O vitimismo que assombra a população.

William Kunitake
Insightful
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2 min readJun 16, 2016

Tenho o costume de assistir o telejornal local da minha cidade, e o assunto de 2016 não poderia ser outro a não ser a crise, e nesta semana há uma série de reportagens sobre o desemprego em Curitiba, e a cada dia são contadas histórias de pessoas que perderam o seu emprego e estão desesperadas diante a situação.

Apesar de histórias de vida muito diferentes, há uma coisa em comum entre todos os entrevistados: o vitimismo.

Resolvi escrever este artigo porque a história de hoje me chamou bastante a atenção, pois tratava-se de um senhor, de aproximadamente 50 anos, que é marceneiro e perdeu o seu trabalho recentemente. Ele contou ao repórter com lágrimas nos olhos que não pôde comprar à sua neta um presente de aniversário porque não tinha dinheiro, e já não aguenta mais ficar procurando emprego todos os dias e viver recebendo "não", e disse que "perdeu a esperança porque hoje em dia só quem está mais qualificado e mais jovem tem chance de trabalhar". Ou seja, ele mesmo está se colocando no papel de vítima, afirmando que para ele só um milagre pra tirá-lo do desemprego.

O que mais me intrigou é que este senhor disse durante a entrevista que ama fazer o que faz, e toda a sua experiência de 30 anos o transformaram num bom marceneiro. Contraditório, não? Num momento ele diz com convicção que faz as coisas com excelência e paixão e logo em seguida fala que "só quem é novo tem mais oportunidades". Infelizmente é este tipo de pensamento negativo e pessimista que faz as pessoas deixarem de crer em seu próprio potencial e utilizar seu talento para gerar valor (e receita).

A grande pergunta é: por que este senhor não aproveita o talento que tem e começa a fabricar seu próprio produto e começa a vender? Já que ele está levando "não" em propostas de emprego, por que levar "não" em algumas tentativas de vendas seria tão mais difícil? Claro que nem todos conseguem vender, mas absolutamente tudo pode-se aprender e melhorar, e neste caso ele poderia fazer uma parceria ou acordo com amigos para iniciar um pequeno processo de vendas. Enfim, há um leque enorme de possibilidades para se obter uma renda, e posso afirmar que reclamar e fazer papel de vítima e coitadinho não vai tirá-lo dessa situação. Pode ser que você esteja nesta mesma situação, então a dica é que você reflita que o padrão CLT não é a única forma de ganhar dinheiro.

Arregaçar as mangas e por a mão na massa é a forma mais democrática que existe — funciona com todos, independente de raça, cor, religião ou classe social.

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