BOLSOCALIPSE
Por Clarisse Meireles
TODOS os pesquisadores sérios em clima e ecologia, brasileiros e estrangeiros que estudam e/ou trabalham no bioma Amazônia, tentaram alertar sobre o perigo que representava a eleição do Bolsonaro. Escreveram artigos em importantes publicações científicas ou de grande circulação para denunciar os riscos de seu programa para a preservação ambiental e as mudanças climáticas (anexo alguns no final do artigo).
Lambendo os beiços com o anunciado pacote privatista radical aliado a severa e acelerada perda de direitos, a elite local e sua porta-voz mídia corporativa preferiram olhar pro outro lado e pagar pra ver, pouco pautando o tema durante a campanha de 2018.
Hoje, com os olhos cheios de fumaça, mostram-se todos muitos chocados, graças aos bons cutucões dos gringos sobretudo. (é lamentável e significativo que a política neoliberal genocida, que faz disparar a desigualdade e a miséria, não cause a mesma comoção nem cá nem mundo afora, como se fora uma fatalidade).
O que para alguns talvez comece a ficar claro é que não haverá 2022.
A oposição e toda força democrática que ainda exista no Brasil precisam aproveitar a pressão internacional sobre o país e ter coragem de derrubar esse bando de lunáticos que leva o país ao abismo e põe em risco a vida no planeta.
Clarisse Meireles
Jornalista e tradutora. É coautora, com Leneide Duarte-Plon, do livro “Um homem torturado, nos passos de frei Tito de Alencar” (Civilização Brasileira).