Vida na SumUp: Liderança remota na crise
Como está sendo o processo que visa ajudar nossos líderes durante o período de trabalho 100% remoto
Sexta-feira, 13 de março de 2020 — Em menos de 48 horas, avaliamos, decidimos, planejamos e executamos o plano para colocar os 850 SumUppers em Home Office. Passada a loucura de fazer isso acontecer, começamos a jornada do trabalho remoto.
Como time de People Partners, a nossa preocupação e foco na primeira semana estava em garantir que todos estivessem bem: com os recursos necessários para trabalhar, recebendo todas as informações de forma transparente e rápida; que estavam se sentindo seguros. Inclusive os nossos líderes. Já que para a maioria deles, era a primeira experiência em liderar um time 100% remoto.
Ainda na primeira semana, foram muitos os artigos, textos e guias divulgados sobre liderança remota. E sentíamos que precisávamos oferecer algo nesse sentido, além do apoio que já estávamos dando para os nossos líderes nesse momento.
A primeira decisão que tomamos foi em relação ao material. Fizemos uma curadoria de todos os artigos e guias que já haviam sido divulgados, com as melhores práticas que havíamos construído e experimentado dentro de casa. As nossas sessões aconteceram 4 semanas após o início do trabalho remoto. O que para muitos pode parecer uma resposta tardia, pra mim, foi o timing perfeito. As primeiras semanas foram caóticas e nosso maior cuidado como time de People, foi de não sobrecarregar ainda mais os líderes com sessões e informações. Tivemos então a chance de entender quais eram os nossos principais desafios e dores, identificando o que era de fato um problema, para criar, experimentar e consolidar as nossas práticas.
A segunda decisão que tomamos foi a de não falar somente sobre Liderança Remota, mas também (e principalmente), de Liderança na crise. A média de idade da nossa liderança é de 35 anos e a maior parte deles nunca vivenciou uma crise como líder, nem mesmo como profissionais.
A terceira decisão foi a de escolher o melhor formato de material e como compartilharíamos, ouvindo e perguntando o ponto de vista da nossa liderança. A soma de um momento de crise e trabalho remoto estavam gerando uma quantidade não trivial de informações, textos e mensagens. Eu, particularmente, não queria escrever mais um doc, mais um artigo e enviar para que o time lesse. Não seria efetivo. Enviei um poll rápido em um canal no Slack, dando 3 opções e a maioria escolheu por uma sessão online de 1 hora. Vale citar que um grupo significativo votou por Podcast, um formato novo que começamos a utilizar também internamente.
O resultado foi um material sucinto, objetivo e direto. Durante as sessões, conduzimos de forma a abrir espaço para que compartilhassem dores, desafios e trocassem boas práticas entre si. Afinal, são raras as oportunidades onde temos líderes em início de jornada (Jr) e líderes mais seniores juntos em uma mesma sessão de aprendizado.
Para falar de Liderança na Crise, optamos por citar 10 dicas práticas — enfatizando a importância da comunicação e do liderar a si mesmo.
Para falar de Liderança remota, partimos do modelo de Tuckman sobre os estágios das equipes e de como adequar as práticas e a liderança em tempos remotos de acordo com cada um dos estágios. Falamos também sobre 3 (isso, apenas 3) pilares fundamentais para se ter em mente na liderança remota — Comunicação, Colaboração e Conexão Social. E finalizamos falando sobre o não menos importante, porém o maior desafio — Gerenciamento de Performance.
Como em tudo que fazemos, tivemos também alguns aprendizados.
O primeiro foi que, por melhor que seja a intenção de fazer algo sucinto, 1 hora não foi suficiente. Como queríamos e promovemos a participação e interação durante a sessão, o final acabou sendo corrido.
O segundo foi de que poderíamos ter focado mais em exemplos práticos de soluções para os desafios e problemas. Citamos alguns e estimulamos que os participantes trouxessem os seus exemplos também, mas sessões curtas devem ser mais pragmáticas.
O resultado desse esforço foi um material direto, objetivo e sessões de troca de conhecimento e aprendizado, que não devem parar por aí. Como People Partner, estou apoiando mais do que nunca os líderes, times e pessoas, e aprendendo e adaptando à medida em que os desafios vão acontecendo no dia a dia e que vamos descobrindo o que melhor funciona para cada pessoa e para o negócio.