Bom, sou Gusta, eu eu trabalho formalmente como Gerente de Produto desde 2018, mas desde 2015 eu fazer umas coisa que eu descobri depois que era Gestão de Produtos.

• 2:59–3:59

Tenho formação em marketing, sempre trabalhei com publicidade digital, eventualmente fazia um teste A/B, fazia um experimento com e-mail ali, e isso foi combinando o interesse para trabalhar com gestão de produto, propriamente dito. O fato único meu é… quando eu tinha 7 anos de idade, foi em 1994, tem bastante tempo… foi na época que o Brasil estava disputando a Copa do Mundo, aí na semifinal contra Holanda, tava um jogo tenso, empatado 2 a 2. Minha família estava inteira reunida, meus tios em casa e tudo mais. Brasil fez um gol no finzinho do jogo e eu tava no cantinho com os amigos… a bala que eu tava chupando meio que engoli, tomei um susto na hora do gol e ela ficou presa na garganta. Minha família inteira comemorando o gol e eu tava lá ficando roxo no canto; aí meu tio viu, fez uma manobra e a bala saiu igual uma bala que não é doce não. (risos)

• 3:59–4:59

É, então, meu fato único é que eu fui comemorar um gol e por pouco escapei desse último gol que eu comemorei.

O Gusta é uma das crianças atingidas pela lenda das balas soft

Sou eu, não é só lenda galera, é verdade!

Rafa…

Eu sou formada em Design Gráfico e também em Publicidade e Propaganda, fiz especialização em UX Design. A minha trajetória é muito similar a de muitos que trabalham com o UX. Antes da área tá muito muito bem cimentada aqui no Brasil, eu trabalhava como Designer Digital, Designer… Esses nomes foram evoluindo. Também comecei a focar mais em pesquisa nos últimos anos, aproveitando também um pouco do conhecimento de pesquisa de mercado. Eu passei para algumas empresas, já passei empresas voltadas para o produto, agência de publicidade, outros bancos e hoje eu trabalho especificamente com pesquisa de usuário na tribo do banco.

• 4:59–5:59

Como fato único, não sei o quanto que é o único, mas eu não tenho tios nem tias. O meu pai e a minha mãe ambos são filhos únicos. Então acho que é um retrato aí da população diminuindo.

Cara, então eu tenho que te contar. Minha família, acho que o fato único deveria ter sido esse apesar de não ter sido esse que eu contei quando eu cheguei, mas eu tenho 10 tios e eu tenho mais de 25 primos, só primos. Sem contar os maridos, filhos dos primos. E a minha família dá uma festa para 70 convidados.

Tá explicado como que se chega na média brasileira, né entre a minha família e a família da Renata fica meio do caminho.

Bom, obrigado pela apresentação mais diversa. Acho que já mostra um pouco da diversidade de background que a gente tem no banco também e antes da gente começar aqui a contar sobre a história do SumUp Bank,

• 5:59–6:59

eu queria que você me contasse um pouco do papel de vocês, do dia a dia de vocês na verdade né, o que envolve o dia de vocês no SumUp Bank.

Pessoal, pergunta engraçada. Pessoal pergunta, principalmente no processo seletivo, e eu realmente acho que é o mais próximo que dá para ter de uma experiência empreendedora não estando empreendendo né, estando com funcionário. Porque de fato o poder que a gente consegue ter e quase que um mindset de cabeça de dono que a gente consegue executar no dia a dia é incrível e acho que um outro jeito de falar do meu dia a dia é que é uma loucura, é coisa para caramba que tem pra fazer, que na prática mesmo eu e a, a… acho que o Gustavo e a Rafa vão ter opiniões parecidas, independente do nosso papel ou enfim, o nosso título do cargo, nosso

• 6:59–7:59

Job description em tese a gente acaba fazendo muito mais do que isso, a gente acaba dando pitaco e ajudando outras áreas, a gente desafia outras áreas também. Então, de novo, aqui é um lugar bem incrível, porque a gente consegue realmente trabalhar em equipe e puts, sei lá…. se eu tô vendo alguma coisa de Finanças, eu posso pedir ajuda para o Gusta. Pra pensar como a gente estrutura um fluxo de um determinado produto, ou funcionalidade do banco. E, se a gente tem uma dúvida em qual a próxima funcionalidade que a gente vai lançar, puts… a Rafa e o time de Researchers estão puxando as pesquisas com usuários para entender as dores, mas eu ou qualquer outra pessoa pode tocar, pode dar opinião, pode ajudar a construir. Então é muito legal, é muito bom o dia a dia.

Muito bom, acho que traduziu o dia a dia do banco e de muitos SumUppers.

Bom, dar um pouquinho da minha visão de dia a dia, e aí eu acho que na média dos Product Managers

• 7:59–8:59

acaba tendo uma rotina aparecida, né?! Product Manager é uma função bastante generalista, por um lado assim quando você pensa em gestão de produtos você tem um leque enorme de opções e na maneira como eu gosto de enxergar a disciplina de gestão de produto é você tem um leque de opções e você decide quais delas você vai investir tempo, quais você vai deixar pra um segundo momento, não vai olhar para aquilo agora. Então por um lado você tem uma grande autonomia para de fato gerir o produto pelo qual você está responsável: você vai ser cobrado por isso, vai responder pelo resultado do fim do período, mas ao mesmo tempo dificilmente eu consigo pegar uma tarefa de ponta a ponta e eu resolvo ela sozinha, né?! Eu preciso definir qual que vai ser o modelo de pricing de um determinado

• 8:59–9:59

produto que a gente lance, eu tenho uma conversa com o Paulo e outras pessoas do time Financeiro para me ajudar nisso, eventualmente eu vou conversar com a Rafa também para entender o ponto de vista do usuário, até que ponto ele tá disposto a pagar por um serviço. A gente vai desenhar diferentes fluxos de usuários, a gente vai pegar esse fluxo e vai diminuir o máximo possível para colocar uma versão rápida e na rua e ver de fato se o uso das pessoas tá dentro do que a gente tava esperando ou não bem do valor, se ela está entendendo bem o valor daquilo ou não. Então tem essa dualidade, né?! De bastante autonomia e responsabilidades, você pode ir pro lado que você acha que faz sentido; e por outro lado o PM ele tem bastante influência acontecendo, ele precisa de bastante apoio para, de fato, as entregas acontecerem, né?!

