Construção peripatética: espaço que lide bem com a divergência e o pensamento crítico

Valdemar Figueredo
Instituto Mosaico
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2 min readAug 11, 2017

Por Marcelo Augusto Souto de Oliveira, desembargador TRT-RJ

Fotografia: Henri Cartier-Bresson. Behance

Recebi há cerca de um mês o convite para participar do Instituto Mosaico do Valdemar Figueredo e, depois de um bom almoço de aproximação, fiquei bastante entusiasmado. Meu entusiasmo decorre, em primeiro lugar, do reconhecimento que falta ao meio evangélico um espaço que seja, ao mesmo tempo, ortodoxo, no sentido de apegado à Palavra e à boa tradição da igreja ao longo da história, mas igualmente plural, acolhedor, que lide bem com a divergência e com o pensamento crítico. Também fiquei entusiasmado porque, no modelo de seu idealizador, vamos praticar uma construção peripatética, de falar enquanto anda; de compartilhar e testemunhar mais do que ensinar, ministrar…

A minha conversão ocorreu lá pelos idos de 1983, quando contava com cerca de 16 anos. Fui levado, de pronto, para uma igreja histórica, a Igreja Presbiteriana Betânia, em Niterói. Lá cresci e fui formado e forjado, pela excelente Escola Bíblica Dominical e pelas pregações de Antonio Elias, Caio Fábio, Ângelo Gagliardi e tantos outros irmãos… Acabei, pelas circunstâncias, por um determinado momento, sendo o superintendente da Escola Bíblica e pude aprender um pouco mais.

Penso poder contribuir quando o debate girar em torno dos seguintes temas: espiritualidade, direito processual, laicidade…

Entrei para a Faculdade de Direito da UFF, formei-me, advoguei e, aos 25 anos, ingressei na magistratura trabalhista. No meio disso tudo, conheci a Luciana, minha mulher, e tivemos dois excelentes filhos, a Mariana e o Marcelo. Algum tempo depois, fiz um mestrado em direito processual e um MBA em administração judiciária. Os anos se passaram e, desde 2008, sou desembargador do trabalho no TRT Rio.

Uma palavra final: acredito mais, quando se pensa em desenvolvimento pessoal e de grupos, em dissonâncias que incomodam, fazem pensar e mudar, evoluir, do que em consensos impostos e/ou silenciosos, preguiçosos e, por isso, superficiais. Então, para mim é fundamental poder divergir, desde que com amor e, mesmo quando for sem amor, não vale calar a divergência, mas aprender o amor.

Abraços,

Marcelo Augusto Souto de Oliveira. Desembargador do trabalho no Tribunal Regional do Trabalho-Rio. Mestrado em direito processual pela Universidade Gama Filho e MBA pela Fundação Getúlio Vargas em administração judiciária. Diretor da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

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