Tavito, a esperança de óculos

Redação — Instituto Mosaico
Instituto Mosaico
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2 min readFeb 27, 2019

Por Valdemar (Dema)

Foto: Divulgação

Eu nasci em Aratuípe (BA). Cresci em Olaria (RJ). Casei e fui morar em Cariacica (ES). Voltei ao Rio carregando saudades. Carrego uma saudade mineira por culpa do Clube da Esquina.

Hoje morreu um discreto membro do clube. “Um mineiro bem ameno”. Compositor cantado por Elis Regina. Moço que musicou “Eu quero uma casa no campo onde eu possa ficar no tamanho da paz”.

Tavito foi visitado pelos componentes do Boca Livre. Logo se consagrariam cantando “tanta toada eu trago na viola”. O grupo vocal que conquistou o Brasil já no primeiro disco foi enfático: “Quem tem a viola pra se aconselhar não vive sozinho”.

Pois é, mestre Tavito foi o conselheiro dos rapazes do Boca Livre. Produtor não, um amigo que aconselha. Sujeito que planta e rega amigos e discos e nada mais.

Quem nasceu e cresceu tendo como referência uma rua chamada Ramalhete…

Vive cheio de saudades das ladeiras. Saudades dos amigos tocando violão na esquina. O amor anotado em bilhetes, mas jamais entregues. Saudades nem sabe de quê ou de quem…

Tavito é nome de poeta despretensioso. Saudade barroca. Saudade da Simplicidade.

Valdemar Figueredo

Editor do Instituto Mosaico, professor universitário, escritor, cientista político e teólogo. Doutor em Ciência Política (IUPERJ, 2008) e Teologia (PUC-RJ, 2019).

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