• 9:59–10:59

Então, é muito isso que eu acabo vendo na gestão de produto como um todo. Na SumUp isso é especialmente verdadeiro, a SumUp ainda coloca (principalmente na tribo do banco — um produto novo dentro da SumUp), ela coloca ainda um desafio interessante que é de um lado o produto não existia há um ano atrás, no começo do ano tinha 50 pessoas usando… por outro lado, a SumUp tem uma estrutura incrível. A gente tem um departamento de UX Researcher (primeira vez na minha carreira que eu tenho um departamento de UX Research) para dar apoio pra gente, dados e a gente tem mais de 100 pessoas em Engenharia e Produtos. Então é interessante esse desafio… não tem produto ainda, a gente tá tomando as primeiras decisões, mas tem uma estrutura incrível te ajudando a alavancar o seu output

• 10:59–11:59

e a entrega no fim das contas.

Rafa, você que foi citada várias vezes aí, exaltada na fala do Gusta… como é que é o seu dia a dia?

Acho que faz parte, não só do papel do pesquisador com nós, mas mais especificamente do papel do pesquisador na SumUp, de fazer interface com muitas pessoas. Comparando assim, meu trabalho como pesquisadora em outras empresas, eu acho que o que me chama mais atenção na SumUp é o trabalho colaborativo de pesquisa. Então por isso eu consigo fazer pesquisa sendo apoiada por diversas pessoas e também tendo insumos de outras áreas e até onde as vezes em outros locais mais costumeiramente costuma ser uma atividade feita sozinha ou feita só dentro da área de pesquisa, na SumUp a gente colabora muito, então a maior parte do tempo eu passo mesmo falando com pessoas diferentes,

• 11:59–12:59

seja pra entender os nossos objetivos a longo prazo, a curto prazo, seja para entender qual é a estratégia ajudando a construir essas estratégias também. E aí eu vou tanto trocando com Squads específica, às vezes com a Tribo inteira, às vezes com área de Suporte, com a área de Comunicação, seja só com as pessoas de Engenharia. Mas tudo isso me ajuda na hora de pensar levantar quais são as necessidades de pesquisa. Eu acho importante também a colaboração que eu tenho com outros pesquisadores da SumUp, então que estão em outras Tribos também, então a consegue fazer um planejamento quando a gente olha para a empresa como um todo pensando quais pesquisas que a gente vai fazer a curto, médio e longo prazo, quem vão ser as pessoas impactadas e como fazer isso. Esse planejamento a gente sempre tem um auxílio de quem tá trabalhando com a gente, então se eu vou fazer essa pesquisa junto com o Product Designer, com Product Manager, se eu vou fazer essa pesquisa junto com alguém de Comunicação, ou com a pessoa que está à frente de algum projeto específico.

• 12:59–13:59

A gente trabalha em conjunto para efetivamente conseguir falar com o usuário de alguma forma, né?! Então diversas atividades de pesquisa onde eu consigo ter contato com essas pessoas. Acho que em geral as pessoas pensam que pesquisa é só falar com as pessoas, né?! Mas essa é uma parte, então tem toda a parte de planejamento, levantamento e colaboração, análise e compartilhamento também. Eventualmente a gente participa de alguns momentos de levantar solução, de entender desde as pesquisas. Então são boas oportunidades e trocando; e acho que tendo essa troca é onde a gente mais ganha. Então tem profissionais diferentes que às vezes conseguem tanto fazer pesquisa — isso é bem diferente também, na SumUp eu vejo muitas pessoas fazendo pesquisas diferentes, diferentes pesquisadores, então isso agrega muito. E além disso, a gente tem o trabalho de entender, apoiar e juntar todas essas informações para que talvez isso faça sentido, para que isso esteja no topo das coisas que a gente tá lançando, pensando em lançar e colocando para produção também.

• 13:59–14:59

Muito legal! E ouvindo vocês falarem eu me dei conta que “Nossa, o Gusta e a Rafa estão há seis meses na SumUp”. E pareceu que contaram a história e o dia a dia de anos; acho isso interessante de falar também como que aconteceu as coisas tão rápido, né! Sensação de que passou muito mais tempo. Não sei se vocês têm a mesma sensação…

Eu tenho, com certeza. Eu acho que… sabe como tem a idade de pessoas versus idade de cachorro?! Eu acho que tem o tempo que passa em outros lugares e o tempo na SumUp. É uma coisa que eu fico, é… eu tô há seis meses mas ainda fico assim, impressionada, o quanto que a gente consegue otimizar processos e fazer as coisas acontecerem rápido. E acho que é essa sensação de que o tempo passa muito rápido, que a gente consegue entregar muitas coisas, né?!

• 14:59–15:59

Rafa e eu a gente entrou no mesmo dia. Foi bem no comecinho de Fevereiro e… colocaria um outro ingrediente nisso tudo que você está falando, Re. A a gente começou com a vida normal acontecendo em fevereiro; deu um mês de empresa e não preciso nem dizer o que se passou no mundo, né?! Então a empresa inteira se reinventou a forma de trabalhar, passou por uma imensidão de desafios. Então isso coloca, pelo menos, mais uma ordem de grandeza aí nos “anos de cachorro” que a Rafa mencionou.

É, e assim, acho que vale a gente contar essa história aqui porque vale ressaltar que boa parte do que a gente foi lançando e entregando no banco foi no meio da pandemia, num contexto bem diferente.

Quero ouvir isso de vocês!

Paulo, queria te perguntar, porque você foi uma das primeiras pessoas que recebeu essa missão aqui, né?! Imagino você ali sentado um dia lá na sua cadeira lá no time de Finanças e de repente essa missão chegou no seu colo e você teve desde o começo essa missão, né?!

• 15:59–16:58

Até quando a coisa começou tomar forma, quando o time cresceu. Me conta, conta pra gente, como é que foi um pouquinho dessa dessa jornada aí nos primeiros meses e até a chegada do time, até onde a gente tá hoje… como é que foi a sua perspectiva disso tudo.

Legal, foi meio que isso mesmo Re. Recebi um Slack “ó, monta um banco aí e o quanto antes possível. Se precisar de ajuda me avisa”. Brincadeiras à parte, deixa eu contar um pouco da história do SumUp Bank.

