Minha vivência na Gakko Summer Camp

Sofia Amaral Carneiro Teixeira
InspiraSonho
Published in
3 min readAug 13, 2020

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Experiência em vídeo: https://youtu.be/HL8z2tpMW-o

Eu havia chegado no outro lado do mundo. 30 horas de vôos e conexões + 3 horas de ônibus até Okayama. Aos 17 anos, rodeada da minha própria companhia. Não para por aí: era a primeira vez que eu colocava o pé fora do Brasil. Não nego, a insegurança sobressaia quaisquer outras emoções que eu pudesse sentir naquele momento. Eu não conhecia ninguém e o que eu sabia falar em japonês eram alguns números que aprendi no judô. Nada mais, nem um “oi, tudo bem?”. Meu inglês? Enferrujado, arrastado. Entretanto, foi nessa aventura um tanto quanto incerta que eu conheci o conceito e a beleza de “diversidade”. Aprendi que ela não estava só naqueles dias que passei no Japão com pessoas de várias nacionalidades. Todos os dias, com todas as pessoas que eu já convivia, a diversidade se fazia presente. Depois dessa viagem, apenas refinei meus olhares e passei a ficar fascinada pela pluralidade, pelas diferenças. Em uma foto em que postei no Instagram nessa oportunidade única, a legenda era: pouco efeito na foto, mas muito efeito em mim. Até hoje isso é exatamente o que sinto quando lembro do que vivi.

Gakko Summer Camp é o nome da oportunidade que me levou ao outro lado do mundo. Com bolsa de 65%, consegui o restante do dinheiro fazendo uma rifa e com contribuições de toda a família, que se mobilizou para que eu pudesse aproveitar essa experiência. O intuito do programa é cultural, fazendo com que estudantes do mundo todo se interconectem. Todos os dias, tínhamos workshops de diversos assuntos, jogávamos nossa brincadeira oficial e hasteávamos a bandeira do acampamento. Mas, não se assustem, nós dormíamos numa casa, com quartos arrumadinhos, banheiro e estrutura. Nossa alimentação era totalmente vegana, porque, de acordo com os chefs, a comida une as pessoas e essa era a única forma de unir TODAS as pessoas, com todas as suas diversidades. Acho que foi assim que aprendi a contemplar o diferente. E, particularmente, foi uma grande lição.

O processo seletivo da Gakko não é muito complexo. Consiste em algumas essays (redações) pequenas, um vídeo e uma entrevista. Naquela época, meu inglês era intermediário e, vejam só, deu certo. Por isso, eu sempre digo: a gente só vai ter a possibilidade de receber um sim, se tentarmos. Indo além, ouso dizer que a Gakko não foi só uma experiência em que aprendi e cresci, mas uma porta que se abriu para outras inúmeras oportunidades. Sobre as bolsas, elas são dadas de acordo com a necessidade financeira e os camps acontecem em lugares diferentes a cada ano, então as vivências sempre serão muito diversas.

PS: Gakko significa “escola” em japonês e foi onde eu aprendi que escola é lugar de aprendizagem; e aprendizagem não significa, necessariamente, sala de aula.

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