Tudo na vida é como o vapor. É transitório

Valdemar Figueredo
Instituto Mosaico
Published in
2 min readAug 12, 2017

Um pouco mais de alma, calma, sabor

Relógio derretido estilo Salvador Dali

Essa condição nos leva a questionarmos a validade de nos mantermos envolvidos por tanto tempo com atividades que, aparentemente, nos trazem mais cansaço e desgaste do que ganhos sólidos. Fica a impressão (percepção do real) de que estamos perdendo o tempo — que mal temos — em algo que não nos traz nenhuma vantagem.

É assim com o trabalho, com os estudos e até mesmo com alguns relacionamentos. Nos perguntamos então o que ganhamos com tudo isso.

Nos recorre, como alternativa, caso não encontremos resposta, simplesmente deletarmos determinadas agendas ou pessoas da nossa rotina.

Porém, aí reside um erro, pois nós sempre estaremos envolvidos em algo que nos esgota. É assim com tudo. A natureza e os seus ciclos nos apontam isso. O sol em seu curso, por exemplo, nos mostra que a vida é cheia de repetições. Quando acreditamos encontrar uma novidade, nossa honestidade nos ajudar a perceber que estamos diante de um “remake”.

E com isso, caminhamos não apenas cansados, mas insatisfeitos e insaciáveis. Nossos sentidos nos pedem novidade. Queremos renovação! O mais do mesmo nos enfadonha. Os temas e os discursos parecem que se esgotam de sentido e importância.

Mas a saída, quase encoberta, parece estar em nossa própria crise.

Um bom começo é notar que, talvez, o centro do problema, esteja em nossa expectativa de ganho. Se queremos uma recompensa que encerre nossa busca por saciedade e que, em algum momento da vida, nos torne seres acomodados e plenamente satisfeitos, tenhamos em mente que essa é uma meta inalcançável. Sempre estaremos em busca de mais e de algo melhor. Que bom! Isso há de nos manter vivos!

Nesta crise, uma pergunta deve nos trazer um fundamento sobre o qual seremos capazes de viver apesar dos pesares: O que eu me tornei até aqui?

Quem eu sou hoje, me satisfaz? O quanto as mudanças que percebo em mim, foram orientadas de dentro para fora e não o contrário. Quando somos capazes de avaliar a vida a partir daí, começamos a descoberta da condição eterna da existência.

Daniel Bravo. Teólogo e pastor. Cursando Letras — Português/Literatura na Universidade Veiga de Almeida

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