Bom como vocês sabem, a SumUp é originalmente uma empresa de pagamento certo?! A gente tem nossas maquininhas que é o nosso carro-chefe. E aí no início de 2019 o business de pagamento estava super saudável, hiper growth, batendo metas e crescendo super rápido. E aí a gente começou a pensar como empresa: “Puxa, o que mais podemos fazer pelos nossos clientes. O que mais que a gente pode fazer para ajudar nosso merchant (que é como a gente chama os nossos pequenos negócios que usam as maquininhas) para garantir que eles continuem tendo sucesso fazendo as coisas que eles amam, continuar tendo sucesso no negócio deles?”

• 16:59–17:59

E aí basicamente, puxa, vamos entender qual é a próxima dor que se esse merchant tem… resolvido o desafio de pagamentos. E aí duas coisas apareciam muito claramente quando a gente falava com os clientes.

Um é a conta bancária. Porque se o perfil de merchant que a gente tem, que em geral é um brasileiro informal de classe D ou até menos, ele ainda é muito maltratado nos Bancos que ele tem, na Caixa, no Banco do Brasil… e não só no serviço bancário. Esse cara, em geral, é maltratado na vida dele, é maltratado na saúde, ele é maltratado na educação, ele é maltratado no transporte. E aí enfim, os serviços bancários apareciam como uma dor muito grande para esse usuário.

• 17:59–18:59

E a outra dor que também é muito relacionada é acesso ao crédito. Em geral esse brasileiro tem muita dificuldade em acessar crédito, acessar empréstimos quando eles têm uma necessidade. E aí, puxa, juntou a fome com a vontade de comer para gente, né?! A gente é uma fintech que está acostumada a trabalhar com serviços financeiros através de tecnologia.

Vamos montar um banco, vamos dar um banco justo para nosso cliente que de fato atenda as necessidades deles e resolva as dores que eles têm hoje. E aí começou um processo de, enfim, estudar, entender o mercado, entender também do ponto de vista regulatório, o que que dá para fazer, o que o Banco Central deixa ou não deixa a gente fazer. E aí combinou em outubro ou a gente montar o time do banco, de fato, e iniciar esse projeto. E aí como é que a gente fez? A gente trouxe uma pessoa super experiente do mercado, que é o Bernardo, empreendedor em série, para liderar essa iniciativa

• 18:59–19:58

e movimentamos duas pessoas que já trabalhavam na SumUp, que já conheciam a empresa, para ajudar nessa iniciativa. Fui eu, pegando o lado de Business, Finanças, Regulatório e o Gabriel, que é um dos Engenheiros mais experientes que a gente tem aqui na SumUp… enfim, pra começar esse time muito com a lógica de Startup mesmo. “Que seja um time independente, que crie, as próprias tecnologias, que vocês montem o time que vocês acharem necessário… se precisar ter um app à par, se precisar ter uma infra de tecnologia à par; o que for necessário. Pensem que vocês são uma empresa à parte, que vocês são uma startup e façam acontecer.”

E aí foi justamente isso que aconteceu, a gente começou esse projeto nós três em outubro, mais ou menos, do ano passado. Em dezembro a gente já tinha um protótipo de aplicativo que já conseguia fazer transações com o cartão SumUp. Um mês seguinte, em janeiro, a gente já conseguia fazer transação.

• 19:59–20:59

Fevereiro a gente já tava com um MVP, que é um buzzword para para um produto mínimo né, uma primeira versão do produto já na mão de usuários. Enfim, (spoiler alerts) três meses depois, olhando hoje, a gente já tem um time de 40 pessoas, vários squads, um produto escalando super rápido com várias funcionalidades. E isso diz muito de como é que a gente trabalha, né?!

Puts, mão na massa, ser ágil, com tecnologia, testar muito, não querer fazer um foguete logo de cara… a gente prefere interfere fazer a primeira versão, dar para o usuário testar, receber feedback, melhora o produto, então a gente tem muito isso no nosso nosso jeito de trabalhar também, de fazer as coisas incrementais e sempre com muitos feedback do usuário.

Legal e uma coisa interessante que você falou bastante de teste, já queria aqui perguntar até pra Rafa, porque a gente lançou um produto onde o nosso foco, o nosso primeiro público-alvo ali eram os nossos clientes, né?! Nossos merchants…

• 20:59–21:56

E a gente poderia ter ido por um caminho de “já conheço, já sei o que ele quer; conheço muito bem, afinal trabalho com ele há muitos anos” mas não, a gente entendeu que teria muita pesquisa envolvida pra conhecer mais profundamente, ainda ainda na verdade, os nossos usuários. E aí, Rafa, acho que você chegou aqui com uma página em branco, né?! Um livro de oportunidade da gente conhecer mais os nossos usuários. Então, como foi um pouquinho dessa jornada desde quando você chegou?

Eu cheguei com o desafio que eu gosto muito que era de que a gente não tinha pesquisador no Brasil ainda, né?! Então a gente tinha muitas pesquisas sendo feitas, eu fiquei muito feliz de descobrir isso, eu sei que às vezes as pessoas têm medo de fazer pesquisa enquanto não tem um pesquisador dedicado ainda.

• 21:59–22:59

Mas na SumUp as pessoas não tinham esse medo, esse receio. A vontade de ouvir o cliente já era muito grande, então as pesquisas eram feitas, seja com o feedback colocando na rua ou pesquisas feitas de diversas formas. Mas com certeza já existia uma mentalidade, mesmo antes de eu entrar, onde que a gente não ia simplesmente olhar para o mercado e entender como um check list Então é isso o que existe, é isso que a gente tem que entregar. Já existia uma mentalidade de entender quais eram as necessidades, quais que eram, de onde que as pessoas estavam vindo, o contexto delas… Isso já era uma necessidade muito latente, então assim, eu estava no primeiro dia de trabalho, já tinha mil ideias de pesquisa, já tinha mil levantamentos que as pessoas já queriam fazer, porque existia muita sede de conhecimento desse feedback mesmo. Até porque essa cultura do feedback já é muito grande dentro da SumUp, então porque não pedir isso dos usuários. Então a gente começou a olhar para esse banco pensando do zero.

