Brasileiros aprovados em Escola de Verão de Física compartilham suas experiências

Beatriz Carla Koch
InspiraSonho
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5 min readMay 5, 2018

A Escola de Verão de Física (EVF) da Universidade do Porto, em Portugal, está com suas inscrições abertas para sua 14ª edição e, o InspiraSonho convidou ex-participantes brasileir@s para compartilharem um pouco sobre as suas experiências e nos darem mais detalhes sobre essa oportunidade.

De acordo com Marcos Antônio de Oliveira Júnior, um dos primeiros participantes brasileiros em 2014, “A EVF é uma excelente oportunidade para conhecer pessoas fantásticas que compartilham do gosto pela ciência, e ampliar seu contato com a física moderna e com a física empírica”.

A Escola de Verão de Física é uma das atividades da Universidade Júnior da Universidade do Porto e ela acontece no período de uma semana no verão de Portugal (nosso inverno aqui no Brasil), onde os alunos de diversas países lusófonos participam de atividades na área de física, estando 24 horas por dia em contato com os outros participantes.

“Como o programa procura integrar alunos secundaristas de países de língua portuguesa, tive contato com pessoas de Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola, havendo um intercâmbio cultural bastante enriquecedor”, nos conta Gabriella Fernandes, participante da 12ª edição em 2016.

Participantes da 12ª Escola de Verão de Física da Universidade do Porto em 2016.

De manhã, os participantes assistem aulas de relatividade e mecânica quântica ou astronomia (dependendo da sua escolha). No fim da manhã, em alguns dias, acontecem palestras sobre diversos temas da física aplicados a outros ramos, como saúde, negócios, astronomia, … No período da tarde ocorrem as atividades nos laboratórios acompanhadas por monitores (estudantes de doutorado na área de Física), onde os participantes são separados em grupos (de 3 a 5 estudantes) e estudam algum tópico específico, de acordo com o programa da escola. Na opinião de Marcos essa é a melhor parte. No último dia, os grupos de estudo compartilham seus aprendizados, apresentando aos demais estudantes o que foi feito nas tardes anteriores.

Gabriella nos conta que os alunos têm a oportunidade única de pesquisar e desenvolver projetos sobre áreas inovadoras da física, como holografia, nanotecnologia e supercondutores, por exemplo.

“Eu participei de um projeto sobre resistência do ar e aprendi conceitos básicos de mecânica dos fluídos, pude também descobrir sobre a importância da equação de Navier-Stokes.”

Gabriella Fernandes, participante em 2016.

Participantes brasileiros da 11ª Escola de Verão de Física da Universidade do Porto, em 2015.

Além disso, como os alunos ficam em um alojamento (Escola Prática de Transmissões, uma base militar), eles são acompanhados por monitores desportivos no restante do tempo e, cada noite tem uma programação diferente, e é um momento de descontração e confraternização com os demais estudantes.

“Todos os dias há uma programação com o intuito de integrar e divulgar a vida na cidade do Porto, teve guia turístico, jogos de detetive, boliche e muito mais!”

Mariana Mercucci, participante da 13ª edição em 2017.

Participantes brasileiros da 12ª Escola de Verão de Física da Universidade do Porto, em 2016.

Gabriella nos conta que a sua participação na escola também a influenciou em suas escolhas acadêmicas, na medida que, não só procurou participar de mais atividades extracurriculares, como também decidiu qual curso e universidade estudar. “Fui aceita este ano para o mestrado integrado em engenharia eletrotécnica e de computadores, voltando à Universidade do Porto que tanto me impressionou durante a escola.” relata Gabriella.

Para Mariana, atualmente estudante de Física na USP, a escola a ajudou a decidir sobre qual curso seguir.

“Primeiro, a notícia de que eu havia sido selecionada, uma felicidade que não se media, faria minha primeira viagem internacional em função dos meus estudos. Depois, o sonho aos poucos ia se tornando realidade. Em setembro do ano passado estava indo para a cidade de Porto, conhecer outros 74 estudantes dos demais países falantes de língua portuguesa e passar quase uma semana desenvolvendo um projeto. Enfim, essa experiência não somente ampliou minha visão sobre as possibilidades de ver a física, mas também mudou minha maneira de compreender e entender o outro e a nossa sociedade. Afinal, o conhecimento não dever ter um teto ou um limite ainda que no ensino médio, o fazer ciência está justamente em descobrir as perguntas que ainda não fomos capazes de fazer.”

Mariana Mercucci, participante da 13ª edição em 2017.

Eu, Beatriz, também tive a oportunidade de participar da Escola de Verão de Física da Universidade do Porto, em 2015, e ressalto que essa experiência foi muito significativa para mim. Assim como o Marcos, digo que a melhor parte são os projetos em grupo.

Os participantes podem selecionar uma das 3 áreas da Física (Astronomia, Física, Engenharia Física) que a escola abrange para realizarem seus projetos. Na época eu não entendia muito bem sobre a diferença entre elas e acabei optando por física. Assim, meu projeto foi bem mais teórico do que prático (apesar de muitos chocolates queimados para uma tentativa de representação de ondas eletromagnéticas numa barra de chocolate) e foi a partir dessa experiência que hoje sei que gosto muito mais das aplicações do que da teoria em si. Então, uma dica: para quem gosta mais de ver resultados práticos, escolha engenharia física; se você ama a teoria, física é a escolha certa; e se você adora estrelas e planetas, com certeza astronomia é perfeito para você (a Universidade conta com um planetário SEN-SA-CI-O-NAL).

Planetário da Universidade do Porto

Mas afinal quem pode participar da Escola de Verão de Física da Universidade do Porto? Talvez essa informação possa parecer um pouco confusa no site oficial devido às diferenças entre o ensino médio brasileiro e português (que são muitas e você poderá descobrir mais se participar da EVF), mas em resumo, estudantes de qualquer ano do ensino médio brasileiro podem se candidatar. Aqui você encontra mais informações sobre a candidatura!

E qualquer dúvida todos nós brasileiros ex-participantes estamos a disposição em lhe ajudar!
Queremos muito ver seu nome na lista de aprovados desse ano ❤
Boa sorte!

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Beatriz Carla Koch
InspiraSonho

Apaixonada por educação, ciência, tecnologia, empreendedorismo e viagens, acredita no impacto como ferramenta de transformação da sociedade.