Insights da Semana 23|Como eu abandonei minhas desculpas: das favelas à ONU
Fundei um coletivo, passei por mais de 10 ONG e vários projetos de impacto nesse caminho
Esse texto é para 2 pessoas:
Jovem — perceba aonde você está nesse caminho e entenda o que tem que ser feito em cada etapa
Adulto que trabalha com jovens — NÃO PULE A FUCKING ETAPA, obrigado
Veja todos posts da semana aqui (tudo sobre INOVAÇÃO):
Esse texto é
a minha experiência de como me construí como um jovem maker e desenvolvi projetos em diversas comunidades, favelas, grupos. Enfim, me tornei ativo à mudança. Percebi nesse caminho 3 grandes fases:
Construção Ética
Reconhecimento de potencial
Socos no estômago 1 e 2
CONSTRUÇÃO ÉTICA
— 0 aos 14 anos —
Basicamente entender que:
Pessoas são iguais;
Direitos humanos é o mínimo;
Todos somos responsáveis por todos.
Nada de mais, nem muito mistério, mas se ninguém te diz tu não aprende (ou melhor, se ninguém te diz, a sociedade te ensina o contrário). Aprendi e vivenciei esses aspectos no movimento escoteiro e em casa, thx ppl ❤.
RECONHECIMENTO DE POTENCIAL
— 15 aos 17 anos —
Como tu pode ser ativo no mundo se tu não reconhece nem o teu potencial?
Quando comecei a desenvolver projetos científicos e tirar notas interessantes* na escola eu passei a me entender melhor e me reconhecer como alguém que consegue executar projetos. (O que — convenhamos — não tem nada de mais; mas para alguém no Ensino Fundamental foi importante).
Nesse processo participei de alguns projetos mentorados (Mini Empresa) e outras experiências; cada vez mais me construindo a noção de :
Perceba que eu não falei de construção técnica ou de habilidades; ainda a pegada é bem junior, é mais
deixar de se entender como ameba e passar a se entender como gente mesmo
SOCO NO ESTÔMAGO — 1
— ai —
Então o primeiro soco é o video abaixo, se não viu ainda; assiste.
Chorou? Eu também; o mais importante aqui foi:
Ver jovens que nem eu, pessoas IGUAIS a mim MUDANDO O MUNDO
Caraca, isso foi demais, foi um soco muito pesado, fiquei desesperado; eu entendia como esse trabalho era importante, entendia meu potencial dentro disso e agora chegou a hora de botar a mão na massa.
SOCO NO ESTÔMAGO — 2
— Esse sim doeu muito, muito, muito mais —
Entrei no site do TETO e me inscrevi na primeira construção: Jardim Gramacho RJ— o antigo maior lixão a céu aberto da América Latina, um espaço insalubre que o governo e todos ignoram existir. O filme Lixo Extraordinário (imagem capa desse post) e diversos outros foram feitos lá.
Quando eu — estudante de engenharia estagiando — chego para conversar com uma mulher, mãe de 2 filhos e responsável por 12 — uma mulher analfabeta que trabalha durante a madrugada limpando quarto de motel e dorme 4 horas por dia — eu começo a entender o que significa querer mudar o mundo.
O mudar o mundo dessa mulher não era em escala global; mas mudar o mundo de cada uma daquelas crianças; ela — literalmente — passava fome para poder dar um brinquedo às crianças. Crianças essas que nem filhos dela são; metade são crianças de vizinhos que passam o dia com ela enquanto as mães trabalham; outra metade é de parentes falecidos.
Porque ela cuida dessas crianças?
PORQUE SÃO CRIANÇAS, COMO NÃO VAI CUIDAR???????
Primeira parte do soco:
Porque essa mulher tem tanta responsabilidade em relação a essas crianças e eu não? Só porque nasceu mais perto??
E agora pra afundar a mão:
Se ela dedica 20h/dia pra mudar o mundo dessas crianças; o que tu, mero estudante, consegue fazer?
Então foi assim que ressignifiquei o que é ser HARDWORK, empreendedor, dar o sangue e tudo mais. Sim, eu trabalho muito, sou mega ativo, vários projetos e tal; mas
VOCÊ JÁ CONVERSOU COM UMA MÃE NUMA FAVELA?
CHAMADA PARA AÇÃO
Se liga nos textos abaixo (que contam o caminho que segue); e/ou me chama inbox pra irmos à prática!
Esse texto contou bem a história sobre acabarem as desculpas; agora o abaixo conta um pouco mais do caminho até a ONU ;)
Aqui é o meu TEDx em que conto algumas histórias a mais nessa caminhada ;)
THANKS!
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Faço isso totalmente por amor, e gostaria saber se é amor correspondido ❤ rsrsrs
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PS: minha mãe é super foda também, veio do interior pra construir a vida em Porto Alegre — uma história muito semelhante às mulheres que conheci em favelas — mas demorei demais para reconhecer isso e por tal motivo não citei no texto. te amo mãe ❤