• 22:59–23:59

Então sem partir desse princípio de que a gente precisa seguir algo que já existe, mas tentando entender mesmo à fundo quem são essas pessoas que vão ser impactadas por esse produto, por tudo que a gente for entregar, o que elas precisam — e não só com esse olhar focado na vida bancária da pessoa, mas olhando para a pessoa de uma forma mais holística mesmo, entendendo quem elas são, quais eram as necessidades que elas tinham.

E, inclusive, tudo isso aconteceu enquanto a pandemia foi se instalando. Então as pesquisas que a gente fez também foram todas nesse âmbito já remoto para respeitar também o isolamento dos nossos usuários e ainda assim a gente conseguiu entender muito bem assim, como que essas pessoas vivem, como que elas são diferentes, eu acho que a gente tem informação, por exemplo de mercado e de levantamento que a gente pode entender muitas coisas interessantes que podem guiar a gente de muita forma, mas

• 23:59–24:58

quando a gente faz esse recorte para olhar quem são os nossos clientes, nossos usuários específicos esse cenário às vezes muda e às vezes se enriquece também, né?! Então se eu olhasse só para os relatórios de mercado, relatórios do sistema bancário e partisse daí, a gente ainda estaria vendo uma boa parte da história; é como ver um levantamento de população e entender que aquela população tem em média 1,2 filhos. Isso não é uma informação que você consegue basear para pensar no serviço adequado para aquela pessoa, então a gente já com essa mentalidade foi entender de forma mais aprofundada mesmo: o dia das pessoas, o que elas fazem, quais são os serviços que elas já consomem, as necessidades. A gente sabia de algumas coisas, a gente tinha algumas hipóteses, muitas foram confirmadas e mais outras foram levantadas, então a gente começou mesmo com pesquisa de base. Eu entrei já para entender que a gente ia começar a ter um chapter de pesquisa,

• 24:59–25:58

então hoje eu posso já falar que somos em muitos mais pesquisadores. Mesmo no Brasil, a gente já tem três pessoas, e como equipe de pesquisa como um todo nós somos em 6, e crescendo né?! Já com oportunidade aí para uma para sétima pessoa. Mas a gente olha para essas pessoas para entender à fundo mesmo. Então a gente foi, por exemplo, levantar nossas personas — que pode ser uma etapa que às vezes as pessoas tendem a não olhar com tanto carinho, mas a gente olhou. Logo no início a gente teve esse trabalho de fundamentação bem estruturado, a gente fez uma pesquisa bem extensa, mais extensa do que eu estava acostumada. Então a gente teve bastante tempo para entender bem quem são essas pessoas e fazer todo tipo de atividade que a gente julgou necessário, e a gente continua iterando em cima disso, a gente não abandonou de nenhuma forma. E foi com base nisso que muitas coisas estão sendo lançadas hoje; que já foram lançadas, estão sendo trabalhadas e que também serão lançadas no futuro. Então continua guiando a gente

• 25:59–26:59

E hoje já temos outras necessidades de pesquisa, além das primeiras que a gente fez, a gente já seguiu com outras entregas. A gente já conseguiu fazer, por exemplo, teste remoto — que era uma dor, que ainda é pra muita gente que está trabalhando em isolamento e mais ainda pra gente com o perfil do nosso cliente, que é a pessoa que mora mais no interior, que tem às vezes uma renda menor, acesso à internet de mais má qualidade, e ainda assim a gente conseguiu fazer esses testes e seguir com a pesquisa como é o necessário pra gente pegar um produto que faça sentido.

Muito lega! E eu queria perguntar uma curiosidade para vocês três aqui: teve alguma necessidade, alguma dor, alguma característica dos nossos clientes que surpreendeu vocês? Assim, que não estava nas nossas hipóteses, que o contrário… não sei, alguma coisa assim que “poxa, isso aqui me surpreendeu, eu não esperava”?

Olha, eu já tinha uma ideia de que esse perfil de público no Brasil a gente ia acabar encontrando muitas características de resiliência mesmo,

• 26:59–27:58

mas eu acho que olhando especificamente para os clientes da SumUp, me surpreendeu muito. E não é uma coisa só, mas um conjunto de coisas. Então as dificuldades que as pessoas conseguem ultrapassar e a resiliência que elas têm para atingir o que elas estão procurando. E aí são diversas histórias que a gente ouviu, diversas pessoas que a gente encontrou que mostraram dificuldades que a gente não faz noção, a gente não tem noção, não faz parte do nosso dia a dia, às vezes está bem distante da nossa realidade. Mas não tanto o que me surpreendeu foram as dificuldades, mas como as que as pessoas conseguiram resolver esses problemas — então desde a pessoa que tava abrindo o negócio porque não tinha possibilidade de trabalho para aquela pessoa, seja porque essa pessoa não encontra porque ela é uma minoria, ou porque ela já está em um ambiente que está com oportunidade diminuída de trabalho;

• 27:59–28:58

quanto também negócios super revolucionários, coisas super diferentes… Gente criando, mexendo com fórmula, seguindo o sonho de uma forma que achei bem interessante, mesmo com essas dificuldades. Até mesmo o comportamento financeiro, comportamento bancário que a gente está olhando também por causa do banco, a maior quantidade de comportamentos que a gente pode que é “eu vou ter contas diferentes”, “eu vou de ter atitudes diferentes, mas eu vou dar um jeito de levar o meu negócio para frente, não importa o que acontecer”. Essa é bem inspiradora, inclusive.

Gusta, Paulo, teve alguma coisa, não sei se já tinha trabalho com esse tipo de usuário, mas algo que surpreendeu nos nossos clientes?

É engraçado, eu nunca tinha trabalhado com pagamentos antes. A gente tá fazendo aqui o banco, mas em grande parte servindo aí o lojista que é um ao segmento diferente de outras oportunidades que eu já tive.

• 28:59–29:58

Já trabalhei com empréstimo, já trabalhei com investimentos…banco eu já tive alguma alguma experiência, mas é aquele público que tem outros 18 bancos digitais tentando abocanhar também. Então aqui a gente pega um público bem diferente do tradicional das fintechs. E acho que pra mim o que chama atenção é que tem muita coisa que a gente vê em relatórios que falam das oportunidades do setor financeiro no Brasil, mas quando se olha na nuance se acaba tendo um entendimento bem diferente, né?! Então, por exemplo, é super comum relatórios falarem que — eu não lembro agora porcentagem, mas algo em torno de metade da população é desbancarizada ou sub-bancarizada. E quando você entende, vê alguns casos na prática, o que significa a pessoa falar “não, eu tenho uma conta. É a conta da minha esposa! Eu uso ela quando eu preciso”.

• 29:59–30:58

E essa pessoa, na estatística, aparece como desbancarizada, mas ela não se considera assim. Então isso, às vezes, impossibilita ela de ter alguns serviços, porque o serviço precisa estar atrelado a uma conta de mesma titularidade. Tem uma série de nuances aí que torna difícil até pra pessoa entender, por isso até que ela começa a fazer uma série improvisos assim no dia a dia dela para poder fazer dar certo o negócio dela. Então esse é um ponto que chamou bastante a minha atenção e em geral ele aparece em diferentes níveis, eu não cheguei a ver algo que, nossa, é muito diferente do que eu tinha pensado, mas é algo que se a gente só olha a estatística, só olha o relatório do setor financeiro, a gente interpreta o público de um jeito, né?!

• 30:59–31:58

De que ele não sabe absolutamente nada sobre finanças, e na verdade não é bem assim. Tem um outro exemplo que também acho que foi na minha primeira ou segunda a semana de SumUp, que foi que eu peguei o telefone, liguei para algumas, e aí um outro ponto que parece muito quando a gente olha para as estatísticas é “ah, o brasileiro mais informal, ele confunde muito as finanças pessoais como lado profissional, e isso acaba gerando uma dificuldade para ele saber quanto ele pode de fato gastar, o quanto é capital de giro do negócio dele”. E aí, na terceira ligação que eu fiz eu já vi uma pessoa que na verdade essa confusão do pessoal com o profissional é porque o negócio que ela tinha servia para ela bancar a família,

• 31:59–32:58

mas também ela pegava uma parte e estava pagando uma extensão que ela estava fazendo para poder gerir melhor o negócio. Então tem também um viés de investir no próprio negócio, seja no aprendizado, seja na própria expansão da operação que às vezes a gente também categoriza como “ah, a pessoa confunde o pessoal com o profissional”, mas que, na verdade, a forma como ela interpreta é muito mais “o negócio está trazendo renda e essa renda eu estou investindo em aprender alguma coisa, que na verdade é um revestimento para o negócio”. Então isso acaba aparecendo algumas vezes, eu pelo menos aprendi a ter um olhar um pouquinho mais cético quando a gente pega essas questões de “o brasileiro é desbancarizado, o brasileiro é confuso financeiramente”.

• 32:59–33:58

Assim, em grande parte essas coisa são verdades, mas a gente precisa entender na prática que o brasileiro está conseguindo se “virar” dadas as limitações que ele tem, desde sempre. A gente precisa entender primeiro o que ele está passando para aí sim propor uma melhoria que faz sentido pra ele. Se não a gente propõe um aplicativo super bonito e ele nem tem MBs no celular dele para instalar. Então eu acho legal entender essas nuances.

A missão do SumUp Bank faz muito sentido, né?! Porque ouvindo isso de vocês, acho que nem a gente mesmo reconhece esse heroísmo, essa criatividade, essa resiliência, seja o que for, para enfrentar o dia a dia e procurar oportunidades, muito legal!

Gusta, então queria aproveitar aqui, também, para para você me contar… quando você chegou em fevereiro, um mês depois da pandemia, você já chegou para entregar uma das principais funcionalidades, um dos principais pedidos dos usuários, que era a TED — a transferência bancária.

• 33:58–34:58

Como que foi para você, de fevereiro até aqui, lançar essa funcionalidade do ponto de vista de produto?

Legal! É interessante porque assim, em fevereiro quando entrei, a TED nem estava nos planos, tava no MVP — no produto mínimo viável. O produto era o cartão pré-pago que a pessoa podia fazer comprar online e offline, sacar em agências da rede Banco 24 horas, e era isso. E aí a testando com os primeiros clientes e tentando conversar com as pessoas para entender se fazia sentido pra elas ou não, a gente começou a ver vários casos de “mas não tem agência 24 horas aqui na minha cidade, vou ter que pegar um ônibus e perder 2 horas do meu dia se eu quiser fazer um saque”.

• 34:58–35:58

Ontem tinham casos que a pessoa estava ali com uma conta poupança da Caixa, é uma conta que coloca um teto de quanto ela consegue movimentar no mês, mas ela consegue ir na lotérica, fazer um depósito, uma transferência, enfim… então ter colocado um produto no ar rápido, permitiu a gente identificar que tinha uma lacuna no produto e até mesmo no roadmap que a gente tinha. E até o meio do ano, a TED não tava no top 3 de prioridades. Então fez toda a diferença a gente lançar rápido, mas não só lançar rápido, fez diferença a gente instrumentar para colher dados, a gente fazer pesquisas e isso deixou bem claro para a gente que TED era o campeão dos pedidos.

• 35:58–36:58

Pagamento de contas as pessoas também pediram bastante e recarga de celular as pessoas estão ganhando o hábito, porque estão aparecendo vários aplicativos que permitem isso, né?! Então as pessoas antes tinham que se deslocar até o supermercado, quando ia fazer uma compra carrega o celular ou na banca de jornal. E agora há vários aplicativos que já permitem a conveniência de fazer isso do seu próprio dispositivo. Então isso também apareceu como terceiro ponto que as pessoas viam como interesse.

Então o que a gente fez foi “beleza, a gente entendeu que o produto como está, se gente tentar levar ele para todo o lojista da SumUp é um produto incompleto.” Então, a gente basicamente — e aí foi um desafio que eu tive a oportunidade de fazer parte junto da Squad que eu estou trabalhando, de justamente colocar esses 3 produtos no ar.

• 36:58–37:57

E em pouco tempo, com uma pandemia acontecendo, e by the way eu mencionei que o produto era um cartão pré-pago e em tempos de isolamento social isso também gerava para a gente — no aspecto social, um nó na garganta. “Puts, eu quero resolver esse problema rápido”. Então a gente fez foi entender como é que a gente consegue lançar não só a TED mas essas três funcionalidades, que eu mencionei, de forma rápida, até porque a gente não sabe qual das três vai ser a que mais a fazer sucesso, então vamos lançar alguma coisa pequena e melhorar a partir dali. Então a partir do momento que ficou claro essas necessidades e principalmente a necessidade de lançar rápido, aí próximo passo foi entender como viabilizar. E para lançar rápido a gente já entendeu que tem uma série de fornecedores de soluções que permitem pra gente plugar a operação da SumUp Bank com alguém que consegue fazer uma operação de TED, com alguém que faz uma operação de pagamento de conta, recarga de celular, enfim…

• 37:58–38:58

Então aí o segundo momento do desafio foi justamente entrar em contato com vários possíveis parceiros, entender quais faziam sentido, a gente ainda tava no momento super delicado da economia — ainda estamos, mas na época ainda tinha um grau de incerteza gigantesco, né?! Então a gente ainda tinha uma preocupação muito real com a saúde do negócio da SumUp Bank. A gente negociou quanto que ia custar cada TED que a gente fizesse, quanto que gera para a SumUp de receita para pagamento de conta que um cliente faça; alguma coisa com recarga de celular. E isso acontecendo ao mesmo tempo que o time de desenvolvimento já tava preparando o terreno pra gente lançar essas funcionalidades, então aqui na prática algumas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo.

• 38:58–39:58

Meio que você montando o carro, mas o carro já está em movimento. Tem pessoas muito competentes no banco, seja no time de design, seja no time de engenharia, então isso deu para gente uma robustez, uma resiliência conforme essas incertezas vão aparecendo e você está fazendo várias coisas ao mesmo tempo, você não consegue prever alguns cenários que vão surgir, e aí você precisa corrigir eles em tempo rápido, então a gente ter um time que tava disposto a lidar com essas certeza fez bastante diferença. E assim, na prática a gente conseguiu lançar, se eu não me engano, no comecinho de Junho. Mais ou menos um mês depois a gente lançou pagamento de contas e também mais umas duas semanas depois a gente lançou recarga de celular.

• 39:58–40:58

Então a gente conseguiu em um tempo super curto lançar três projetos grandes. A gente, até pela natureza e pela urgência de lançar essas coisas, a gente deixou tudo instrumentado pra gente começar a colher dados do comportamento das pessoas, mas naquele momento o foco não era nem melhorar esse produto, era simplesmente lança e absorver o comportamento das pessoas. Agora, no momento que a gente está com esses três produtos funcionando, a gente já consegue ver o que está dando mais certo, aonde que a gente precisa precisa investir mais energia, fazer mais testes com usuários. Mas a gente teve sorte mas junto com trabalho bem feito, porque na grande maioria das vezes as decisões foram acertadas, então a TED que era a mais pedida hoje é a forma como os nossos clientes mais usam para movimentar o dinheiro deles.

• 40:58–41:58

Pagamento de contas que foi outra aposta que a gente fez vem crescendo bastante também e a recarga de celular que a gente lançou bem recentemente a gente também tá super de perto porque está num estado diferente de maturidade de produtos, a gente tá olhando mais no caso a casa ainda para entender onde a gente consegue melhorar. E agora a gente está nesse momento mais de ter um painel para ver como está a adoção das pessoas dessas funcionalidades, as dificuldades elas tão vendo, tiveram decisões difíceis que a gente tomou para lançar rápido e isso tem um certo tradeoff na experiência do usuário. Então a gente que lançou o pagamento de contas e não tinha o escaneamento de código de barras ainda; a gente colheu dados para ver se de fato faria sentido fazer isso agora para essas outras as coisas, e sim, a gente entendeu que faz super sentido. Então beleza, o foco do time passa a ser esse e acho que acaba sendo essa a dinâmica de gestão de produto quando você, de fato, precisa ter um produto no ar.

• 41:58–42:58

Você tem que balancear melhorias desses produtos, bugs que começam a acontecer e quanto mais pessoas vão chegando você descobre os bugs de uma maneira bem mais rápida e também você começa a se perguntar: “beleza, mas se essas são as três coisas, qual que é a quarta coisa para lançar?”. Então você tem que ficar balançando essas três frentes e aqui a gente tá com maturidade de falar: por enquanto não tem uma quarta coisa enquanto essas três não estiverem num nível de adoção e num nível de satisfação dos clientes ao qual a gente está confortável. E basicamente é esse o momento em que a gente está enquanto esse podcast está sendo gravado gravar o último que você falou aí eu acho que já deve ser uns aprendizados que.

E aí eu acho que essa última coisa que você falou deve ter sido um dos aprendizados que você e as pessoas do time tiraram durante esse período. E é isso que eu queria ouvir mais de vocês, do Paulo e da Rafa também… o Gusta contou um pouco do lançamento dessas funcionalidades do ponto de vista dele, mas eu sei que vocês também estavam ali correndo juntos, todo mundo na mesma linha, na mesma direção. E Paulo, do seu lado, qual foi o maior aprendizado que o lançamento dessas funcionalidades trouxe para você?

• 43:26–43:58

Legal! Acho que o caso da TED e da transferência bancária como o Gusta comentou, para mim é bem icônico porque, de fato, não era uma coisa que tava no nosso roadmap, não era uma funcionalidade que a gente achava que ia ser importante e talvez, puxa, seja o melhor exemplo de como a gente sempre aprende com o usuário e na prática o usuário que é o dono do produto, não é a SumUp. É o usuário que fala o que ele precisa e a gente só faz o intermediário que garante que ele tenha o produto que ele deseja.

• 43:58–44:58

Um pouco da nossa hipótese no começo, quando a gente só tinha um cartão como principal funcionalidade na nossa conta digital é “puxa, ele vai poder fazer compras com o cartão e caso ele queira tirar o dinheiro da conta, ele pode ir no caixa 24 horas e fazer o saque”. E por mais que a gente sempre tente se lembrar, como a Rafa falou, que a gente não é nosso usuário, que nosso usuário também não é o cara que a gente conhece aqui em São Paulo que tem três/quatro contas digitais, que está super acostumado a usar o celular. O nosso usuário é muito diferente, e aí o que aprendeu é que era muito comum o nosso usuário ter dificuldade para ir no caixa eletrônico sacar o dinheiro porque não tem caixa eletrônico na cidade dele ou o caixa eletrônico mais próximo que ele consegue acessar ele precisa viajar 20/30km.

• 44:58–45:58

E aí, puxa, a gente põe o atestado de “pô, não fizemos o trabalho como a gente deveria, vamos voltar para prancheta de desenho, entender melhor o usuário, entender qual que é a dor que ele está tendo, e dada essa dor específica de acesso a caixa eletrônico, como é que a gente cria outras funcionalidades que permitam que ele acesse os recursos da conta de forma fácil, de forma rápida. E aí foi da onde surgiu a Ted.

Legal! E você Rafa, que tava ali face a face com o usuário, qual foi o seu maior aprendizado?

Ai, é difícil hierarquizar hein… falar qual que foi o maior assim… mas acho que tem algumas coisas que me surpreenderam bastante. Então por exemplo, uma delas é que a gente sempre acha que quando a gente olha uma conta a gente tá falando com uma pessoa né?! Então eu tenho uma conta da Maria e eu tô falando com a Maria, então ela que está mexendo no aplicativo.

• 45:58–46:58

Mas a gente acabou descobrindo e acontecendo várias vezes, foi o quanto aquela conta significam várias pessoas. Então em testes de usabilidade isso apareceu, nas entrevistas isso apareceu também; o que às vezes, mesmo antes, falando de maquininha ainda às vezes aquela conta significa várias pessoas interagindo com aquela aquela interface, dependendo dos valores que estão chegando ali e utilizando isso para alguma coisa também. E isso muda a forma que a gente pensa nesses usuário, então se eu sei que as habilidades que o meu usuário tem é um conjunto na verdade, que são várias pessoa que são impactadas por aquilo ali, e isso apareceu no teste de usabilidade, por exemplo, onde a pessoa falou: “bem, eu posso fazer isso daqui, mas sempre que eu mexo a minha filha tá do meu lado, porque a gente mexe juntas”. Então beleza, vocês vão mexer juntas porque essa é a realidade de vocês e a gente quer chegar o mais próximo dessa realidade para entender esses comportamentos. Então eu gosto sempre de lembrar disso.

• 46:58–47:58

Tem pessoas que mexem de forma mais individual, mas que às vezes essa conta, esse número, quando a gente olha aquela identificação do usuário, ele na verdade está identificando várias pessoas, às vezes uma família inteira.

Bom gente, eu queria agradecer a presença de vocês e começar a finalizar o nosso papo, essa história que tem muita coisa para acontecer ainda. Como o Gusta bem falou, pelo momento que a gente está vivendo agora e as possibilidades que tem pra frente. Eu, de fora dessa história toda, acho que é um baita orgulho principalmente por estar conhecendo mais, foi um aprendizado para mim como SumUpper conhecer mais a realidade desse nosso cliente. Isso, pra mim, é inspirador, é o que tem muito me motivado a fazer o meu papel para colaborar com esse herói que a gente está falando.

• 47:58–48:58

E aí a gente gosta de fechar aqui os nossos papos, o nosso podcast, pedindo para os convidados contarem um highlights e o um lowlight que são dois termos que a gente usa bastante aqui na SumUp, que nada mais é que o momento mais marcante, o mais emocionante dessa jornada, e também o mais desafiador, o mais difícil. Enfim… o que vocês quiserem contar! Então, Paulo, qual foi o seu highlight ou o seu lowlight dessa jornada?

Legal, acho que como highlight do principal feito, da principal coisa que me marcou nessa jornada do Banco, é quando (e pode parecer bobo isso) a gente conseguiu fazer o produto funcionar e o que eu quero dizer com isso é quando de fato a gente conseguiu fazer uma transação de cartão funcionar de ponta a ponta na conta.

• 48:58–49:58

Então a gente conseguiu botar dinheiro na conta, usar um cartão que estava atrelado nessa conta e fazer uma compra com ela. Porque enfim, não só a gente comemorou para caramba como empresa, mas tangibiliza um pouco do esforço que a gente teve. Você falou de lowlight, e eu confesso que tenho dificuldade de pensar em alguma coisa mais negativa. Acho que tem N desafios que a gente tem, acho que é parte do porque está todo mundo aqui, tem N desafios super legais que a gente consegue atacar e que de fato gera um impacto na vida dos nossos clientes, e acho que isso é o mais importante. E eu sempre tento a achar que o maior desafio é sempre o próximo, é sempre a próxima grande coisa que ele vai fazer, seja colocar uma funcionalidade nova e aprender com o usuário, seja escalar o produto — que é uma coisa a gente quer fazer agora muito rápido.

• 49:58–50:58

E ver o quanto que na prática o produto vai aguentar e quais coisas que vão quebrar, seja processo, seja sistemas… a gente que vai ter que arrumar. Acho que esse, hoje, é o principal desafio que me motiva.

É o inesperado né?! É a descoberta que nem a gente sabe que vai descobrir ainda, boa! Rafa, você…

Olha, pensando em lowlight, acho que seria o momento em que eu percebi que a situação de trabalhar de isolamento não tem data de fim, então no momento que eu me dei conta disso eu percebi que bem, o que a gente tava pensando em “ah, a gente faz algumas pesquisas remoto e quando a gente voltar a gente faz essas outras aqui que são mais difíceis de fazer de forma remota. Então esse foi meu lowlight, foi quando eu percebi “não, a realidade é essa, a gente não sabe quando ela vai terminar, e a gente tem que simplesmente adaptar tudo para essa nova realidade. Então eu acho que esse foi o meu low.

• 50:58–51:58

Rafa, vale lembrar que na semana que a gente começou a trabalhar de casa, vocês estavam comprando passagem pra viajar para fazer pesquisa em algum lugar do Brasil.

Sim, a gente tava planejando as nossas pesquisas de personagens, acho que eram 7 ou 8 cidades diferentes, ia ser pelo Brasil, onde a gente ia conhecer essas pessoas, trabalhar ao lado delas. E assim, para quem trabalha com pesquisa a gente gosta de fazer muita coisa, mas essa parte assim de estar próximo, de viver junto é a parte que a gente gosta mais. Então foi triste saber que ia ter que cortar. Eu sei que é a realidade de muito pesquisador hoje, mas não tem como não essa não ser meu momento low.

• 51:58–52:57

Mas acho que o high eu acho até interessante porque está relacionado, é que a gente adaptou essa pesquisa. A gente não fez essa viagem, a gente fez tudo de forma remota e a gente tinha uma preocupação muito grande: o quanto que fazer um levantamento desse — que é uma pesquisa de base quando a gente começa a conhecer de início os nossos usuários, o quanto fazer isso remoto não ia limitar o quanto que a gente ia descobrir. Então era uma preocupação constante e depois que a gente concluiu esse trabalho, a gente estabeleceu nossas personas, a gente manteve essa pulguinha atrás da orelha e todas as outras pesquisas que a gente seguiu depois dessa, a gente sempre colocava alguma coisa das personas lá. Então a gente fez, por exemplo, uma pesquisa quantitativa, então foi com uma quantidade grande de pessoas e aí a gente colocou algumas perguntas das personas também para ver se aquilo seguia sendo verdade, ou se a gente descobria algum furo, alguma coisa que a gente tinha deixado passar… e os números pareciam que eu tinha fabricado, porque eles estavam só corroborando tudo que já tinha sido levantado, porque se a gente percebeu, por exemplo, que tinha uma persona que representava 1,2% da nossa base,

• 52:58–53:58

quando a gente filtrava por aquelas características, nas respostas de pesquisa, isso aparecia em 1,2% das respostas. Então foi o momento que eu pensei “não, tudo bem, a gente teve uma limitação, foi um problema, mas a gente conseguiu entregar um resultado tão bom quanto mesmo nessa situação”. Então quando eu vi esses números pela primeira vez eu fiquei muito feliz.

Muito legal! E gusta…

Eu vou começar pelo lowlight até porque cronologicamente veio primeiro. Hoje eu acho até que a gente substituiu um pouco o quanto a gente passou de incerteza e ansiedade coletiva quando o mundo todo parou. Então ansiedade, você ficar antecipando alguma coisa que vai acontecer no futuro, então basicamente foi o que a gente passou pelo menos um mês fazendo; é desafiador estar trabalhando com um objetivo de negócio que são desafiadores, o mundo estar passando por essa situação muito difícil,

• 53:58–54:58

o merchant, em particular, o nosso cliente ele foi quem mais sofreu dor no começo, então isso tudo acumular para uma ansiedade coletiva muito grande, em vários momentos a gente começava a semana achando que o objetivo era fazer tal coisa e duas horas depois vinha uma redefinição da empresa inteira e aquela coisa não ia mais ser feita, ia para esse lado. E assim, estava a empresa inteira, não só a SumUp Brasil, mas a SumUp em todos os países que estavam operando, ela estava deixando bem claro para todo mundo que era incerto, que as decisões estavam sendo tomadas just in time e lidar com essa incerteza foi bem cansativo emocionalmente para todo mundo. Acho que reconhecer isso foi até libertador para se trabalhar junto com as pessoas.

• 54:58–55:58

A gente se empatizar com a dificuldade que o colega está tendo em lidar com essa incerteza toda. O highlight para mim tem vários momentos em que no dia acaba tendo um papo com o time de engenharia, aí depois tem que puxar alguma coisa no banco de dados, e aí tem uma reunião com o time de design e pesquisa… tem dias que essas coisas todas encaixam e você fala “caramba, nesse dia eu fiz três semanas de trabalho em um dia”, isso acaba sendo muito recompensador. Mas o dia que mais me chamou atenção foi o dia em que a gente lançou, de fato, a TED. Foi um dia em que a gente tem um evento semanal aqui na empresa — que é o TownHall, onde a gente comunica para empresa como um todo os principais acontecimentos da semana e ter comunicado para 800 pessoas que a gente tá lançando e 800 pessoas celebrando, porque isso era muito legal para o merchant.

• 55:58–56:57

Isso é um pouco piegas de falar, mas emociona real! No mesmo dia a gente a gente lançou a versão do aplicativo na loja para a atualização estar com a TED disponível, e quando a gente lança uma atualização do aplicativo na loja não é em tempo real que fica disponível. O Google e a Apple eles têm um tempo que eles passam revisando e aí depois eles dão um ok. Isso pode levar meia hora, pode levar alguns dias. Então a gente ficava dando F5 para ver se já tava rolando ou não, e aí de repente o painel que a gente olhava de TEDs que a gente fazia — que por enquanto só tinha TED da gente mesmo dizia pede da gente mesmo, o Paulo fez uma TED, o Bernardo fez umas três TEDs… de repente eu dei F5 e tinha umas 50 TEDs. Daí eu falei: “nossa senhora, é real! Temos um produto”. Então esse dia foi bacana porque teve o anúncio para a empresa inteira — eu nunca recebi tantos likes falando que eu sou o cara, e eu sou pelo menos 1 de 40 caras e minas.

• 56:58–57:56

E no mesmo dia a gente teve esse F5 que de repente pulou de 3 TEDs para 50. Essa é uma sensação muito “da hora”.

Foi histórico esse dia, foi maravilhoso. A gente estava muito ansioso para chegar esse dia. Queria pegar esse gancho do Gusta de 40 pessoas que estão construindo isso tudo para já falar uma notícia super boa para todo mundo que está ouvindo esse podcast, que é que nós estamos contratando. Então, o banco e parte desse time aqui que vos fala está buscando mais pessoas para fazer esse banco crescer ainda mais e queria convidar todo mundo aqui para acessar as nossas páginas que têm links para as nossas vagas. Então, no LinkedIn a gente é a SumUp, no Insta a gente é o Inside SumUp Brazil. A gente está no Medium também, no Twitter, e no Spotify nós somos o SumUp Chats.

• 57:58–58:33

Queria agradecer muito vocês pela participação. Foi maravilhoso ouvir a história do ponto de vista de vocês, a gente poderia ficar aqui mais um dia contando todos as histórias, os dias de luta e os dias de glória que a gente passou e o que a gente vai passar. E obrigada, viu?!

Valeu Re pelo espaço para a gente contar um pouquinho da história. E o Banco vai voltar em outros podcasts, eu prometo!

Com certeza!

Bem, agradeço o convite também!

Muito obrigado, Re. Foi muito legal!

Então a gente fica por aqui. Valeu pessoal!

--

--